A faca que estava em minhas mãos recordava as adagas que um dia eu comandava.
Me posicionei atrás da garota, seu perfume era doce, tinha cheiro de morangos silvestres.
Coloquei a faca perto de sua barriga, não cheguei a encostar, seria idiotice da minha parte se eu fizesse isso, aos poucos fui aproximando, devagar, sem a garota notar minha presença.
Mas que porra eu estava fazendo?
Larguei o objeto afiado de lado e saí de perto da jovem, meu instinto de assassino estava tão grande assim? Eu mataria ela realmente? Eu não estava respondendo por mim mesmo mais.
Eu sentia coisas estranhas quando estou com ela, arrepios, coisas esquisitas na barriga, sorrisos bobos e o instinto de proteção.
Eu tinha quase acabado de matar uma moça gentil, meiga, e bondosa, eu realmente era um mostro, isso é um fato, mas como eu conseguiria fazer aquilo? Era como se não fosse eu tendo aqueles pensamentos.
Isso era coisa de meu pai? Odin controlaria a minha mente, me fazendo matar ela? Eu não entendia o motivo pelo qual ele queria acabar com ela, me ajudar, com certeza não estava nos planos dela, Odin seria tão egoísta e tão mau ao ponto de mata-la só pela sua ação de caridade?
Voltei para o local que clara estava, agora ela estava secando as vasilhas e as guardando em seus devidos locais, ela notou minha presença rapidamente, diferente da vez anterior.
Ela riu para a cara de viajado que eu fazia, ela era fofa rindo, confesso.
-Que tal compararmos sorvete mais tarde? Já comeu isso? - sua empolgação era aparente, nenhum ser humano que tenha o minimo de compaixão negaria
- e o que seria isso? Uma nova variante de hambúrguer? - a garota sorriu e secou as mãos com o pano que estava em seu ombro.
- é uma espécie de gelo cremoso com sabor, é q coisa mais maravilhosa do mundo inteiro.
- duvido que seja melhor que hambúrguer.
- você verá - ela piscou para mim e foi pra varanda.
E foi naquele momento em que eu percebi uma coisa
A crosta de gelo que sempre habitou em meu coração estava se descongelando com o fogo de seu amor e de sua compaixão, e eu estava finamente me apaixonado pela garota dos olhos claros; achei que fosse impossível, mas eu realmente sentia isso.
A garota estava brincando com um gato que parou em sua varanda por acaso, ela me disse uma vez que o pequeno animal barulhento era o seu ser irracional preferido.
O gato tinha pele cinza e manchas brancas, ele rosnava e se esfregava em clara, que tinha se apaixonado pelo bichinho.
A pulseira de meu braço brilhava mais que nunca, mas não aconteceu nada, eu não tinha mais esperanças de ter meu poder novamente, e em alguns momentos, os que eu estou com ela, me fazem esquecer de que um dia eu tive poderes.
-Eu vou tomar um banho antes, pra gente ir na sorveteria, tudo bem?
-claro, irei esperar aqui.
Em poucos minutos ela saiu do banheiro com seu macacão jeans e blusa listrada, uma peça de roupa tão simples mas que as deixava bonita, as roupas de Asgard a cairiam muito bem, seu corpo parecia que tinha sido traçado pelos deuses.
Eu aproveitei e tomei um banho para esfriar a cabeça, a água escorriam pelos meus longos cabelos, me relaxando, era uma sensação de calma, a água que batia nas minhas costas era como uma massagem, em menos de 5 minutos eu tinha saido do chuveiro vestido a roupa que escolhi para ocasião, não tinha tantas peças mas tentei achar uma combinação que caísse legal, por fim a escolha foi uma calça jeans e uma blusa branca, a blusa não importava, já que eu teria que usar um moletom preto estampado.
-está pronta, madame? - digo
-sim, vamos? - ela pega a chave do carro, e eu logo tomo de suas mãos.
-eu dirijo hoje, baby.
Ela logo caminha até o carro, e entra pelo banco do carona, assim que encaixo a chave no local certo e começo a dirigir pela estrada, o local era longe, mas Clara me dava as informações corretas para chegar até lá, no caminho escutamos as suas músicas preferidas, e ver a garota cantando com seu timbre desafinado, era extremamente engraçado.
Chegamos no local, tinha uma luz de led que era totalmente forte, dentro tinha uma placa enorme no fundo da bancada, o lugar tinha parede e teto com madeira instalado, era bem chique.
Clara pediu o primeiro sabor de sorvete, baunilha, no início achei estranho, mas por fim comi 12 sabores diferentes.
-Quer ir embora? - pergunto e ela concorda com a cabeça.
Sento no banco do motorista e a olho, sua boca estava toda suja de sorvete, a zoei pela cena, ela tímida era a coisa mais fofa do mundo.
O caminho de volta foi silencioso, novamente minha pulseira brilhou, não um brilho estrondoso, estava parecendo uma pulseira neon.
Estacionei o carro em seu lugar, Clara estava sentada ainda, não havia tirado o sinto e nem sequer se movimentado.
-ta tudo bem? - coloco a mão em seu ombro.
Ela de repente me agarra pela gola de meu moletom, fazendo nossos rostos quase se colarem.
🐈
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A grande mentira
RomanceLoki, acaba sendo expulso de asgard graças as trairagens que cometeu anteriormente, sem poderes, sem roupas "normais" e com a policia atrás dele, o ex príncipe acaba encontrando Clara, uma menina que acabou abrindo uma lanchonete para ter o seu sonh...