Bons Momentos - A nossa família

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Natal era um feriado voltado para casais apaixonados, fato que fazia o feriado encher-se de corações iluminados. Mas para a família Aburame-Inuzuka, acabou tendo um significado mais ocidentalizado, tornando-se um momento de reunião familiar.

À medida que os anos passavam e as crianças cresciam, ficava-se mais difícil reunir todos na ocasião. Cada um era tão cheio de planos! Às vezes o emprego impedia, compromissos de negócios, viagens... tanta coisa conspirava contra...

Mas houve um natal especial em que conseguiram reunir todos os integrantes daquele clã caloroso, que fez o clima abaixo de zero parecer ameno (exceto para Kiba, que se protegeu embaixo de várias blusas quentinhas).

Masako e Shinta conseguiram vir com a pequena Misaki, uma Beta de oito aninhos que o casal adotou. Por algum motivo não conseguiram ter filhos com laços sanguíneos e ao visitar o Orfanato, aquela garotinha os conquistou de imediato. Era o primeiro natal que passaria com a nova família! Aburame Masako, que abriu seu próprio negócio: um escritório de advocacia com uma ex-colega de faculdade e que já pensava em abrir uma filial na vila vizinha. E Aburame Shinta, que adotou o sobrenome da esposa, Omega exótico que mantinha o marcante moicano colorido (naquela noite pintado de verde e vermelho) mas num corte mais baixo. Ele trabalhava num dos restaurantes de Naruto, como uma espécie de "faz tudo". Era um ótimo rapaz, mas nunca se adaptou a horários e regras de empregos formais, pulando de arubaito em arubaito até que sossegou ao aceitar a vaga que Naruto lhe ofereceu.

Naruto e Sasuke vieram participar do jantar também, claro. Eram parte da família e conseguiram adaptar os horários para conhecer não apenas Misaki, como ver o novo filhotinho daquele Clã, Nathan, com menos de um aninho, filho da atual namorada de Kaoru, uma jovem estrangeira de pele escura e personalidade forte.

Kaoru, ainda psicólogo do Hospital Geral, nunca desistiu de encontrar a Alma Gêmea e viver uma relação como a dos pais e da irmã. Carregava na história uma ex-namorada, mãe de Yukio e atriz que alcançou sucesso internacional, se mudando de Konoha. E uma ex-esposa, que o presenteou com dois filhotes Beta, Makoto e Akira. Ambos viviam com a mãe, que compartilhava a guarda especialmente nas férias e datas especiais, pois o trabalho a fez se mudar para Sunagakure levando os filhos. Essa decisão causou grande sofrimento a todos, principalmente a Akira, filhote mais novo do casal divorciado. O pequeno Beta nasceu com espectro altista severo, sofrendo de um defict social e afetivo grave. O menino apegou-se demais a Kiba, única pessoa com a qual conseguia ter um nível mais concreto de contato. Levá-lo para outro pais fez com que criança, avós e demais sofressem. Mas nada no mundo demoveu a mãe e só restou um caminho: adaptação. Ao contrário da mãe de Yukio que nunca desejou a gestação, buscou aproximar-se ou saber mais do filho, entregando tudo sobre ele a Kaoru e seus pais, e jamais deixou de morar com os avós paternos, muito apegado sobretudo a Shibi.

Agora o velhinho passava boa parte do tempo sentado em um cadeira de rodas, sem muita força nas pernas, embora recuperado do enfarto sofrido anos atrás e que debilitou seu físico. Passava um pouco dos noventa anos, com saúde na medida do possível e inquestionável lucidez. Assim como Tsume, idosa que enfrentava uma luta contra a diabetes para a qual acabou perdendo dois dedos do pé esquerdo e que ameaçava roubar-lhe também a visão, conquanto sequer arranhou o gênio forte! Naquela fase era um teste de paciência para Hana, ainda abraçada à vida de solteira e dedicada à Clínica Veterinária. Um teste que ela vencia bem, diga-se de passagem. E sem nunca reclamar! Ela nutria esse vínculo de apoio mútuo com a mãe desde que Shigure começou a dar problemas e trazer tristeza para a família.

Depois de todos aqueles anos não tinham sequer uma notícia do homem. E de vez em quando Kiba se via pensando no pai, nas injúrias que passava e em como perdeu a luta para o vício apesar de toda a ajuda que recebeu. Lembrar disso fazia com que o Omega se sentisse um tanto fracassado. Era tão apegado à família, aos laços, fossem de sangue ou de afinidade. Em momentos assim precisava respirar fundo e se lembrar de que fez o que estava ao alcance. E que insistir em algo que ia contra as decisões de Shigure só fazia ambos sofrerem, e outras pessoas por tabela. Não tinha respostas para o que aconteceu com seu progenitor e carregaria esses fantasmas, essa ausência, para sempre em sua história. Algo similar ao que Shino levaria consigo até o fim de sua existência: a dúvida pelo rumo que a mãe escolheu, nunca saber para onde o vento levou a Omega de espírito livre, que tipo de desafios o destino lhe deu, como terminou os dias ou até mesmo se ela encontrou esse fim ou ainda estava viva.

Bons Momentos - ShinoKiba (Vol. 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora