Wattpad trocando TODOS os travessões por hífen🤡🤡🤡
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—Já lutou alguma vez?
—Não. Nunca— respondeu enquanto se alongava.
—Vou começar pelo básico, então. Vem cá—chamou Macau.
Por três longas horas o garoto se dispôs a ensinar Chay a se defender. No início, estava ansioso pela proposta ter sido feita de maneira tão insinuativa de alguma coisa, mas no final acabou sendo um treinamento normal. O garoto conseguiu se defender de pelo menos três ataques de dez, já era um começo e tanto.
—Como você aprendeu a lutar? —perguntou Chay, pegando uma garrafa de água no canto da sala. Macau apenas sentou em um banco perto das armas e encostou as costas na parede.
—Desde pequeno meu pai sempre me colocou para lutar. Tive vários mestres de taekwondo que foram me ensinando o que eu precisava para entrar em uma briga e vencer. Claro que tem regras de não mostrar isso para as pessoas, já que um adolescente normal não deveria saber essas coisas—explicou.
—Então porque você estava brigando naquele dia? Foi uma bela exposição do que sabe fazer. —Porchay tinha ouvido boatos do motivo da briga, mas parecia superficial demais para ser real. Macau parecia perdido em pensamentos quando respondeu.
—Falaram que minha família era mau-caráter. O que não é exatamente mentira, mas ver aquilo sair da boca de estranhos me fez sair do controle. —Bingo, pensou o garoto. Não tinha nada a ver com as fofocas.
—Disseram que era por conta de uma garota—disse Porchay e logo ouviu a gargalhada do garoto.
—O povo gosta de inventar coisa—falou, suprindo o riso—Aliás, isso nem faz sentido.
—Por quê?—perguntou. O moreno deu um sorriso de canto e se levantou, secando o resto do suor que descia no seu pescoço.
—Porque eu sou gay—disse simplesmente. Não que Chay não tivesse dúvidas sobre isso, mas ouvi-lo falar abertamente o surpreendeu.
—Ah...—murmurou. Não tinha muito o que falar, já que o clima tinha ficado levemente estranho. Mas como se alguém tivesse sentido isso no ar, a cozinheira entrou na sala de treinamento e avisou que o almoço estava pronto. Isso o livrou de ter, com certeza, uma conversa levemente constrangedora, e provavelmente algo que ele estava tentando evitar.
***
Três dias já tinham se passado desde que tinha começado a treinar e Porchay melhorou significativamente nos treinamentos. Claro que ainda não conseguia vencer Macau em uma luta séria, mas desviava de alguns golpes complicados com facilidade. Não podia negar que estava orgulhoso de si mesmo por ter conseguido evoluir tanto em tão pouco tempo, até quem o estava ensinando reconhecia isso.
—Você melhorou bastante—disse Macau, pegando a mão estendida de Chay, que tinha acabado de derrubá-lo em uma rasteira.
—Obrigado. —O garoto corou levemente com o elogio, embora tenha recebido bastante nos dias em que treinaram. Era um a cada avanço que dava. E também era difícil não ficar vermelho com o garoto estando sem camisa na sua frente.
—Acho que está na hora de te ensinar a atirar—declarou o moreno, caminhando em direção ao mural de armas.
—Sério?—Porchay tentou, mas não conseguiu esconder o entusiasmo na voz. Em parte era por aprender a usar uma arma, mas era mais para disfarçar a rouquidão que ameaçava tomá-lo ao ver as costas definidas do garoto. Ele apenas virou e sorriu ao ver a empolgação do garoto e sua vermelhidão.
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Maybe
Short StoryPor estar no lugar errado e na hora errada, Porchay acaba tendo que passar um tempo na casa da família menor. Sendo, tecnicamente, um membro da família principal, será possível sobreviver lá dentro? Ou melhor, será possível não criar sentimentos por...