não consigo tirar da minha cabeça
esses olhos que eu nunca vi tão perto
a ponto de bater o cílio no meunão me canso de reviver os momentos
em que passei por esses olhos
de longe, de perto
mas nunca por muito tempo
antes da covardia voltar
e eu desviar o olhare a minha mente repete a lembrança
daquele sorriso de canto
trocado naquele corredor
que minha mente nem sabe se foi pra ela
(mas como gostaria que fosse)não sai da mente o sorriso entreaberto
eu penso se eu tô errado ou se eu tô certo
em cultivar esse bem querera culpa me arrebata
por que há quem ame os olhos também
inclusive que os encare
mais do que eu consigo
que encare além deleshá quem conviva com os olhos
e há quem os olhos admirem
e minh'alma inveja aqueles que são
encarados pelos olhos que encaram
com tanto fervor quanto eu o façoo problema é que já tem alguém do seu lado
e eu me sinto tão errado em tentar me aproximar
por isso mantenho a distância necessária
pra que não se esqueça, minha cara
que ao meu lado é um bom lugara culpa, novamente
me culpando por sentir
faíscas encandescentes na barriga
borboletas queimando por dentro dela
felizes, batendo as asas
como se os olhos tivessem beijado a dona delas
(não aconteceu)e nada tem dado certo
com relação aos pares de olhos semicerrados
que encaram como gatos
dizendo para se aproximar
(mas depois eles se afastam)assim, eu encaro de longe
os olhos expressivos que encaram também
não me permitindo caminhar até lá
e ser rejeitada novamente
como tem sido há um tempomais que isso eu não vou fazer, não
apesar de querer
e como eu quero
e como eu queroos olhos talvez
não façam ideia do quanto eu quero
encostar meus cílios nos dele
e como eu gostaria de
encostar minha alma na dele
e entrelaça-las cuidadosamente
pra que não se solteme como eu quero, e como eu quero