Os deuses,como forma de agradecimento pela derrota de Ammit, separam Steven Grant e Marc Spector em dois corpos.
Viver juntos compartilhando o mesmo corpo foi um caos,mas será que ter o seu próprio é muito melhor?
Especialmente quando dois corpos nã...
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Steven suspira ao recordar como tem vivido sua vida nos últimos meses.
Sua barriga já cresceu tanto que as pessoas na rua olham.
É meio impossível não olhar já que sua barriga está quase batendo na garganta.
Todo o peso extra de seu ventre o tem maltratado desde o quinto mês de gestação quando Steven não conseguia mais esconder seu estômago crescente. Falta pouco tempo para a data prevista do parto e mesmo assim equivale a uma eternidade para o moreno.
Seu corpo está estranho a meses. Seus pés inchados,seu abdômen que antes era plano e tonificado ficou semelhante a uma grande melancia engolida inteira,a pele de sua barriga esticou tanto que parece um balão enchido ao máximo quase ao ponto de explodir a qualquer momento,ir ao banheiro quarenta vezes por dia se tornou algo comum,seus órgãos internos tem sido constantemente maltratados desde que o pequeno ser humano dentro de Steven aprendeu a chutar e pular por baixo da pele. O moreno nem lembra a última vez que dormiu uma noite inteira sem acordar com socos direcionados para sua caixa torácica ou tendo que ir ao banheiro aliviar sua bexiga que o bebê chutava com entusiasmo.
E Marc adquiriu uma necessidade de se desculpar sempre que o bibliotecário resmunga sobre o desconforto que sente no corpo todo. Steven sempre sorri pequeno o lembrando que nenhum dos dois é realmente culpado de algo já que ninguém sabia que a concepção era possível. Mesmo assim o mercenário não para com essa mania de sempre pedir desculpas. É frustante na maioria das vezes,irritante quando Steven está de mal humor e meio deprimente quanto o bibliotecário se sente inexplicavelmente triste. Esse último com certeza é o pior de todos apesar de ser o mais raro de acontecer. Mas quando acontece,faz Steven ter pensamentos ruins. Coisas como desejar que nunca tivesse se separado de Marc ou que tivesse aceitado a sugestão da deusa egípcia sobre não ter que continuar a gravidez. Steven detesta ter esses pensamentos. O faz se sentir dez vezes pior do que ele já estava se sentindo antes.
Steven ama muito seu bebê. Por isso ele não gosta de como se sente sempre que Marc está por perto e como a criança é muito ativa o outro homem acaba vendo a movimentação em sua barriga por baixo da pele. O espanto no rosto do mercenário faz o bibliotecário ver a se mesmo e a seu filho como aberrações.
Por que tem que ser tão difícil?
Por que tudo tem que sempre ser tão complicado para Steven?
Os olhos do bibliotecário se movem para o relógio em cima da cômoda e ele vê que são seis e meia da manhã.
Não vai mais conseguir dormir de qualquer jeito.
O relógio biológico que ele adquiriu a algum tempo, seu bebê também, sempre o faz acordar um pouco antes das sete.
- Já tá quase na minha hora. - Steven boceja.
Marc suspira e passa pelo moreno indo de volta para a cama.
