Capítulo 53.

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Addison

Meredith estava estranha.

Eu havia percebido sua agitação desde manhã, mas agora a noite tudo estava mais intenso.

O que será que estava acontecendo?

Decidi dar espaço para ela. Às vezes poderia ser algo no trabalho ou com a família.

Mas ainda assim eu sentia algo diferente no ar.

Estávamos agora há quase vinte minutos em uma das milhares estradas norte-americanas.

— Acho que sei para onde vamos. — brinquei.

Ah, é? — ela perguntou. — Onde?

Eu não tinha noção de para onde estávamos indo.

— Se eu acertar você me fala? — perguntei tentando ganhar tempo para pensar em algum lugar.

— Falo. — ela riu.

Hmmm... — tentei pensar em algo e o primeiro lugar que me veio à mente foi o morro onde eu havia a levado em nosso primeiro encontro. — Para o nosso morrinho? — arrisquei.

— Eu sabia que deveria ter feito outro caminho. — ela respondeu. — Mas ele era maior, ia demorar mais.

Arregalei os olhos.

— Eu acertei? — perguntei surpresa.

— Acertou, meu amor. — ela me olhou.

— Meu Deus! — comecei a rir.

— O que foi? — ela começou a rir também.

— Eu chutei total. Não tinha ideia de para onde estávamos indo. — expliquei.

— Não creio que entreguei tão fácil assim. — ela balançou a cabeça negativamente.

— Poxa, realmente uma pena.

— Você é muito boba, Addison. Vou comer todas as fatias de pizza sozinha só de raiva. — ela falou.

Ri alto de seu comentário.

— Eu duvido.

Meredith me olhou e revirou os olhos.

Poucos minutos depois observei-a virar o carro para a pequena e estreita estradinha de terra, a qual permanecemos por alguns minutos até avistarmos a enorme árvore no final da trilha.

Meredith estacionou o carro próximo à árvore, deixando os faróis ligados para termos uma iluminação.

— Vem. — ela falou já saindo do carro.

Soltei o cinto e a acompanhei.

Vi que ela pegou algo no porta-malas do carro e logo se aproximou de mim. Caminhamos até embaixo da árvore.

— Me ajuda? — ela pediu, apontando para uma toalha quadriculada em suas mãos.

— Olha, dessa vez nós temos uma toalha! — brinquei.

— Bobona. — ela respondeu me entregando a ponta do tecido, que em poucos segundos já estava estendido sobre a grama.

— Vou pegar nossas coisas. — ela falou.

— Ok, princesa. Quer ajuda?

— Não precisa, amor. Fique em paz.

Observei-a se afastar indo em direção ao carro. Voltei minha visão para a cidade abaixo de mim.

Era impressionante como dali era possível enxergar cada pontinho de luz, cada farol de carro se movendo por entre as ruas, cada casinha e prédio.

A selva de concreto apesar de estressante e barulhenta, quando vista do alto trazia certa paz.

The Rain - MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora