Capitulo VI

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-Você tem certeza?- Falei, apertando meus olhos em direção ao homem.

- Eu não sei, eu acho que sim.- Luke suspirou parecendo cansado.

 Talvez se fomos até ele, podemos descobrir se ele te conhece de algum lugar.

   Luke assentiu e nós corremos até onde o homem estava, diminuindo o passo quando chegamos perto dele, eu sorri o mais amistosa possível e parei em frente a ele.

- Com licença o senhor precisa de ajuda?- perguntei.

- Não, eu preciso de um táxi, é diferente.- o homem falou soando irônico.

- Quando ela perguntou se queria ajuda, ela queria falar sobre conseguir um táxi senhor. — Luke falou em um forçado tom calmo.

O homem se virou e olhou para luke pela primeira vez,  parecendo um pouco surpreso, mais sua surpresa durou pouco, pois ele rapidamente desviou o olhar, e caminhou para a ponta da rua sacudindo a mão ainda mais, até que um táxi parou.

-Obrigado pela ajuda.- O homem sorriu antes de falar algo para o motorista e ir embora.

- Cara estranho- falei, enquanto caminhavamos de volta para onde o carro estava estacionado só para comprovar que Ebby ainda estava falando ao telefone.

Luke se manteve em silêncio durante todo o resto do caminho, o que me deixou preocupada, eu não pude falar com ele enquanto dirigia .Ebby havia se encontrado com o Tom pouco antes de irmos embora, e eu tinha que admitir que pela primeira vez, eu estava sentindo falta da sua falação exagerada.

Quando chegamos em casa eu rapidamente fui para o meu quarto , Luke fez o mesmo, ele estava estranho desde que falou com o homem, e eu tinha a sensação de que qualquer ligação que Luke pudesse ter com aquele homem, não seria boa.

Tomei um banho quente e vesti um pijama qualquer, depois caminhei até a cozinha, colocando um pouco de água para ferver, era incrível o quanto a temperatura havia caído tão de repente, encostei-me na  parede e suspirei, eu me sentia confusa sobre o modo como as coisas haviam mudado atualmente, eu estava acostumada a trabalhar durante toda a semana e passar o fim vegetando em frente a TV ,  lendo algum livro ou trocando os móveis de lugar, eu sabia que não tinha uma vida social muito movimentada , mas eu me sentia bem, e agora,desde que Luke apareceu , minha vida estava movimentada , eu tinha um objetivo, que era  ajuda-lo a lembrar do seu passado, e por incrível que pareça eu me sentia bem com isso, muito melhor do que como eu me sentia antes.

- Uma moeda pelos seus pensamentos. - Ele falou, chamando minha atenção em sua direção.

-Não estava pensando em nada importante, só em o quanto a minha vida tem estado agitada ultimamente. - Falei, colocando a água quente em duas canecas e os sachés de chá em cada um deles, pegando um copo e entregando o outro a ele.

-Sinto que essa agitação é culpa minha. - Ele falou coçando a nuca.

- Bom,  parte dela talvez. - Falei enquanto seguíamos para a varanda.

-Posso te fazer uma pergunta?- Ele falou encostando-se no parapeito.

- Depende, se vai perguntar a senha da minha conta no banco, sinto muito lhe dizer mais só tenho 10 pratas depositadas. -Falei, sentando-me no parapeito.

-Não se preocupe, suas 10 pratas continuaram bem guardadas, eu só queria saber por que você trabalha na cafeteria?Eu vi um diploma de Harvard com seu nome na parede.

-Fiz faculdade de medicina veterinária, mas nunca exerci a profissão, minha mãe estava doente quando acabei a faculdade, eu até comecei a fazer estagio em uma clinica, mais o dinheiro era pouco então comecei a trabalhar na cafeteria, depois que minha mãe morreu, eu já estava estabelecida, então não quis trocar um emprego estável na cafeteria, por uma possível vaga em uma clinica veterinária local.

-Entendo. - Ele falou bebendo um gole do seu chá.

- Eu fico imaginando oque você fazia antes de perder a memória, será que você era um médico ou um advogado?- Sorri imaginando Luke vestido com um terno ou com um jaleco branco.

- Nah! Eu não lembro oque eu fazia, mas com certeza eu não era um advogado, não acho que conseguiria defender um assassino ou um psicopata.

-Bom ,isso é verdade. - Dei de ombros colocando a caneca ao meu lado.

Ele sorriu , erguendo a mão e pegando uma mecha solta do meu cabelo , colocando-a atrás da minha orelha.

-Me pergunto como alguém tão incrível como você não tem namorado.- ele falou se aproximando,o modo como ele estava me olhando era intenso o que me deixava particularmente nervosa.

-Não sou tão incrível - Suspirei engolindo em seco, seus olhos azuis cravados nos meus.

 -É verdade, você é mais do que incrível- ele sussurrou , encostando sua mão em minha bochecha, seu rosto estava tão próximo que eu podia sua respiração em meu rosto, e eu me vi esperando insanamente pelo seu beijo, fechei meus olhos sentindo o roçar de seus lábios nos meus, e quando estávamos quase nos beijando, o telefone tocou enchendo , me fazendo voltar à razão, afastei-o descendo rapidamente do parapeito.- Desculpe eu preciso ir atender.

-Tudo bem -ele falou afastando o olhar de mim para olhar a estrada.

- Alô.- bufei ,enxugando o suor das mãos no short do pijama enquanto atendia o telefone.

- Kimmy, sou eu , me ajuda!- Ebby soluçou do outro lado da linha.

- Ebby, oque aconteceu? Porque está chorando?- Falei alto o suficiente para chamar a atenção de Luke.

-Eu não sei quem eles são, eu não...- O telefone ficou em silêncio , e então uma risada masculina soou do outro lado da linha.- Olá minha pequena criança pura, eu estou com a sua amiga, e se quiser que ela continue viva, vai me encontrar amanhã as cinco ,em frente ao restaurante Sant Agnes, estarei esperando.- A linha ficou muda.

-Oque aconteceu? Você parece assustada.- Luke falou parecendo preocupado.

-Ebby foi sequestrada.

-Oque exatamente o sequestrador te disse?

- Ele me chamou de criança pura, e disse que quer me encontrar amanhã no centro.


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⏰ Última atualização: Apr 26, 2015 ⏰

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