"𝕿𝖍𝖊 𝕯𝖊𝖛𝖎𝖑 𝖎𝖘 𝖗𝖊𝖆𝖑. 𝕬𝖓𝖉 𝖍𝖊'𝖘 𝖓𝖔𝖙 𝖆 𝖑𝖎𝖙𝖙𝖑𝖊 𝖗𝖊𝖉 𝖒𝖆𝖓 𝖜𝖎𝖙𝖍 𝖍𝖔𝖗𝖓𝖘 𝖆𝖓𝖉 𝖆 𝖙𝖆𝖎𝖑."

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Seattle, Washington - 1986

Já havia se passado oito anos desde que havia me tornado uma vampira, um ser da noite e imortal. Sempre fui chamada de bonita, seja como um elogio quanto como um insulto, eu já não sei se é um tributo do qual gosto. Minha morte foi causada pela minha beleza e pelo desejo de se ter algo que não é seu. O vampirismo tornou minha beleza ainda mais atraente, na verdade, tornou tudo em mim mais atraente. Minhas vítimas se vem atraídas por mim, tanto homens quanto mulheres, tornando minha alimentação mais fácil, ̶m̶a̶s̶ ̶n̶ã̶o̶ ̶é̶ ̶ algo pelo qual me orgulho.

Me tornar parte da família Cullen foi um processo complicado. Esme foi a primeira a realmente me tratar como uma pessoa, ela não nos vê como monstros, mas realmente como uma família. Até hoje não sei se isso é algo bom ou ruim. Edward, não é de muitas palavras, mas não consigo me dar bem com ele. Talvez seja pelo "eu consigo ler sua mente a qualquer momento" que torna nossa relação, digamos, complicada. Não importa o que eu faça ele fica sabendo, então decidi não mentir mais. Se me alimento de sangue humano ou não deixo-o logo na cara. Alice é uma fofa, mas não somos muito próximas. Jasper, bem, eu já tentei, mas de novo, como todo o o negócio de eu me alimentar de humanos, não torna nossa relação muito saudável. Emmett e Rosalie foram os quais com que mais me aproximei. Emmett não puxa a barra, ele me trata como uma irmã, talvez seja um dos mais humanos entre nós e é super apoiados. Ele não se importa se eu me alimento de sangue humano ou não, desde que eu não vire uma serial Killer ou algo do tipo. E Rosalie, a barbie humana. A história de Rosalie e a minha é estranhamente parecida. Ambas sofremos a mesma coisa e a última coisa que queríamos era o vampirismo. Ela me entende e eu a entendo, isso é uma coisa boa.

Sobre minha 'dieta', diferente de meus irmãos, eu não preciso matar ou transformar alguém para me alimentar. Consigo beber o sangue das pessoas e as hipnotizar para que elas pensem que aquilo nunca aconteceu. Não sei bem ao certo o porque disso, Carlisle diz que é o meu dom, mas eu não acredito. Hipnose não é exatamente útil se só funciona em humanos. Agora se eu conseguisse hipnotizar Edward para me deixar em paz, aí sim viria a vantagem dessa habilidade.

Seis anos atrás, quando Carlisle me deixou andar entre os humanos novamente após minha transformação e eu matei Nick, Richard, Monique, Charlie e Andrew, me tornei oficialmente uma assassina. Eu lembro de visitar Elle e de o clima mudar repentinamente conforme minha tristeza em vê-la cresceu. Mas não foi isso o grande marco daquela época. Quando voltei para a cidadezinha em os Cullen estavam morando temporariamente, Edward me confrontou.

Ballard, Califórnia - 1980

Mesmo após horas sentada um ônibus em direção a moradia provisória dos Cullen, minhas roupas ainda estavam encharcadas do temporal que enfrentei em Hollywood. Meu corpo era capaz de mover um tanque, mas minha mente estava exausta com os acontecimentos dos últimos dias.

Do ponto de ônibus caminhei até a casa de minha nova 'família'. Foi revigorante e acho que nunca deixará de ser. Odiava ser vampira, mas amava o novo mundo que o vampirismo me permitia enxergar.

Cheguei na casa no final da tarde com os pensamentos fervilhando em minha mente. Atravesso os corredores vazios da casa no entardecer pensando que todos deveriam estar caçando no momento. Subo as escadas e entro em meu quarto. Fecho a porta me sentando no batente. Cubro as palmas das mãos com a manga do casaco e apoio a cabeça nos joelhos. Uma parte minha quer continuar a matar, esse meu novo eu é faminto por sangue e tem apetite em matar. Não consigo sentir remorso. Não consigo sentir culpa. Não consigo me arrepender do que fiz.

"Eu gostei. As vozes, seus gritos, eu quero mais. Não quero que aquela sensação acabe. O medo nos olhos deles quando dilacerei suas gargantas."

BłȺȼꝁ Sħɇɇᵽ - CrepúsculoOnde histórias criam vida. Descubra agora