O7 - Uma coelha e dois pombinhos

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(Forchou aqui, estou avisando q esse cap tá sendo narrado pelo Andy. Só isso kkkkk)

─ Eu acho que não faz sentido escondermos as nossas identidades. Tipo... Pensa bem, não há chances de sermos akumatizados. E... Duas pessoas já sabem quem eu sou.

Eu não soube o que responder por alguns segundos, era estranho demais. Bom, eu já tinha uma leve noção de quem ele era. Percebi que Lord Bug era o Alex dois meses atrás. Quem eu amava e precisei de uma segunda identidade para perceber ─ seria cômico se não fosse trágico ─.

─ Eu tava querendo dizer o mesmo há muito tempo, mas achei que fosse soar bobo, então fiquei calado. ─ respondi e ele abriu um sorriso tão grande que parecia que seu rosto rasgaria. ─ A gente... Vai se revelar agora?

─ Só se você quiser. ─ respondeu, claramente surtando.

─ E EU QUERO! ─ falei, sem nem dar um segundo de silêncio.

Quando ele disse "transformar", não senti um pingo sequer de surpresa.

─ Esconder garras. ─ falei, abraçando-o logo em seguida, sem deixá-lo chegar a ver meu rosto.

Aquele eu acho que foi o melhor abraço que eu e Alex já demos em doze anos.

─ Você... ─ começou a falar. ─ Andy... Eu... Eu realmente não sei o que dizer. Era você! Por quem eu... ─ Eu ficava mais nervoso a cada palavra dita e cada palavra não dita.  ─ Eu acho que eu estou...

─ Está...? ─ perguntei, desesperadamente.

─ Apaixonado, talvez. ─ Disse ele, como se tivesse arrancado um peso acumulado em suas costas durante anos, mesmo que tenham se passado somente alguns meses.

Aquilo era o que eu mais queria ouvir, mas eu não havia me preparado. As conversas noturnas com JL e Kris ─ vulgo "as super detetives" ─ não me prepararam para isso.

─ Você não vai falar nada? Tá me deixando realmente agoniado. ─ falou, quebrando o silêncio ensurdecedor que eu havia causado. ─ Se você não sentir o mesmo, faz que não com a cabeça, e se sentir, você... ─ Eu não sabia mais o que eu estava fazendo. Puxei-o para perto e o beijei. Rápido, mas ainda foi um beijo.

Seus olhos estavam fixos nos meus e ele estava sorrindo, sorriso esse que me fez ter um... "Bi panic".

─ Por que parou?

Essa resposta me deixou em uma mistura de sentimentos: o duplo "bi panic", alegria, amor e muita, muita vontade de beijá-lo de novo. E foi o que fiz.

─ Sim. Eu sinto o mesmo. ─ falei, encostando minha testa na dele. ─ E eu sabia que era você. É um péssimo mentiroso.

─ Eu literalmente contei o meu sobrenome pra você, não tem como você não saber. ─ respondeu, rindo.

Aquele era o nosso momento, uma paz maravilhosa, uma paz que ninguém tiraria de nós, e esse momento durou vinte e oito segundos.

Um brilho branco surgiu ao nosso lado, e dele saiu uma mulher com o cabelo rosa vestida de... Ah não. Bunnix. A Bunnix que sempre aparecia nos piores momentos possíveis. Ela era exatamente como Marinette a descrevia em seu diário, não tinha como não ser ela.

Alex pareceu perceber alguns milissegundos depois de mim, pouco antes de ela dizer:

─ Desculpa por atrapalhar o momento dos pombinhos aí, mas a presença de vocês está sendo solicitada no passado.

─ Pera... Quê? ─ Alex perguntou. ─ MEU DEUS, VAMOS VIAJAR NO TEMPO? EU NÃO TENHO ROUPA PRA ISSO!!! ─ gritou, me chacoalhando. ─ PRA QUE ANO VAMOS?

─ Dois mil e dezoito. ─ respondeu, com calma, uma reação completamente oposta à de Alex.

CARAL... ─ foi interrompido por mim, tampando sua boca antes que terminasse a palavra.

─ Não agora, Alex, estamos em um ambiente profissional agora. ─ falei, soltando sua boca.

Eu falava com calma, mas eu estava totalmente surtando, era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo: primeiro, Alex se declarou pra mim e se revelou; segundo, eu me revelei pro Alex e me declarei pra ele; terceiro, eu beijei ele; e por último, mas não menos importante, UMA VIAJANTE DO TEMPO SURGIU NA NOSSA FRENTE, FALANDO QUE IRÍAMOS PRA MIL E QUARENTA ANOS NO PASSADO!

─ Vamos logo, Ladybug e Chat Noir estão esperando.

Os olhos de Alex se arregalaram muito e ele ficou pensando por dois segundos.

─ Mas... 'Pera' aí... Eu sou tatara, tatara, tatara, tatara, tatara, tatara, tatara... Ah... Enfim, descendente deles!

─ E o que que tem? ─ perguntou ela.

─ Chat Noir é um sentimonstro! Isso faz de mim um também! E isso significa que o Shadow Moth pode me controlar com o objeto da Emilie! ─ falou ele, desesperado, e Bunnix começou a rir.

─ Ok, pra começar, é Monarch; e você não tem ligação sanguínea alguma com o Adrien, sentimonstros são inférteis. Você é descendente biológico da Ladybug, isso sim.

─ ISSO QUER DIZER QUE EU SOFRI TUDO ISSO ATOA? ─ gritou, olhando para a Tikki.

─ Eu não sabia, Marinette e Adrien ficaram uns seis anos sem usar os miraculous, e quando voltaram a usar, eles já tinham filhos e não me falaram nada.

─ Também achei que o Louis e o Thomas eram filhos dos dois. ─ disse Plagg.

─ Ou seja, você não precisa se preocupar, Alex. Vamos logo! Eles estão esperando! Não como se esse tempo que estamos demorando fosse fazer alguma diferença pra eles. ─ falou Bunnix, abrindo um portal branco, pelo qual entramos.

Lembre-se de que nós existimosOnde histórias criam vida. Descubra agora