Capítulo 2

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Hadley

- Então alunos e alunas, hoje o desafio é: Desenhar seu colega! - tia Carmem diz toda animada.

quêDesenhar alguém?

Já olho para ela com expressão de poucos amigos, sei que está fazendo isso para que eu tenha novos amigos. Mas não quero que seja assim, quero que alguém se atraia a mim pelo que sou, pelo meu jeito.

- Vou separar as duplas!

Além de tudo, é ela que escolhe?

Balanço a cabeça em modo negativo e olho ao meu redor. Todos já tem seu grupinho.

Os nerds - Cinco meninos que só falam coisas que só eles entendem! É muita linguagem sobre programação... Não entendo nada!
Os Bagunceiros - Dez meninos que só fazem fingir prestar atenção na aula e quando você menos espera...Pow! Uma bolinha de papel te atinge.
As patricinhas - Três meninas que amam rímel, e só falam em marcas de bolsas, sapatos, sobre o que vão comprar para a festa do fim de semana e blá blá blá.
E por fim os irmãos gêmeos que não sei o nome, só sei que um deles foi o que não deixou aquele garoto zombar de mim na aula de informática.

- Hadley e Bryan.

Quem é Bryan? Como não sei, continuo em meu lugar e logo ele aparece.

É um dos gêmeos, os dois são idênticos, nem sei diferenciar. São altos, moreno claro, cabelo liso e castanho claro e olhos verdes.

- Oi. - diz Bryan.

- Hi! - falo e abaixo a cabeça.

- Então quem vai desenhar primeiro?

- Pode ser eu? - pergunto já pensando em como será a pintura.

- Claro. O que eu faço?

- Apenas não se mexa.

Ele fica ali aparado sem falar nada e eu começo a desenhar um esboço de seu rosto. O trabalho é demorado e tedioso, já que não o conheço, e ele parece nem se importar.

- Espera um pouco vou beber água. - fala e sai da sala.

Ótimo, mas um para lista dos que fogem de mim.

Cinco minutos depois ele volta.

- Pronto pode continuar.
- Ok. Ah... Obrigada por ter me ajudado a apresentar bem minha resposta, aquele garoto estava tirando minha concentração. - digo meio envergonhada.
- Ah... Aquilo? Ah não foi nada. - fala e mexe no cabelo.
- Ei! Preciso que fica quieto!
- Desculpa. - dá um sorriso amarelado e volta a ficar parado.

***
- Só mais um traço, e... Pronto! - finalizei sua pinta que tem perto da orelha.

Viro a pintura para ele e Bryan se impressiona.

- Uau ficou igualzinho! Obrigada. Nem vou chegar perto, sou um péssimo desenhista.
- Que nada! Não é tão difícil.

O sinal toca e ele sai correndo para falar com o irmão, me deixando ali sozinha. Mas tudo bem, já sou acostumada.

- Tia Carmem! Porquê fez isso?
- Isso o quê minha menina?
- Você sabe... O trabalho! Em dupla? Sabe que não sou amiga de ninguém!
- Está na hora disso mudar Hadley! Não pode ficar trancada em seu mundinho para sempre.
- Mas tia...
- Nem me venha com "mas", eu sei que é difícil superar a dor da morte dos pais, só que você tem que viver Hadley, tem que ter amigos, tem que se apaixonar, tem que sair, como uma adolescente normal!
- Eu... Não consigo!
- Dê uma chance a si mesma garota. Você consegue sim! Entre querer e poder existe o: tentar. Então tente minha flor.

Dou um longo suspiro e encaro tia Carmem.

- Tudo bem... Vou pensar no que disse.

Bryan

- Mano aquela menina esquisita até que desenha bem! - falo para James  meu irmão gêmeo.
- Não acho ela tão esquisita. Eu tive que suportar aquela chata da Andrea.
- Ah para! A Andrea é muito gata! Você é bobo demais. Faria tudo para ficar perto dela.

Falo e ele se espanta depois para por um momento.

- Você ouviu o que acabou de dizer? - James me pergunta.

- Eu disse que faria de tudo para ficar perto dela.

- Isso! Então pode ficar! - James diz empolgado.

- Como? Não vou sentar perto dela sem nem conhecer.

- Você tem uma falta de capacidade intelectual às vezes né Bryan?

- Está dizendo que sou burro? Quem pensa que é?

- Seu irmão mais velho! 

- Por um minuto cara! Um minuto!

- Um minuto é muita coisa, são sessenta segundos e vários milésimos e com certeza uma dorzinha em nossa mãe na hora do parto. - esse James! Sempre achando argumento para tudo.

- Vamos voltar ao assunto! Como vou chegar perto da Andrea?

- É simples... Vamos trocar de dupla!

- Eu não vou chegar na professora e pedir para trocar!

- Ô Burro! É para a gente fingir ser o outro!

- Eu não sou burro mano! Mas gostei da ideia.


Do All Star Ao batom vermelho (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora