Capitulo 1

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"Como vim parar aqui?"

"Onde estou?"

São perguntas que não sai da minha cabeça.

"Eu vou acordar desse sonho?"

Não sei dizer, eu fui dormir antes das vinte e duas horas, por conta do cansaço no trabalho, e agora estou aqui.

"Bem, onde é aqui?"

"Como voltarei para casa?" Ou é só um sonho, como os outros e vou acordar em pouco tempo.

Olhando onde estou, vejo um tronco de árvore caído no chão e me sento nele para ver melhor onde eu estou, no meu lado direito tem um baobá gigante, no começo não presto muita atenção a altura, mas olhando melhor, não pode existir algo nesta altura, é impossível. Deve ter mais de 150 metros de altura e uns 20 metros de largura. Olhei para baixo e percebi que o tronco em que me sentei na verdade era um galho do baobá.

Me sinto como se fosse pequenina, como as formigas, porque ao olhar para cima, percebo a altura das árvores e são tão grandes que não consigo ver as copas.

No tronco em que estava sentada era coberta por musgo verde muito escuro, coloco minhas mão sobre ele e admiro sua maciez, parece um travesseiro, deve ter uns 5 centímetros de altura.

Tudo parece estar no seu lugar, sem nenhum barulho exceto das folhas ao vento.

Escuto um sonido baixo e olho para o meu lado direito.

Tem uma corça dourada, os olhos muito claros, quase humano olhando diretamente para mim, indo de encontro a minha alma.

É inquietante e ao mesmo tempo tranquilizador.

Me sinto livre ao olhar para os olhos dela.

Ela não demonstra medo e se aproxima bem devagar, meu coração começa a pular dentro do peito.

Levanto minha mão direita e coloco na altura de seu focinho. Ela chega mais perto e coloca o focinho em minha mão, sua respiração é quente e tranquila.

Neste momento único me deixo levar pelas emoções e percebo lágrimas em meu rosto. Não são de tristeza, mas de uma plenitude, uma paz que não sentia a muito tempo.

Levanto do tronco e me aproximo, ela não se assusta.

Me deixa passar a mão em seu dorso e sinto a maciez de sua pele. É alta, mais alta do que seria um cavalo adulto.

Ela se assusta com algo que não sou eu, levanta a cabeça de supetão e dá um pulo para escapar deste algo incomum que se aproxima de mim.

Olhei ao redor e não vi nada. Mas a relva do chão e as árvores ao redor pareciam se mover em minha direção, como se estivesse criando um esconderijo, me escondendo de algo.

Em menos de um minuto me vi cercada por árvores e galhos enormes. As raízes se mexiam por dentro da terra vindo em minha direção.

O tronco onde me sentava, foi destruído com a aproximação das raízes das árvores. Eu estava paralisada e não me movi de onde estava.

Ficou apenas frestas onde ainda conseguia respirar, mas não via nada entre elas.

Me senti protegida, como um filho pela sua mãe e ao mesmo tempo arrepiada de medo. Fiquei sentada no chão, junto a alguns animais pequenos, que não soube dizer o que eram. Pelo jeito moravam sob a terra, e haviam saído por conta do remexer das raízes das árvores no chão.

Um deles era bem alto, parecia uma formiga, mas estava sob as pernas traseiras, e segurava um bastão de madeira quase de sua altura, olhava para mim imponente, como se eu fosse uma intrusa em seu lar. Não falava nada, só me olhava diretamente nos olhos.

Floresta DensaOnde histórias criam vida. Descubra agora