─ Quais são as suas lendas favoritas? ─ perguntou a professora Anne.
─ Certamente, a minha favorita favorita é a lenda brasileira da Iara... é tão antiga e interessante! ─ gritou JL.
─ Muito obrigada, Joana Lúcia, perdão, JL. ─ respondeu a professora, gentilmente. ─ Alguém mais?
─ Eu acho que a lenda dos miraculous é bem mais interessante. Heróis espalhados por toda a América, em parte da Europa, ná Ásia e na África! É claro que a Ladybug e o Chat Noir são os mais famosos, mas é impressionante pensar que haviam portadores dessas joias pelo mundo inteiro! Na teoria, claro. ─ disse Kristen.
─ A lenda dos miraculous é boa mesmo. ─ falei. ─ Mas eu gosto da teoria de que a rainha Elizabeth XXX é imortal. Sabe, realmente parece verdade. Ela tem a mesma cara desde que eu nasci! E eu pesquisei e fiquei sabendo que há mil anos pensavam isso também da rainha Elizabeth II.
─ Essa é uma teoria engraçada, mas creio que esteja mais para um meme do que uma lenda, Alex.
─ Mas mesmo assim é incrível! ─ respondi, sorrindo.
A aula de história era a melhor! A Srta. Anne sempre soube contar a história do mundo como uma fofoca. Ela sempre deixou claro que ela ama lendas e acredita em algumas, como a da Ladybug e do Chat Noir. Não há fontes históricas concretas de que eles existiram, só algumas fotos, que podiam ser de pessoas fantasiadas dos personagens dos filmes e dos quadrinhos, e a maioria das pessoas acreditam nessa possibilidade. Eu sou parte dessa maioria, mas Kristen, não.
A aula havia acabado. Era hora da aula de ciências, a com a segunda melhor professora, a sra. James. Ela nos deixava chamá-la somente de Raven.
Estávamos ansiosos pela chegada de Raven à sala, mas quem apareceu foi um homem.
─ Olá, gente, eu sou o senhor Williams. A senhora James está de licença por conta de problemas familiares e eu estou aqui para substituí-la até o fim do mês. Antes de qualquer coisa, eu vou fazer a chamada para me familiarizar com os seus nomes, okay? Alex Dupãe.
─ É Dupain, professor. ─ falei.
─ O mesmo sobrenome da Ladybug! ─ exclamou Kristen.
─ Certo. Obrigado, prazer em conhecer-lhe, Alex. Andy Johnson. ─ Ouviu-se a resposta do garoto.
***
─ Vamos sair hoje? ─ perguntou JL.
─ Não posso hoje, eu e o Andy temos que trabalhar na padaria.
─ Mas é a terceira vez nessa semana! ─ gritou Kris.
─ O que eu posso fazer? Meus pais precisam da nossa ajuda, e além do mais, é essa ajuda que banca os nossos passeios.
─ Hein, JL, cê vai sair comigo?
─ Bora!
─ Me chamem pro casamento de vocês que eu quero ser padrinho! ─ gritei, de longe.
─ Claro que vamos chamar, mas você vai estar ocupado na padaria! ─ gritou JL de volta.
JL e Kris não eram um casal de verdade. Ainda não eram. "Só amigas", como diria JL, mas quem mais disse "só amigos"? Adrien Agreste. Kris havia me viciado no diário da Ladybug. Era tão intrigante que era apaixonante.
No caminho para casa ─ um trajeto não muito longo, mas não pode-se chamá-lo de curto ─, Andy estava andando comigo. Vantagens de tê-lo como vizinho e "colega de trabalho" ─ trabalhávamos na padaria dos meus pais juntos para ganhar um pouco de dinheiro extra e gastá-lo ao sair com Kris e JL.
Estávamos conversando sobre memes do século XXI, certamente, os melhores. Dizem que a população tende a evoluir, mas acreditamos o contrário; os memes regrediram.
