𝟐. Crazy Little Thing Called Love

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1985

"Ei Eddie, acorda!" Robin estralava os dedos na frente do amigo na tentativa de acorda-lo de seu transe.

"Oh... Desculpa."

"Eu tô aqui falando sozinha a mais de trinta minutos, te chamei para colocarmos a conversa em dia não pra você me olhar fixamente como um esquisito." Suspirou resmungando

"É que eu tô meio cansado, muita coisa pra resolver sabe, trabalhos de escola... D&D.... Apresentações da banda.... Saber se vou entrar em uma faculdade..." Edward tentou se justificar mas sabia que essa desculpa não funcionaria

"Ainda sonhando com o riquinho gostoso?" Ambos se seguraram para não rir do apelido que a garota inventou devido a descrição que havia sido "Se está tão incomodado deveria procura-lo. Não deve ser tão difícil encontra-lo pela forma que fala que ele é. Sabe, não é todo dia que vemos um homem com taco de beisebol macetando demônios junto a crianças... Sério, seus sonhos são bizarros mano."

"Esse é o problema, eu so lembro de algumas coisas. Mas.... Seu rosto.... Eu não sei como é, eu não consigo me lembrar..." Eddie colocou as mãos contra o rosto se segurando para não gritar abafado, se culpa constatemente por isso, por não conseguir lembrar o nome do garoto, e já sabia o que ia acontecer: Iria desistir, se acostumar com o sonho, e um dia quando tivesse bebendo seu café pela manhã e lendo o jornal iria reconhecer o menino que tanto lhe assombrava a noite, morto, mais uma vítima, mais um sem poder ser salvo, mais alguns meses de sossego para si.

"Eu queria poder te ajudar..."

"Eu sei disso..." Munson sabia da sinceridade da melhor amiga, Robin realmente queria poder dividir esse peso consigo e ajuda-lo no que fosse possível, era a única pessoa que contou sobre essa sua "peculiaridade", a única pessoa que apoiou, tentou ajudar, estudar sobre, mesmo que fosse uma curiosa aspirante a jornalista empolgada com esse caso único, ainda tinha a preocupação sincera que apenas amigos tinham.

"Sobre o que eu estava dizendo, consegui um emprego na sorveteira do novo shopping" Buckley repetiu o que havia falando antes porem com menos empolgação, mas se animou com a reação empolgada de Eddie, que por sua vez se não estivesse tão cansado estaria pulando alegre.

"Sério? Não acredito! Como? Quando? Onde?"

"Se tivesse parado de pensar no bad boy sedutor talvez soubesse, agora não vou repetir" Falou com um tom mimado mostrando lingua para o amigo que revirou os olhos "Em resumo, eu tenho meus contatos e meus meios, mexi uns pauzinhos e 'tchanram', parabéns Robin Buckley você foi contratada!"

"Como assim uns contatos? Você está se envolvendo novamente com aqueles comunistas revolucionários?"

"Que? Não! Foi só uma vez, para de cismar com isso"

"Mas foi esse seu erro que quase fez todo o "Clube dos Gays Unidos", ser revelado. Por sinal eu ainda odeio esse nome"

"Você odeia porque eu que escolhi, e eu escolho os melhores nomes!"

"Robin, você queria por o nome do seu gato de- Ah esquece" Eddie sabia que não ia conseguir mudar a ideia da sua amiga, que parecia orgulhosa de sua desistência. "Sobre seu emprego, quando vai começar?"

"Amanhã a tarde! Ah e parece que eu vou trabalhar com um rapaz tambem" A garota revirou os olhos, seu desinteresse em homens era nítido "Ela vai querer roubar todas as clientes gatinhas de mim" Dramatizou e ambos riram.

"Já que vai ser a inauguração, eu vou tentar ir com minha banda."

"Já vou fazer um cartão fidelidade para você"

Memento Mori | steddieOnde histórias criam vida. Descubra agora