Era tarde de pôr do sol. Faity caminhava por uma beira de estrada, perto de arbustos. Ela não via muita coisa. Seu olhar estava para o sol. Via apenas uma silhueta à sua frente, mas conseguia enxergar algumas características. Percebia que era um homem alto, com cerca de 1, 80, cabelos ruivos que brilhavam contra o sol, parecia vestir um tipo de macacão.
De repente, ela olha para o bolso de sua calça, aproxima sua mão e sente uma faca, que se via algumas manchas de sangue seco no cabo. Ela se aproxima do homem, tira a faca do bolso, estica seu braço e aponta o objetivo para a testa do homem a sua frente.
Antes que ela aproximasse a faca em sua testa, ela abre os olhos e se percebe em cima da cama. Era só um sonho, ela pensou. Faity saiu da cama amarrando o cabelo e foi andando para a cozinha, passando pelo benheiro e outro quarto. Enxe um copo com água e gelo, como sempre faz quando acorda. Enquanto bebia, percebeu que o céu estava quase escuro. O dia tinha sido cheio para ela, e quando chegou no quarto onde se hospedava, ficou um pouco na banheira e foi dormir, então acordou mais para o fim da tarde. Pensava se seu sonho era um sinal. Nada impedia que fosse.
Quando terminou de beber, não se importava muito com o horário. Voltou para o quarto, escolheu uma roupa mais diferente para usar. Pegou uma camiseta preta e uma calça verde, um cinto com bolsos, e um sobretudo. Quem sabe o que teria nesse cinto.
Desligou todas as luzes e fechou todas as janelas e cortinas. Saiu do quarto e trancou a porta
Ela sabia exatamente para onde ia. Assim que saiu do hotel, veria pelo menos cinco pessoas no ponto de ônibus do outro lado da rua. Andaria por alguns minutos pela calsada, passando por vários prédios, que precisavam ser reformados.
Continuava andando até chegar a uma rua desolada, e sem muita luz nessas horas. No final, ela consegue ver o presídio. O mesmo que seu pai foi levado há alguns anos atrás
-Seria uma ótima ideia fazer uma visita depois de tantos anos, não é, papai? - disse ela em vóz alta, sem perceber algumas pessoas a olhando de canto.
Ao entrar no presídio, disse com quem queria falar:
-Chester Waist Winne. - disse séria. A levaram para uma sala com mesas e bancos, mas no meio do caminho, quando percebeu para onde estava indo, ela olhou para um corredor à frente, e cortou a trajetória.
-Quero conversar com ele na cela. Ele não precisa estar livre para me ver.
Se afastou dos guardas e foi andando pelo corredor. Os policiais pensaram em pará-la, mas o espediente estava quase no fim, então não insistiram.
Ela andava olhando para todas as velas até encontrá-lo. Enquanto isso, os policiais a olhavam um pouco confusos.
Quando chegou na cela, viu uma silhueta alta se levantando e se aproximando, revelando um sorriso branco. Faity sorriu de canto
-Olá, papai!
Ele a observou um pouco, vendo como ela mudou.
-Faity... É você mesmo. Nossa, você está horrível! - disse ele vendo suas marcas no rosto.
-Pior que você, impossível, pai! Não é a toa que você está aqui, não é...
-E essas cicatrizes. O que aconteceu, foi atacada por um urso?
Ela passou a mão nas grades da cela.
-Oh não, eu mudei! Sou melhor que você, agora! Ou pior. Eu não sei, na verdade depende bastante do ponto de vista! - sorri e da uma gargalhada estridente, que faz alguns guardas se alestarem.
-O que foi, virou assassina agora? - ele olha sério para ela.
-Ah, como adivinhou? Poxa, eu queria fazer surpresa! - finge uma cara triste, então sorri e pega a arma em seu cinto escondida por trás do casaco.
Chester olha assustado. Ele debochava dela, mas agora sua aparência parecia mais assustadora e amedrontadora depois que via a arma na mão de sua filha.
-O que acha, papai? Você queria a filha perfeita, não queria? O que melhor do que alguém com as mesmas tendências? - ela olha para a arma e a acaricia - e vítimas. -volta seu olhar para Chester.
Ele da alguns passos para trás.
-Não era bem isso que queria, né! Eu também não queria minha mãe morta, muito menos me tornado isso que sou agora! Considerada um monstro pela sociedade, talvez. Mas agora que me tornei, só me falta me acostumar!
Chester se afasta um pouco mais e acaba tropeçando e caindo com a velocidade.
Faity olha para ele com desprezo e aponta a arma e da uma risada.
-Como você ficou tão patético assim? Tem coragem para matar sua esposa, mas não tem para sofrer as consequências? Um verdadeiro covarde! Acho que era isso que a mamãe te chamava quando falava com as amigas... Hum... Não tenho certeza. Bom, eu não tenho uma faca agora, mas posso honrá-la com isso! Se lembra dela, não é?
- diz ela se referindo a arma.
-N-não! Eu a matei pelo seu bem! Pelo nosso bem! Ela te fazia mal, sempre te mimava, isso não iria te fazer bem! Você não percebia? - disse Chester com a vóz um tanto trêmula de medo.
-Cala a boca! Você não quis matar só ela! Você também tentou me matar! Acha que esqueci? - ela diz exaltada; logo respira fundo e diz com calmaria - Saiba que a filha que tanto quis moldada não tem memória fraca. Eu me lembro de cada detalhe daquele dia.
-Veja bem, querida, você poderia tentar entender meu lado...
Antes mesmo de respirar e consegui terminar o que ia dizer, Chester foi interrompido por uma bala certeira em sua testa, saída da arma de Faity.
-Não me chame de querida. Não teve o mínimo de afeição por mim, seu pedaço de merda.
Ela o viu no chão com sangue espalhando rapidamente pelo concreto passando por debaixo da cela. Ouviu passos e barulho de chaves balançando.
Quando os guardas chegaram na cela de Chester, ficaram paralisados com a cena. Viram a quantidade de sangue que se recorria no chão, e viram a expressão de espanto do homem.
Na parede da janela estava escrita uma frase em arranhados, e o vidro estava quebrado sem a garota no corredor.YOᑌ KᑎOᗯ ᗯᕼEᖇE
TO ᖴIᑎᗪ ᗰE ?
VOCÊ ESTÁ LENDO
"He Wanted to Kill Us"
HorrorUma garota que queria afeição do pai e fazia de tudo para que ele a amasse, mas a relação de pai e filha nunca foi recíproca. Essa atitude "paterna" terá consequências, com certeza.