Ao chegar, deixamos nossas mochilas atrás do balcão e fomos à cozinha para limpá-la, pois meus pais não confiavam tanto assim em robôs que fizessem o trabalho: os filmes do século XXI sobre robôs eram um tanto assustadores. E além do mais, nossa família sempre acreditou no clássico e tradicional, pensamos que os pães e doces ficam melhores quando feitos por humanos, não robôs, não é à toa que o nossas receitas são colocadas na lista dos melhores do mundo, está no top três.
Além disso, colocar os robôs para trabalhar, faz pessoas perderem a oportunidade de emprego. No caso, colocar o filho e o amigo dele é mais barato do que comprar um robô e fazer a manutenção todos os meses. O salário que meus pais nos dão é de mais baixo custo que a manutenção de dois robôs.
***
Após a limpeza da cozinha, comecei a trabalhar no caixa, enquanto Andy ajudava no preparo dos pães.
Um homem velho entrou na padaria, ele parecia ter uns oitenta anos, pediu por um croissant doce e um salgado.
─ Pra já, senhor... ─ Deixei-o completar a frase com seu nome.
─ Fu. ─ Aquele nome... me parecia tão familiar, mas eu não lembrava de onde.
─ Deu dois e cinquenta.
Peguei seu pedido e o esperei estender o pulso para eu realizar o pagamento com seu chip ou entregar o dinheiro.
Perto da saída, o senhor acabou caindo, mostrando uma imensa dificuldade de levantar. Saí rapidamente da minha posição e o ajudei, com um sorriso no rosto.
─ Muito obrigado, senhor.
─ De nada, senhor Fu.
O dia correu normalmente, o trabalho acabou às seis e eu fui para o meu quarto para dormir. Havia uma caixinha na minha mesa, eu não fazia ideia de como aquele objeto foi parar lá. Abri a caixa e encontrei um par de brincos vermelhos com bolinhas pretas. Peguei as joias, com um certo receio, e delas saiu uma joaninha gigante, muito esquisita. Não estava assustado, parecia um brinquedo e era tão fofa!
─ Olá, Alex, eu sou a Tikki, seu novo kwami. ─ Por alguns momentos, fiquei levemente paralisado, em pensar que duvidei tanto da existência dessas criaturinhas.
─ Pera aí um momento... ─ Respirei fundo e continuei. ─ Isso existe? Pensava que eram só lendas!
─ É engraçado, né? Mas eu sou bem real! E você deve saber o porquê de eu ter sido enviada a você, né?
─ Os miraculous faltando na caixa... o da abelha e o do pavão continuam desaparecidos...
─ Sim, e agora podem representar uma real ameaça.
─ Mas por que eu? Podia ter escolhido a minha amiga, a Kris, ela é apaixonada pelos miraculous.
─ Porque você é descendente da Ladybug e do Chat Noir. Além de que... o Mestre Fu viu potencial em você.
─ Como assim? Ladybug e Chat Noir são meus ancestrais?
─ Eu vejo até uma semelhança, apesar da diferença na cor dos olhos e cabelo.
─ Mas o que eu devo fazer agora?
─ No momento, nada. Só encontrar o seu parceiro e escolher seu nome. Resolvemos marcar a patrulha para daqui a dez minutos, acho melhor você recapitular os nomes dos poderes logo.
***
O lugar marcado era em cima de um prédio. Me acostumar com o ioiô não foi fácil, mas eu peguei o jeito. Quando cheguei, lá estava ele: um garoto levemente mais alto que eu, ruivo, com olhos verdes; trajando um belo uniforme com um modelo parecido com o meu, com o tecido totalmente preto.
"Caramba, que homem lindo"
Pensei, me segurando para não rir.
─ Eu sou o Lord Bug. E você?
─ Kitto. Me chame de Kitto.
─ Como é que se escreve isso? Kírou?
─ K i t t o. ─ respondeu, rindo. ─ O Plagg também não gostou tanto assim.
─ Eu achei bonito, só meio complicado, mas bonito.
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Lembre-se de que nós existimos
FanfictionO quão reais as lendas podem ser? Alex nunca acreditou na existência dos miraculous, mas dois novos vilões o farão morder a língua.