3. A Infância de Inuyasha (primeira parte)

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Depois do parto dramático de Inuyasha, desnorteada e traumatizada, Izayoi passou a vagar como nômade, por várias cidades e vilarejos da Ilha Shikoku com o filho nos braços

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Depois do parto dramático de Inuyasha, desnorteada e traumatizada, Izayoi passou a vagar como nômade, por várias cidades e vilarejos da Ilha Shikoku com o filho nos braços. Sem dinheiro para pagar sequer por uma estadia em um hotel precário, se valia de casas abandonadas que ela encontrava pelo caminho e nelas se estabelecia temporariamente, amamentava o menino e cuidava da higiene de ambos, tomando banhos nas margens dos rios que encontrava pelo caminho...

Izayoi jamais compreendeu o porquê de Tōga ter lhe entregado uma de suas espadas e devido a forma como tudo aconteceu, ele não tivera tempo de explicar-lhe que aquilo era uma herança e um amuleto espiritual que servia para proteger a integridade física da criança, que carregava dentro de si parte de um sangue demoníaco que, sem o devido cuidado, poderia destrui-lo. Assim sendo, ela pensava que aquilo devia ser usado simplesmente como uma arma, caso alguém os atacasse no meio da jornada...

Um dia porém, ela encontrou em uma das casas abandonadas, uma velha espingarda, e como o objeto parecia não ter dono, levou-o consigo...

Tendo sido criada como uma aristocrata, Izayoi não fazia a menor ideia de como atirar... Mas ela sabia que aquele objeto poderia intimidar e afastar possíveis inimigos, apenas pelo gesto de empunha-lo. Apesar disso, não teve coragem de se desfazer da espada que seu ex-amante lhe confiara, apenas porque aquele item a fazia lembrar-se dele.

Passou então a carregar ambas as armas amarradas nas costas para aonde quer que fosse, enquanto cruzava os vilarejos com Inuyasha nos braços. Por portar duas armas, ninguém se atrevia a enfrentar-lhe cara a cara, mas, ao perceberem que seu bebê era um mestiço, fruto de um relacionamento sobrenatural, as pessoas passaram a difama-la e sua má fama começou a se espalhar, por onde quer que fosse, era apontada como "louca" e "perigosa" e ninguém os queria por perto. Com isso, a solidão passou a tornar-se algo bastante comum para ela...

Cada vez mais isolada e sem conseguir auxílio de ninguém, aquela que um dia foi uma nobre donzela, acabou adquirindo hábitos rudimentares e o sofrimento a fez adaptar-se a uma nova realidade.

Izayoi não sabia de onde tirava forças para seguir lutando e sobrevivendo diante de tantas amarguras... Não imaginava que Tōga realmente havia cumprido a promessa, e os acompanhava dia e noite em espírito, dando-lhe coragem e sabedoria para prosseguir, ao lado de sua amada criança, que, apesar dos percalços crescia bonito e forte. Valia-se de legumes e frutas que colhia pelas densas florestas daquelas terras.

A vida como nômades durou alguns meses, até que, no início do inverno de 1996, ela encontrou um casebre um pouco mais confortável do que os anteriores, mais precisamente no Sul da Ilha. Cansada de vagar e desejando proteger o menino do frio rigoroso, Izayoi decidiu que iria fixar sua moradia ali mesmo. O local parecia tranquilo e era cercado por uma bela paisagem. Ficava próxima a uma pradaria e às margens de um rio e no quintal havia uma vasta plantação de flores do campo.

Pés Descalços  *HIATO - volto em DEZ/JAN*Onde histórias criam vida. Descubra agora