Desabafo.

238 18 3
                                    

Desde já agradeço pela sua atenção e peço, antecipadamente, desculpas por qualquer erro aqui cometido.








====°°°°====°°°°====°°°°====°°°°====








                    /Quebra de tempo/
            -Dois meses e meio depois-



  Dois meses haviam se passado desde o acontecimento entre Jean e Armin, e Kirschtein não estava lidando tão bem quanto o loiro parecia estar com a situação.
  Armin, após ouvir as desculpas de Jean naquela tarde em que comeram churros, pensou muito sobre o assunto e desabafou tudo com Hange, falando sobre o sentimento de dor que tinha toda vez que via Jean na fraternidade ou na faculdade ou no café ou na lanchonete -seus caminhos se cruzavam bastante- e também aquele tão conhecido sentimento de paixão, e o loiro se culpava por ainda sentir aquilo por Kirschtein, mesmo que ele soubesse que, ainda que quisesse, não seria fácil acabar com um sentimento assim da noite para o dia. E tudo só ficou ainda mais intenso e vivo dentro de si depois daquela noite, porque agora Arlert conhecia o calor do corpo de Jean, conhecia seus toques e sua voz rouca gemendo, conhecia o aroma excitante dos dois enquanto faziam sexo... Era uma tortura e, ainda assim, Armin colocou sua melhor expressão de "isso não me afeta em nada" no rosto e encarou a festa ao lado de Hange. A mulher era uma ótima amiga e sempre lhe dava bons conselhos -ainda que alguns fossem um pouco doidos-, e por isso Arlert passou a se encontrar mais com ela -e também porque Zoë terminou os experimentos que estava fazendo, então tinha bastante tempo livre- e o loiro realmente se sentia melhor quando estava com a mais velha, e isso, de certa forma, irritava Jean sempre que os três se esbarravam pelo campus ou pela fraternidade ou pelos cafés e lanchonetes...
  Kirschtein estava realmente incomodado com a situação. Não aceitava bem o fato de Armin simplesmente ter decidido esquecê-lo e estar com Hange -ainda que os dois não fossem mais do que amigos, mas Jean não sabia disso-, afinal quem disse que estava apaixonado por si foi ele. Foi Armin quem o chamou de babaca e insensível por pisar em seus sentimentos. Foi Armin quem o ignorou mesmo após pedir desculpas sinceras. Foi Armin quem... o superou. E isso não estava certo aos seus olhos, porque ele mesmo não tinha tido tempo de pensar em superar o que quer que tenha acontecido...
  Jean não estava conseguindo lidar com tudo e, para piorar, a situação com Connie também não ia bem, pois haviam brigado alguns dias atrás porque Kirschtein entrou no quarto que eles dividiam e deu de cara com Springer e uma garota loira se pegando em cima da cama. E o maior explodiu falando que não era para ele ficar levando "vadias" para o quarto que dividiam e Connie ficou irritado e lhe deu um soco no rosto. Depois disso, Jean simplesmente saiu do quarto e não voltou durante três dias -os quais também não apareceu na faculdade-, usando esse tempo para esfriar a cabeça, pois sabia que havia ido longe demais com Connie.

  -Parabéns, Jean, você só faz merda! -Disse para si mesmo enquanto caminhava pela calçada na direção da fraternidade. -Eu ferrei com tudo... Ferrei com o Connie, o Armin me odeia e tenho certeza que todo mundo está cansado das merdas que tenho feito e falado... -Resmungou sem levantar o olhar do chão, ainda caminhando vagarosamente. -Tenho que consertar isso. -Falou mais firme ao parar em frente à casa da fraternidade e inspirou o ar profundamente.

  Kirschtein, então, caminhou até a porta e abriu-a, já decidido em subir para o quarto e pedir desculpas a Connie, mas foi impedido assim que fechou a porta atrás de si.

  -Jean, seu desgraçado! Onde você estava?! E por que não atende a droga do telefone?! Sabe o tanto de merda que a gente pensou que tinha acontecido com você, imbecil?! -Springer exclamou apontando o dedo em sua cara e o maior deu alguns passos para trás.
  -Meu celular descarregou... Foi mal. -Jean disse coçando a nuca e Connie lhe agarrou pela gola da camisa.
  -"Foi mal"?! Cara, a gente foi até na polícia! Ligamos para os seus pais, mas eles disseram que você não tinha passado por lá!
  -Olha, Connie, desculpa preocupar vocês, mas eu precisava pensar sozinho por um tempo. -Kirschtein falou calmo ao tirar as mãos do menor de sua camisa, então suspirou. -Quero falar com você. Podemos dar uma volta? -Perguntou nervoso e o de cabeça raspada lhe encarou curioso, pois Jean parecia realmente sério.
  -Tudo bem. -Concordou e logo ambos saíram da casa, deixando o restante dos garotos que encaravam a cena na sala, sem sequer terem a chance de também xingarem Jean pelo susto que levaram.

Entre bebidas e brigas - JeArminOnde histórias criam vida. Descubra agora