Bons Momentos - Kiba-tou!

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Kiba chegou em casa pelo final da tarde, aproveitando que o clima quente de começo de verão amainava. Tinha passado o dia na Clínica, ajudando Hana e Tsume com a rotina, dividindo o tempo entre clientes, animaizinhos e o neto.

Yukio ia bem quietinho em seus braços, sonolento depois de encher a barriga, mas com os olhos atentíssimos ao caminho. O Beta de um aninho amava uma rua, qualquer motivo para sair de casa e passear o deixava feliz. Passar o dia entre os mascotes então, era o auge na vida tão juvenil.

Ao chegar em casa, encontrou Hikaru, como já esperado. A menina vinha pela rota da escola pouco antes de Kiba.

— Kiba-tou! — a menininha correu para abraçar as pernas do Omega, numa tradição que se repetia dia após dia. Antes, pulava nos braços abertos do pai que a erguia e rodopiava no ar. Agora esses braços estavam ocupados com um filhotinho. E Yukio também ganhou um abraço da tia, embora bem mais cuidadoso.

— Olá, ranhenta! Está com fome?

— Não!

O pequeno diálogo durou o tempo de se acomodarem no sofá.

— E como foi o seu dia?

— Tudo bom, Kiba-tou! Fizemos muito balé! — disse isso e levantou-se para rodopiar pela sala, em passos de dança graciosos e seguros.

— Essa é a minha ranhenta. Vou encher a banheira para você tomar banho e depois a lição!

— Tá bom, Kiba-tou.

Logo a menina ia se lavar, enquanto Kiba seguia com Yukio até a cozinha ver o que podia arrumar para as crianças comer. Encontrou bolinho onigiri e chá de frutas.

— Iba-ou. Quer! — pelo jeito o neto não estava com a barriga assim tão cheia! Foi impossível não rir da boquinha arreganhada pedindo por comida. Todos aqueles poucos dentinhos afiados, como um verdadeiro mini-tubarão meio banguela!

— Uma vez Inuzuka... Inuzuka até morrer! — não fez o menino esperar mais, partindo bocadinhos do onigiri para ofertá-lo.

Hikaru entrou esbaforida na cozinha e correu para pegar a pequena mamadeira com a qual encheu de chá de frutas. Kiba ficou desconfiado:

— Tomou banho direito?!

— Hai, Kiba-tou!

— Quero ver "hai, Kiba-tou" se eu descobrir que esse pescoço está sujo!

A menina arregalou os olhinhos e deu a volta na mesa evitando chegar muito perto do pai. Esticou o braço para colocar a mamadeira sobre o tampo de madeira e foi depressa sentar-se na outra ponta da mesa. Kiba teve que morder a língua de leve para não rir.

Tadaima! — a voz de Masako se fez ouvir segundos antes de a Alpha entrar no cômodo — Kiba-tou!

Okaeri — Kiba respondeu feliz. Eram raras as vezes em que ela chegava cedo em casa. A faculdade era muito exigente. Sempre cobrando trabalhos, atividades extras e tarefas que deixavam Masako exausta ao voltar à noite para casa.

— Masako-nee! — Hikaru correu para abraçar a irmã, que a apertou carinhosamente antes de soltá-la.

— Olá, fofinha.

Sentou-se e se serviu de bolinhos e chá.

— Como foi o seu dia? — Kiba perguntou.

Enquanto a primogênita narrava, Hikaru levantou-se e começou a dançar balé pela cozinha. Amava demais a dança, isso era óbvio. Mas para o Ômega ficou óbvio outra coisa:

— Sossega esses pés aí, menina! A cozinha é muito pequena pra...

Dito e feito. Como se realizasse uma predição: ela bateu a mãozinha na jarra de chá e jogou-a ao chão. Foi líquido e vidro para todos os lados. Yukio assustou-se com o barulho e começou a chorar.

Bons Momentos - ShinoKiba (Vol. 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora