- Passado -

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Lilith criaria o bebê original aos seus modos, a transformaria no ser mais forte que o mundo vampiro já viu, a tornaria sua arma, sua confidente, uma vampira nascida de sangue dourado poderia ser mais forte que um original e disto drácula não ligou os pontos sobre a garota, para um original ter filho com uma humana era necessário carregar o sangue em sua veia, caso soubesse usaria sua filha recém nascida para seus bens próprios, mas Lilith era mais esperta aceitou de imediato.

A rainha dos demônios nomeou a vampira como Leia, um nome simples mas memorável já que quando crescesse seria sua obra prima mais poderosa entre os vampiros, lobos e bruxas.

A garota já adulta com sua parte humana ligada, longe de ser uma vampira por inteira, com seu coração pulsante, bem vivo e pulsante.

Inocência e o medo era aquilo o que Lilith vinha a tempos tentando retirar da jovem, mas para que a menina se tornasse forte e completamente uma vampira original poderosa e única, teria que morrer com as próprias mãos.

Numa noite fria, Lilith mais uma vez veio até a cela onde a garota está acorrentada e sangrando sem parar, onde a treinava através da dor a nunca demonstrar nenhum sentimento ou pena, e sim, ser uma máquina sádica e psicopata para fazer todos sentirem dor enquanto sente prazer através do que vê.

A sessão de ser tortura como uma inimiga, ter o couro arrancado todos os dias de todas as formas, sem saber mais o que é dor, onde no dia anterior já com a pele regenerada e terminando de cicatrizar tudo aconteceria novamente, e a cada noite que se passava tudo piorava, dia, mês, ano, eram longos séculos para Leia, já cansada de lutar consigo mesma e permanecer humana, resistindo a dores profundas, cansada de sangrar, cansada de viver como um ser frágil, humano, fútil, aguentando e tentando permanecer forte e destemida no que acreditava, desistiu, esses anos de tortura, aos vinte e dois anos, decidiu matar a si mesma, apenas um golpe fatal no coração por uma adaga de carvalho negro foi necessária, a única coisa que pode matar um vampiro original.

O inferno era o pior lugar para estar e morrer, eram tantas lamentações e coisas assustadoras ali, a morte era sua única opção, sua única escapatória de tanta dor, era o que ela imaginava. Tadinha!

Presa sem ter conhecimento de nada, do porque, apenas sempre cresceu deste modo, Lilith a treinou duramente após sua parte humana morrer por completo, era como uma máquina assassina, matou muitos em nome de Lilith, mas apenas Lilith sabia que Leia tinha um dom em especial, à telecinese, era a recompensa por ter nascido de sangue de ouro.

Isto fascinava a rainha do inferno e a deixava orgulhosa do que tinha em mãos.

Sua humanidade fora desligada, arrastada para o fundo de sua mente, sem boas lembranças, apenas dor e sofrimento, sangue e mais sangue. Era o melhor que já fizeram para si mesma, acreditava que seu sofrimento havia acabado.

Quando o contrato que prendia Leia a estar no inferno chegou ao fim, a vampira decidiu voltar ao castelo do pai que a tratou pior que um desconhecido e ali Leia entendeu que não era o seu lugar, foi até as catacumbas daquele castelo repleto de neblina, escuridão e vazio, indo até um certo caixão, vendo lá uma joia, linda, única e magnífica, um pingente de Rubi, no mesmo momento ela soube ser seu.

Aquilo a atraía mais que sangue fresco e jorrante, parecia a chamar. Uma voz doce, suave e calma, aquilo de fato era seu!

Assim que um vampiro é criado, não importando ser original ou um simples transformado, com as forças da escuridão agora pairando sobre o vampiro, a única lembrança ou algo significativo de coisas boas está nesta jóia, cravado, ninguém o tira, apenas o vampiro que a joia pertence pode o destruir, mas quem é o louco que faria isto?

A memória mais linda, cativante e significativa, lembrando que o bem também prevalece.

E assim que Leia colocou em seu pescoço se lembrou de sua mãe, das conversas, dos segredos e tudo que sua mãe pensava, e como bônus as vozes por fora da barriga que escutou quando sua mãe estava grávida, como ela a amava mesmo sem saber seu rosto e como cantava para um feto desconhecido, cheia de carinho e amor.

Ali ela soube diferenciar poder e soberania, de um amor puro e singelo. Ninguém iria a amar como sua verdadeira mãe a amou.

Voltou ao inferno e se rebelou contra Lilith, a odiava com todas as suas forças, faria esta cadela dos inferno pagar por todo o mal que lhe causou, só espere a oportunidade, por mais que falasse isto a única pessoa que ela temia era Lilith, como opção a rainha tomou o pingente de Rubi de Leia, e lá pôs a alma da mãe da menina, ela não sabia que a alma de sua mãe não tinha descansado, entrado no túnel da paz, mas que estava nas mãos desta desgraçada, voltaria para trazer paz a ela, agora tinha seu maior objetivo, que sua mãe volte para a luz, Leia poderia morrer, mas nunca desistiria e Lilith sabia muito bem disto. Ela criou Leia, e sabia como era aquela vampira.

Em 1951 migrou para os EUA Experimentando tudo que sentia vontade, controlando a si mesma, sua vontade e insana de matar e sugar sangue humano, assim como sua transformação, aprender a se controlar de forma decente, e não como Lilith a ensinou matar sem remorso, claro que Leia ainda matava, porém secretamente, sem deixar rastros ou cheiro para trás.

Mas era difícil já que se controlar no meio de tantos pratos vivos era um desafio e tanto, o sol extremamente forte da Califórnia, a dificuldade com o fogo não era um problema já que cresceu no inferno sendo torturada por Lilith a rainha daquele lugar, nem mesmo estaca de madeira era algo que devia se preocupar, a prata é seu pior defeito, se for atingida no coração entrará em coma, se um vampiro transformado for atingido no coração por prata, virará cinzas imediatamente, mas como Leia é uma original de sangue de ouro é completamente diferente, seria como se estivesse morta até ser retirada desta indução, além do convite, um vampiro necessita do convite para entrar em lugares privados, pequenos gestos ou palavras bastam.

Originais não possuem pele pálida onde parecem um cadáver, seus olhos após a transformação não ficavam apenas a Íris vermelha e sim o globo ocular inteiro se tornava em um tom vinho escuro e sinistro, um transformado possui sua boca roxa onde todas as veias e correntes nervosas do corpo se tornavam visíveis e pretas, mas como Leia é de sangue dourado, Rh, ou de ouro, como preferir, elas seriam douradas como ouro e os dentes apenas os caninos se tornavam pontiagudos, uma mulher muito elegante e mais atrativa, com dons além dos vampiros originais normais, mais forte e capaz.

Não temia o rei dos vampiros, vulgo Drácula seu pai, ele era apenas abaixo de seu poder, não se importava e nem ligava, o poder de Leia é grandioso, dons únicos, controle da dor, e o que realmente podia machucar um original, para Leia era apenas um arranhão.

De um vampiro comum, transformado, suas Íris seriam vermelhas, veias roxas e azuladas saltando da pele, não teriam reflexo em espelhos, peles pálidas como cadáveres, unhas cresceriam rapidamente, e todos os dentes da boca se tornaria pontiagudos, sendo fracos a prata podendo sumir com o vento em fumaça, o sol forte causaria queimaduras mais que dolorosas, suas almas queimariam pela pureza do brilho do sol, sem poder ingerir comida humana ou passariam mal por semanas, como veneno, acabou de comer esse tipo de alimento e passaria mal instantaneamente.

Odiando o nome escolhido por Lilith, o trocou para Liv Donovan, apelido e nome que sua real mãe gostaria de dar-lhe se estivesse viva agora. Uma original de pele branca, de olhos sexy e desafiadores, Íris de tons azuis, cabelos pretos e ondulados em suas pontas, um formato de rosto considerado elegante, de altura mediana, de um corpo curvilíneo, chamativo, sexy e único, mas com um charme além do sobrenatural, personalidade forte e astuta.

Mas seu ódio por Lilith e sua repulsa e nojo do Conde Vlad Drácula é mais profundo do que se pode imaginar. A cabeça dessa demônia estaria empalada de troféu em seu quarto, enquanto a de seu querido pai estaria sendo servida para todos os cachorros famintos da Romênia, sua vingança chegará para Lilith, ela não podia sozinha, mas com ajuda de seres poderosos ela com toda certeza conseguiria.

Mas agora nos anos de 2022, Liv decide buscar sua vingança, estando mais sob controle com suas emoções fortes e o desejo profundo de matança controlado, jogado no fundo do poço de seu ser mais cruel, escondido e aprisionando, poderia procurar iniciar seu objetivo número um, ter a cabeça de Lilith.

Sem rumo por onde buscar um lugar para viver novamente, já que não ficava por muito tempo no mesmo local, decidiu se mudar da Califórnia.

Colville é uma cidade pequena localizada no estado norte-americano de Washington, no Condado de Stevens. Perfeito para seus gostos pessoais o clima chuvoso, pouco sol, agradava muito suas preferências, cidade de mais ou menos 20.786 habitantes, pequena e pacata, florestal, ótimo para abrigar sobrenaturais.

Vampiros Também Amam - 1° Edição Onde histórias criam vida. Descubra agora