5. 𝙉𝙤 𝙒𝙖𝙮𝙨

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   Damian de repente se encontrou em um local completamente branco. Quando olhou para si o mesmo estava com sua clássica vestimenta verde e dourada da liga dos assassinos, com o seu corpo tendo retornado ao normal, continuando sendo um rapaz adulto e com um bom corpo trabalhado, repleto de cicatrizes que foram ganhas com suas batalhas. Ele focou nos seus arredores, no cenário havia grama, árvores, nuvens, sol e tudo mais que poderia ser encontrado em um lindo campo. Porém, só havia um único problema: Tudo era branco, com a completa ausência de cor. Naquele momento, o homem diferenciava os objetos apenas pelas sombras que eles projetavam: Afinal, tudo era branco, até mesmo o pássaro que passou voando, até mesmo borboleta que pousou no seu ombro. Mesmo com a ausência de cores, Damian estranhamente sentia paz, como se tudo fosse para ser realmente assim, como se aquela situação devesse ser normal. Tudo parecia estar como deveria ser.

   De repente, uma pequena sensação de ansiedade surgiu no seu peito e o mesmo se viu então encarando uma flor que crescia no seu campo branco: Diferente de tudo aquela flor era de um vermelho intenso, uma linda rosa repleta de espinhos que também eram vermelhos. O homem permaneceu parado, ainda não compreendendo o que estava acontecendo ou como ele deveria se sentir em relação a isso, estava curioso, se cercando com diversos pensamentos desconexos enquanto procurava um sentido no que estava vivenciando. A rosa vermelha de alguma maneira lhe provocava uma sensação de incômodo: Aquela rosa com certeza não deveria pertencer ao seu mundo que era apenas branco, aquilo estava perturbando sua paz.

   Em questão de segundos a rosa já havia crescido totalmente, se desmanchando com uma beleza surpreendente, preenchendo o ambiente até então completamente branco com sua charmosa presença. Mesmo sentindo aquele pequeno incomodo irracional no seu peito Damian a apreciou por uns instantes. Instantes esses que foram interrompidos quando a primeira pétala caiu. Após a pétala entrar em contato com a grama branca, em um piscar de olhos a cor vermelho vibrante da mesma se espalhou como tinta, tingindo a grama vermelha em grande velocidade. Damian permaneceu inquieto, observando toda a situação extremamente focado, não conseguindo desviar seus olhos do que ocorria, como se aquilo fosse uma espécie de espetáculo. Mais uma vez, Damian se esforçava para entender. O mesmo nem percebeu que o seu aperto no peito aos poucos estava sendo retirado, sendo substituído por uma ausência de emoções.

   Sua grama se tornou vermelha, suas árvores se tornaram vermelhas, suas flores, seu céu, até mesmo suas nuvens... Se espalhando como uma rápida praga a cor vermelha tomou posse de tudo e Damian observou com completa apatia quando a última parte branca havia sido preenchida com a cor vermelha. De repente, seu mundo inteiro ganhou cor, mas apenas uma: Vermelho.

   Tudo ficou mais claro quando Damian decidiu olhar novamente para si mesmo: Sua vestimenta verde e dourada estava repleta de manchas vermelhas assim como suas mãos que se encontravam até mesmo molhadas com a cor. Tudo fez sentido: Seu mundo não havia ficado vermelho, mas sim havia se tornado ensanguentado, o que fez com que o mesmo soltasse uma pequena risada irônica.

   O Al Ghul então acordou de seu estranho sonho.  

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   Hoje fazia três dias. Três dias e três noites. 72 horas que Damian se sentia preso no seu próprio inferno particular.

   Damian desejaria isso pra ninguém, nem para os seus piores inimigos: Até por quê para eles só era desejada a morte mesmo. Naquele momento ele se considerava o ser mais miserável e azarado possível. Imagine que você é uma pessoa que odiava seu ensino médio. Ok? Ok. Agora imagine que você já é uma pessoa rica, bem-sucedida, com uns vinte e cinco anos e que já está com a vida feita. Ok? Ok.

❝𝐐𝐮𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐞𝐮 𝐜𝐫𝐞𝐬𝐜𝐞𝐫❞ •  𝓓𝓪𝓶𝓲𝓳𝓸𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora