A Rodovia do Túnel Azul

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Quatro meses após a apresentação do príon e de longas jornadas de trabalho, em um dia onde o vento uiva com fúria querendo destruir o que ver pela frente, o frio congelante que juntos aumentam os casos de desavisados internados com frostbites em hospitais, no Laboratório Stacey, a equipe de pesquisa se prepara para ir até a capital biológica para uma reunião presencial após anúncio de Jacob, o vento preocupa os cientistas da chance de contaminação por ar na estrada próxima da Floresta Negra - Antiga Floresta Tropical -, mas não aprece ser tão perigoso.


Luísa assume o volante no apertado carro do trabalho, as únicas pessoas focadas no que devem falar são a "dupla inseparável", Noah e Eduarda ficam rindo um do lado do outro e contando histórias.


- Lembra quando derrubei o prato no Hugo? - Noah ri alto lembrando quando manchou o jaleco do companheiro com macarrão.


Lacey, no banco do passageiro, aperta a cadeira tentando ter paciência conforme se aproximam da rodovia, a motorista por sua vez, comprime os lábios e as duas se entreolham de tempos em tempos enquanto as piadas continuam atrás.


- E aquela vez quando...


- Fecha essa porcaria de janela, Eduarda! Preste atenção onde estamos entrando, você ouviu as regras de Jacob - Os olhos castanhos assassinam os azuis da garota que se contorcia de rir antes de ser interrompida, ficando sem graça logo em seguida e obedecendo a ordem.


O vento sopra com ainda mais violência fazendo com que galhos despenquem das árvores e caiam sob a estrada movimentada, levantando não apenas a poeira como folhas e tornando o ambiente da serra ainda mais difícil de enxergar: Um local propício para acidentes? Talvez; Mas a certeza que algum tronco acertará um carro permanece no ar, ou melhor, há 20 metros do carro do laboratório.


Um estrondo rompe a sinfonia do vento, veículos frenando bruscamente se juntam à composição, alguns inclusive, se atrevem com sons ainda mais fortes: batidas como rufar de tambores de batalha, vozes pedem socorro enquanto outras demonstram o susto, caso fosse uma peça de teatro a sinfonia seria bela - Porém, algo pior aconteceu. Um tronco acerta a estrada bloqueando a passagem aprisionado os que lá estão e ferindo outros. Então, o "grand finale" aparece: Uma névoa preta rompe o local uivando com um gelo cortante que rasga a pele dos atrevidos a deixarem seus carros, não apenas expondo feridas dolorosas, como também infectando.


O príon juntamente do fungo assumem a orquestra como maestros em belíssimas composições, as pessoas que outrora tentavam ajudar, agora surtam com os efeitos do compositor. Gritos de agonia adentram a cena, pessoas que estavam presas nas ferragens ignoram a dor dando lugar a fome insaciável que as domina agora, tentando de qualquer forma devorar quem estiver por perto.


Bem no meio da rodovia extensa, presos como condenados, estão os pesquisadores, agora não há sorrisos ou histórias engraçadas. Olhos amedrontados assumem o ambiente do carro, o veículo da frente tenta dar ré sendo impedido. Luísa neste momento tem duas decisões:


1) Abandona o carro com a máscara de gás e corre o risco de ser infectada assim como de se salvar.


2) Usa suas habilidades de fuga aprendidas em direção evasiva durante a estadia na infantaria de Fragata - Exército da capital Armamentista.

A Praga na EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora