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O vento do início da manhã soprava pelas janelas da casa de Ajak, os céus tempestuosos de Dakota do Sul se estendendo por toda parte além das grandes janelas da velha casa.
Com o que parecia um esforço hercúleo, você conseguiu sair da cama e escapar dos braços de seu amante. Alguns séculos - mais ou menos - de prática não foram capazes de te ensinar como deixá-lo ainda. Seja saindo da pequena cama que vocês dois compartilhavam, enrolados sob o edredom, pressionados juntos como se fossem um, ou vendo-o descer as escadas da Pirâmide do Sol. Nunca foi fácil.
Também era difícil ter que ficar longe, mesmo quando você estava na sala. Ao contrário de Sersi e Ikaris, você nunca foi aberto com seus afetos na frente dos outros. Parecia a coisa certa a fazer, uma distração a menos para se preocupar. Vocês tomaram essa decisão juntos, sentados no topo dos Jardins Suspensos da Babilônia, com vista para a cidade, olhando para as estrelas do céu noturno claro - você se lembra daquela noite tão claramente como se tivesse acontecido ontem.
Olhares roubados e toques fugazes, momentos emprestados durante o dia, esconder-se atrás de paredes e pequenas mentiras brancas e desculpas mal feitas, era tudo o que você tinha. À noite, vocês esgueiravam-se para os aposentos um do outro, assim como fizeram na noite anterior, depois que todos já estavam dormindo.
Você sentiu falta do calor do corpo de Druig, mas perdeu um pouco mais a dose de café da manhã naquele dia. Era um hábito incrivelmente humano, que você adquiriu ao longo do século passado. Parecia bobagem, já que a cafeína não tinha nenhum efeito em seu corpo, mas uma xícara quente de café acabado de fazer tornou-se uma necessidade.
O cheiro do café da manhã o atingiu assim que você saiu do quarto, andando descalço pelo corredor, esfregando o sono ainda persistente em seus olhos. Ainda era cedo, mas já havia uma litania de vozes vindo da cozinha. Quando você entrou no espaço aberto no andar de baixo, um sorriso suave cresceu em seus lábios, apesar de seu estado ainda sonolento.
