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Ângela

- Aí, porque tu fez aquilo? - Disse meu irmão invadindo meu quarto.

- Aquilo o quê?

- Ficou aparecendo na frente de Renan. Se liga porque ele é golpe.

Se ele é golpe o problema é dele e não meu.

Não é porque um pirrá aleatório ficou olhando para mim que eu vou me iludir por ele.

- Os mulekes vêm hoje, vê se num atrapalha de novo.

- Não prometo nada.

Ele arfou e saiu do meu quarto.

Eu e minhas amigas combinamos de ir fazer compras no RioMar. Tenho dinheiro? Não, mas eu vou do mesmo jeito.

Começei a me arrumar para ir. Shorts jeans e o manto do mengão. Sim, eu sou flamenguista. Prendi meu cabelo em um coque meio desajeitado e pus minha corrente de prata.

Ouço batidas na porta, saio do meu quarto e vejo que estou sozinha em casa. Ando em direção a porta e pelo olho mágico vejo que é o mesmo menino que veio ontem.

- O Anthony saiu. - Digo abrindo a porta.

- Tudo bem, eu espero.

Ele aparentemente não queria nada comigo, então eu o convidei para entrar.

- Tá certo.

Eu já estava na porta do meu quarto quando ouvi a voz dele.

- Torce para o Flamengo?

Como ele percebeu? Eu não me lembro de ter dito isso. Olho para baixo e vejo a camisa.

- Sim. E você?

Por que eu perguntei isso? Eu nem quero saber da resposta.

- Corinthians.

- Legal.

Voltei para o meu quarto e tranquei a porta.

Minutos depois ouvi o barulho da porta sendo aberta e do meu irmão conversando com aquele menino.

Pelo que ouvi eles iam sair e se encontrar com mais outros.

Passei perfume, peguei minha bolsinha falsificada da Chanel, calcei meus jordans e saí.

O meu pai costuma ser bastante liberal e meu irmão foi praticamente criado solto, mas eu não fui, então mandei uma mensagem avisando que ia sair.

[...]

O Uber para o carro no estacionamento, tiro o cinto de segurança, pago o motorista e saio.

Vejo uma mensagem de umas das meninas dizendo que estão na Zara. Para quê elas estão lá? Se eu que trabalho não tenho dinheiro para comprando coisas lá, quanto mais elas.

- Oi gente. - Digo encostando em Luana.

- Oi. - Disse dando pouco caso e olhando para a calça que Jamilly escolheu.

- É sério que você vai comprar isso? - Desestimulo. - Eu vi uma calça na SheIn igualzinha por menos que a metade do preço.

No final, acabamos saindo da loja sem levar nada.

Paramos para comer e compramos uma pizza.

- Olha aqueles meninos ali. - Sussurrou Jamilly.

- Estou vendo, e?

- E? Você não achou eles bonitos.

- Achei, e?

Eu não sou uma pessoa iludida, mas a Jamilly? Não pode passar uma mosca na frente dela que ela se apaixona.

Olho para os quatro meninos com o cabelo na régua que estavam na fila do BK e olho bem para o rosto de cada um até que...

- Um deles é o meu irmão.

- Qual? - Perguntou Luana.

- Aquele ali do canto. - Digo apontando para ele.

- Agora que você falou ele se parece com você.

Durante todo o tempo que nós estávamos na praça de alimentação senti o Renan me secando, ele tentou disfarçar mas eu não sou besta e percebi.

Ficamos mais algumas horas no shopping e fomos embora.

Eu sempre gosto de sair com as minhas amigas porque são doidas e sem neurônios que nem eu.

O melhor amigo do meu irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora