Do All Star Ao batom vermelho (Em revisão)

Capítulo 40

Hadley

A cada dia que passa Mirely testa ainda mais a minha paciência.

Ontem ela deu em cima de James e por pouco eu não avancei nela! Mas meu namorado me ajudou a exercitar o meu autocontrole. Afinal partir para a violência não é legal.

Acabei de chegar na escola, até agora o James não chegou. E nem me ligou... Será que ainda está dormindo?

Ligo para ele mas só dá caixa de mensagem.

O primeiro horário passa, o segundo e o terceiro. Nada dele chegar.

Começo a ficar preocupada, meu coração fica acelerado, será que aconteceu algo? Eu já devo ter ligado umas quarenta vezes. Já cansei de ouvir aquela voz irritante da caixa postal.

Fico olhando os segundos se passarem lentamente no relógio. Por que quando nós queremos que o tempo passe rápido ele simples demora a passar?

Para piorar a situação nem o Bryan veio. A Andrea não é amigável para que eu pergunte.

O jeito é esperar.

- Quero que vocês resolvam essa folha de questões, devem trazer pronta amanhã. - a professora de física diz e bate com força em minha mesa.

Nem percebi que acabei dormindo na aula.

- Acorda preguiçosa! A física te espera. -ela sorri e continua entregando as folhas.

" A Física te espera. "

Reviro os olhos de tanto tédio ao olhar para aquela folha de exercícios. Não estou nem um pouco afim de fazer isso hoje.

Olho o relógio e para a minha surpresa já estamos no último horário.

Poxa eu dormi muito! Porém não me admira que não tenham dado falta de mim, sempre fui excluída. E sem James aqui, não tenho ninguém para conversar.

O sinal toca e eu arrumo rapidamente as minhas coisas.

***
Já são quase sete horas da noite... E nada do James me retornar!

Mandei mensagens, liguei, fiz tudo o que pude!

Acabei me dando conta de que não sei onde fica a casa dele, nunca fui lá.

Ótimo Hadley, você não pode fazer exatamente nada para resolver essa situação!

Vou para o meu cantinho porém isso não ajuda muito, me sento no sofá com as almofadas de personagens e olho para a aliança em meu dedo.

Realmente James já faz parte de mim. Quer dizer... Eu nunca ficaria ligando para uma pessoa ou mandando mensagens só porque não a vi em menos de algumas horas.

Olho em volta e acho nossas fotos na parede.

Reparo bem na minha expressão ao lado dele. Pareço outra pessoa, é uma versão mais feliz de mim. Com certeza fico mais bonita com a sua companhia.

Decido fazer um presente para ele. Depois de dar umas boas broncas por me deixar sem notícias é claro!

James

- Mano acorda! - sinto alguém balançar meu braço.

- Já vou... Só mais cinco minutos... - resmungo e continuo dormindo.

De repente sinto meu rosto molhado. Dou um pulo da cama.

- Bryan! Você está louco? - falo com raiva.

- Você não acordava! - ele grita - temos que sair agora! Se troca rápido.

Vejo que deve ser algo sério pois Bryan só age assim em situações que são relevantes.

Me troco rapidamente, olho no relógio e ainda nem são quatro da manhã.

Entro no carro irritado.

- Pode me dizer o que houve? - falo já me arrumando no banco do carro.

- Mamãe e papai foram na frente de táxi, e deixaram o carro para eu dirigir e te levar. - diz começando a pegar estrada.

- Onde estamos indo? - digo ainda sonolento.

- Para a fazenda da vovó. Ela passou mal. E pediu que todos fossemos vê-la.

Putz! Minha vó? Agora vi que o assunto é sério.

Vovó Nora tem problemas cardíacos já faz um tempo. Minha tia mora com ela na fazenda, para cuidar e medicar.

Lembro que tenho que avisar a Hadley sobre essa minha viagem inesperada.

A fazenda da vovó fica em uma cidade bem distante.

Procuro em meus bolsos e... Essa não!

Esqueci o celular. Que burro! Quem hoje em dia esquece o celular? Só eu mesmo...

Não consigo mais dormir na viagem, apenas troco algumas palavras com Bryan tentando tirar o clima tenso.

Depois de algum tempo chegamos ao nosso destino.

Corro para dentro da casa e vejo meus pais na sala.

- Mãe porque está chorando? - digo abraçando-a.

- O médico disse que mamãe tem poucos dias de vida. - fala aos prantos.

Seguro o meu choro, preciso ser forte e cuidar da minha mãe.

Além do mais tenho que ver minha avó, e não posso contar nada a ela. Nossa família preferiu assim.

Bryan chega e fica consolando a mamãe.

Entro no quarto da minha avó e lá estão ela, meu pai e minha tia.

- Oi vó! - vou até a cama onde ela está deitada e beijo sua testa.

Não chore James, não chore.

Desde pequeno sou acostumado a vir na fazenda da minha vovó em todos os finais de semana. Ela é minha segunda mãe.

Porém depois dos problemas de saúde, Nora não tem mais o mesmo pique para cuidar da gente. O médico disse que ela precisava de repouso. Por isso só a visitávamos duas vezes no mês.

Só que mesmo vendo pouco minha segunda mãe isso não diminuiu em nada o amor que sinto.

- Bebezão. - ela segura minhas mãos e beija meu rosto.

Bebezão sou eu porque sou um minuto mais velho, e Bryan ela chama de bebezinho. Fazer o quê... Vó é vó.

- Como a senhora está? - falo me sentando na beirada da cama.

- Estou melhorando. O médico me disse que foi só um susto. E que eu podia aproveitar meu tempo com vocês, já que vão passar um tempo aqui.

Seguro a emoção para não lhe contar a verdade.

- Isso mesmo vovó! Você já está melhorando e deve aproveitar enquanto estamos aqui!

Nora dá um sorriso feliz e aperta minha mão.

- Eu amo você meu netinho. - diz olhando bem dentro dos meus olhos.

Nessa hora eles ficam marejados.

- Eu também te amo vovó. Muito! - a abraço de leve.

***

Está sendo muito difícil esses dias aqui...

O clima tenso fica no ar quando minha avó não está por perto.

É horrível saber que o amanhã virá e ela não estará mais conosco...

Eu preciso muito de consolo, de um ombro amigo. Estou me fazendo de forte mas antes de dormir eu choro, sem que ninguém veja.

Que falta a Hadley me faz. Queria que ela estivesse aqui, para conversar comigo, ou até mesmo só para me fazer companhia. Isso já me traria um grande alívio.

Tentei ligar para ela do celular de Bryan mas aqui não temos sinal.

Não conseguimos avisar a ninguém sobre nossa viagem inesperada.

Hadley deve estar desesperada.