Capítulo 3 - Tiger

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Meu pai é um cara legal, tranquilo e eu o amo pra cacete. Às vezes sinto falta de vê-lo com mais frequência, mas eu não suportaria morar com ele todo dia. É por isso que só venho aqui nas férias.

Jorge acha que meu comportamento é devido as merdas que minha mãe o fez passar, mas eu sou só um homem de vinte anos que está aproveitando a vida ao máximo.

E isso inclui aceitar transar com uma mulher bonita quando a oportunidade aparece.

— Não estou dizendo para você viver igual um santo. — diz ele novamente. Faz quinze minutos que está discursando sobre meu "irresponsável" método de vida. — Mas você precisava se envolver com Angela?

Até então eu estava tentando ignorá-lo e só focar no jogo de corrida, mas faço questão de pausar o jogo para encará-lo

— Quem é Angela?

— A menina que você desonrou! — responde impaciente.

— Qual delas?

— A filha do pastor da igreja, Tiger! Pelo amor de Deus!

Ah, claro. Volto a atenção para o jogo e espero que isso seja indicativo o suficiente para que ele saia do quarto e me deixe em paz.

— Eu não desonrei ninguém. — digo calmamente. — Ela veio até aqui, ela disse que estava interessada, ela que começou a me...

— Eu não quero saber! — corta ele, o rosto vermelho de fúria. — Agora todos sabem que ela se envolveu com você. Será que não percebe o quanto isso é ruim para ela?

Não estou feliz em saber que essas pessoas hipócritas estão falando sobre mim por aí, mas tampouco vou deixar essa merda cair no meu colo.

— Se isso é ruim para ela, então talvez ela não devesse ter me procurado. E não devia ter contado para ninguém.

Jorge franze o cenho, as mãos na cintura e ainda parecendo muito bravo.

— Como sabe que foi ela que disse alguma coisa?

— Porque eu não falei nada. Não conheço ninguém aqui então se não foi eu...

Mulheres trocam segredos entre si, não duvido nada que ela tenha conversado com alguma amiga e essa amiga acabou soltando a língua.

Meu pai passa a mão pelo cabelo e pragueja em voz baixa.

— Preciso que vá conversar com o pa...

— Se vai pedir para eu conversar com o pai dela, a resposta é não! Eu não fui atrás dela, ela veio até mim. Não vou agir como se tivesse feito alguma coisa errada.

Mais xingamentos em voz baixa. Mais discurso.

Fico aliviado quando ele sai.

Eu amo meu pai, amo de verdade, mas simplesmente não dá para conversarmos sobre algumas coisas.

Eu não mencionei ter ficado com a tal Angela para ninguém, então se estão sabendo sobre nós, foi ela mesma quem contou. É isso que dá se envolver com pessoas de um bairro pequeno e fofoqueiros. Lamento por ela, mas não fiz nada de errado.

Desligo o vídeo game e caminho até a janela do quarto de hóspedes. Agora sim vou fazer algo de errado.

Pelo o que pude perceber, as casas desse bairro seguem a mesma arquitetura, então a casa do meu pai é exatamente igual à da Marcella.

A vizinha.

Observo a janela do quarto hóspede dela, mas as cortinas estão fechadas e não há sinal de movimento.

O filho do vizinho - Conto erótico (amostra)Onde histórias criam vida. Descubra agora