Capítulo 2: Beomgyu quebrador de tabu [Parte 2]

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O sinal ressoou assim que Taehyun colocou os pés no portão de entrada, completamente ofegante após ter corrido vários quarteirões até a instituição. O garoto soltou um longo suspiro, aliviado por ter conseguido chegar a tempo. Se chegasse mais alguns minutinhos depois, obrigatoriamente seria designado para sala da inspetora Miung para assinar a lista de atraso, podendo somente ingressar na aula no segundo tempo.

Contudo, sequer teve algum tempo para respirar e se recuperar do cansaço, pois continuou a correr rumo à sala de aula, tentando a todo custo não ceder mesmo que seus pulmões estejam implorando por algum descanso.

Taehyun continuou a correr loucamente driblando vários alunos ao decorrer do seu trajeto, igualmente em cima da hora que nem ele, até que, finalmente, obteve um deslumbre da porta de sua sala. Diminuiu, assim, os seus passos e abriu a porta de madeira quase que violentamente atraindo a atenção de todos os seus colegas que agora não tiravam os olhos de si enquanto andava até sua habitual carteira.

Um fato a ser dito: Taehyun nunca se atrasava. Ele era o típico nerd cujo os professores faziam questão de exaltar. Perfeitas notas, extremamente pontual, uniforme sem qualquer amasso, excelente comportamento dentro de sala de aula, boa organização, disciplina estudantil, enfim, um exemplo de aluno modelo. Mesmo que tecnicamente não esteja atrasado, era incomum vê-lo chegar em cima da hora e, mais incomum ainda, é vê-lo neste estado: Seu cabelo loiro desgrenhado, onde sua franja cobria totalmente seus olhos, dificultando sua visão de enxergar com clareza. Suas roupas bagunçadas, alguns botões da sua blusa estavam soltos expondo um pouco de pele abaixo da sua clavícula. Para completar, seu rosto inteiro estava vermelho, testa úmida de suor com alguns destas gotículas pingando na lateral.

Pelo amor de Deus, ele tinha o maior cuidado com sua aparência. Nunca houve uma vez sequer que pareceu tão relaxado. Graças a isso, Taehyun teve que ouvir murmúrios em seu nome a manhã inteira. Até seu professor ousou perguntar se o garoto estava bem, obrigando-o a controlar-se para não demonstrar sua clara frustração.

Quando bateu o sinal exatamente às 12 PM, o garoto recolheu seu material às pressas jogando-os em sua mochila ao mesmo tempo que torcia silenciosamente para que o professor não o chamasse para conversar.

- Senhor Taehyun.

O loiro amaldiçoou tudo ao seu redor, antes de se virar para atender o professor Killow, apertando um pouco mais forte a alça da mochila.

- Sim?

- Espero que sua atitude não se repita. Mantenha-se na linha e não vire um delinquente, senhor Kang. Dispensado.

A voz fria do senhor Killow alfinetou sua ira. A sua primeira vez cometendo um erro já tornou-se razão de julgamento, de vigília, de repressão. Sua ficha de outrora limpa fora completamente ignorada. Nenhum "o que houve?" ou um algum pedido de explicação, nada disso. Ele tinha que ser perfeito o tempo todo, nos menores dos deslizes seria descartado.

Um desejo ensurdecedor de se explicar veio a sua garganta.

Mas sabia que não valia a pena...

- Desculpe.

Então contentou-se em abaixar a cabeça, saindo pela porta, com a sensação pesada em suas costas por algo que fugia completamente da sua alçada.

Sua passeata fora calma, sem pressa desta vez, pelos corredores até o refeitório para encontrar-se com seus amigos, que provavelmente já estavam o esperando. Nestes poucos minutos caminhando, analisou cada canto do seu colégio que normalmente passava batido.

Quando você permanece por muito tempo em um lugar, preso a uma rotina, é de praxe que tudo ao redor torna-se insignificativo. Não se sabe ao certo o porquê da análise repentina, talvez seja seu senso de urgência em apagar as cenas anteriores, distraindo-se com qualquer coisa, talvez alguma coisa que chamou sua atenção. De todo modo, apenas peregrinava sem compromisso enlevado com pequenos detalhes ignóbeis. Como o chão revestido por sujeira, como pacote de biscoitos vazios. Algumas pilastras com adolescentes escorados do sexo oposto muito próximos um dos outros, a grama do outro lado faltando polir... Alguns alunos amontados no meio do corredor, conversando alto e rindo de besteiras supérfluas. Os inspetores, monitorando discretamente os discentes em sua cacofonia, na sua ronda habitual.

Itazura na Kiss:  𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐢𝐧 𝐊𝐨𝐫𝐞𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora