Você ainda gosta de mim?

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Desde já agradeço pela sua atenção e peço, antecipadamente, desculpas por qualquer erro aqui cometido.








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  Armin tentava, em vão, se concentrar nos estudos sobre a aula que teria depois, mas sua mente sempre voltava para o eco da voz de Jean no andar de baixo e Connie gritando consigo. "Pelo menos ele está vivo", Arlert pensou na vã tentativa de tirar aquilo de sua mente.
  O loiro, então, deixou os livros e cadernos sobre a mesa e foi até sua cama, atirando-se sem cerimônia e suspirando pesado. "Algum dia eu vou parar de me importar?", indagou-se quando seus pensamentos voltaram para Jean mais uma vez. Entretanto, Armin não pôde focar em seus pensamentos, pois logo ouviu batidas incessantes na porta.

  -Já vou! -Arlert gritou levantando-se e caminhou até a porta, abrindo-a e dando de cara com um Jean ofegante e corado -por ter corrido até ali. -Jean?! O que voc-
  -Eu preciso... Haaa... Só um mi-minuto... Haa... -O maior ofegou apoiando as mãos nos joelhos e respirou profundamente até recuperar o ar.
  -O que você quer, Jean? -Perguntou frio, já tensionando fechar a porta.
  -Eu sou muito, muito burro! Também sou muito babaca e demoro para perceber as coisas mais óbvias! Sou completamente estúpido para dizer as coisas e não sei lidar com coisas que me incomodam! -Jean exclamou ainda meio ofegante enquanto encarava Armin nos olhos e este engoliu em seco, sem saber o que esperar. -Armin, eu sinto muito! Desculpa por ser tão babaca ao ponto de não perceber o que você sentia e também... por demorar tanto tempo para perceber o que eu sinto. -Falou essa última parte um pouco mais baixo e o loiro sentiu o coração comprimir.
  -Jean, pode parar por aí. Eu não quero saber. -Arlert interrompeu ao sentir que já criava, mesmo sem querer, expectativas. -Eu já entendi que você sente muito. Não me importo mais, de verdade, então está tudo bem. -Disse com uma expressão neutra e Kirschtein comprimiu os lábios e apertou os punhos.
  -Mas eu me importo! -Bradou dando um passo adiante e Armin se afastou surpreso. -Esses últimos dois meses foram um inferno! Sabe o quão irritante foi ver você e a doida do prédio A todos os dias juntos?!
  -O nome dela é Hange. -Armin interrompeu incomodado. -Aliás, o que isso te importa? Ela é minha amiga.
  -Me importa porque eu não gosto do quão perto vocês ficam. Isso me irrita, Armin, porque eu não quero que você fique perto assim de mais ninguém. -Disse um pouco mais calmo e o loiro sentiu o coração palpitar. A conversa estava ficando tensa e Armin se amaldiçoava pelos sentimentos que ainda tinha. -Eu demorei para perceber e, sinceramente, se não fosse o Connie a abrir os meus olhos, não teria percebido tão cedo... -Murmurou coçando a nuca e deu um passo adiante, mas desta vez Armin não se moveu. -Armin, a verdade é que eu gosto de você. Não do Connie, nem qualquer outra pessoa. Eu não paro de pensar em você depois de tudo o que aconteceu e fiquei muito puto quando soube que você estava com a doid-... Hange. E ficava mais puto ainda quando via vocês para todo lado. Eu sei que o que estou fazendo não é nem um pouco legal e que talvez eu esteja só te ferindo mais, mas não acho que seja assim! Eu, de verdade, de verdade mesmo, Armin, gosto de você. Meu coração bate mais rápido quando estamos juntos e sinto que vou explodir agora mesmo só de te falar isso. -Confessou com o rosto claramente enrubescido e abaixou-se, apoiando um joelho no chão. -Eu imploro, Armin, se em algum lugar aí dentro você ainda gostar de mim, por favor, me dá uma chance de mostrar o que eu sinto e reparar meu erro te fazendo feliz. -Pediu sinceramente, o encarando nos olhos, e Arlert deu um passo para trás.
  -Isso... Fala sério, Jean... Para com isso. -Balbuciou dando mais alguns passos para trás e Kirschtein levantou-se de repente, o puxando para um beijo em seguida, mas não muito longo nem sexual, apenas um rápido e passional beijo.
  -Eu estou falando sério. Eu gosto de você, Armin. Pode sentir. -Jean disse ao pegar a mão do loiro e colocar sobre seu peito, e Arlert pôde sentir o ritmo forte e acelerado. -Acredita em mim agora? Não posso fingir uma coisa assim e só acontece quando estou perto de você ou quando te vejo ou quando penso em você... -Falou ainda mantendo a mão do menor em seu peito e Armin abaixou o olhar, sentindo que seu coração batia tão rápido quanto o de Jean.
  -Ma-mas e o Connie? -Perguntou receoso e Kirschtein apertou mais sua mão.
  -Eu falei com ele e percebi que é de você de quem eu gosto. O que eu sentia por ele não existe mais. Meu coração não acelera mais por ele. -Jean disse sincero e baixo, aproximando seu rosto do de Armin. -Eu preciso saber, Armin, você pode me dar uma chance? Ainda gosta de mim? -Indagou com a voz um tanto ansiosa e o menor levantou o olhar para si, expondo os olhos marejados.
  -Acha mesmo que eu... poderia esquecer tudo tão fácil?! Eu tentei... Tentei tanto, mas não consegui! -Exclamou com uma mão sobre os olhos e as lágrimas começaram a vir mais intensas. -Esses meses foram tão dolorosos porque, por mais que eu quisesse, não conseguia deixar de gostar de você! -Bradou ainda com a mão sobre os olhos e Jean sentiu os seus próprios marejados, sorrindo bobo com a fala do menor.
  -Então, isso é um "sim"? Pode me dar uma chance? -Indagou, não podendo conter o sorriso, e Arlert tirou a mão dos olhos, encarando a expressão de pura felicidade que Kirschtein exibia. Então, sem falar uma palavra sequer, Armin puxou o maior pela nuca e selou seus lábios em um beijo.
  -Essa é a sua resposta... -Murmurou envergonhado e Jean sorriu ainda mais, o abraçando forte em seguida.
  -ISSO!! -Exclamou exageradamente feliz e o loiro riu enquanto retribuía o abraço.
  -A gente pode entrar para dar os parabéns? -Reiner indagou de repente na porta do quarto e tanto Jean como Armin pularam assustados, olhando rapidamente naquela direção e vendo todos os outros garotos ali -exceto os que estavam em aula ou haviam saído.
  -Vocês estavam ouvindo?! -Kirschtein exclamou incomodado e envergonhado, secando as lágrimas dos olhos.
  -Vocês quem deixaram a porta aberta... -O loiro alto disse e deu de ombros.
  -Não importa! Fofoqueiros! -Jean exclamou mostrando o dedo do meio.
  -Ei, por que vocês estão amontoados aqui? -Eren indagou abrindo caminho no meio dos garotos e parou na porta do quarto assim que viu Jean ao lado de Armin e o loiro com os olhos vermelhos e rosto de quem havia chorado. -SEU DESGRAÇADO!! -Jaeger exclamou indo para cima de Jean, mas Reiner o pegou antes. -ME SOLTA!! EU VOU QUEBRAR A SUA CARA, JEAN!!
  -EREN!! -Armin exclamou se pondo na frente de Kirschtein e o acastanhado olhou para si. -O Jean não fez nada!
  -Então por que você estava chorando?! E por que está protegendo ele?! -Bravejou se debatendo nos braços de Reiner, mas este não iria ceder e lhe soltar tão fácil.
  -Eu não chorei porque ele me machucou nem nada! Foi porque eu estava feliz! O Jean não falou nada que me magoasse!
  -Feliz? Ele não...? -Eren indagou tentando entender a situação, mas logo a ficha caiu. -Nããão! Armin, e você acreditou nele?!
  -Ele falou a verdade, Eren. Foi totalmente sincero e eu acredito nele. -Disse firme e Jaeger comprimiu os lábios.
  -Mas eu não acredito! Se você quiser ficar com o Armin, vai ter que me convencer! -Exclamou ao olhar seriamente para Jean e este estreitou o olhar.
  -Você é o pai dele, por acaso? Eu já me entendi com o Armin e falei que estou apaixonado por ele, e ele me aceitou. Você não tem que se meter, Jaeger. -Disse ao envolver seus braços ao redor do loiro à sua frente e o puxou para trás, abraçando-o.
  -SEU-
  -Eren, por favor, pode não criar caso pelo menos uma vez? -Armin indagou cansado e o acastanhado suavizou o olhar.
  -Não estou criando caso! Ele já te magoou uma vez, lembra? Você pode estar com a memória fraca, mas eu lembro bem das noites em que nós conversamos e da dor que você sentia! Eu me preocupo, Armin, e não quero você passe por isso de novo! Eu quero te ver feliz! -Eren disse sério e o loiro comprimiu os lábios, se afastando do abraço de Jean e fazendo sinal para Reiner soltar o maior.
  -Podem nos dar licença? -Arlert perguntou para os outros garotos e todos saíram, deixando apenas os dois no quarto, então o menor fechou a porta e virou-se para encarar o amigo. -Acha que eu não sei tomar boas decisões na minha vida? -Indagou sério e Eren deu um passo à frente.
  -É claro que eu não penso isso! -Exclamou sincero.
  -Então por que acha que não vou ser feliz se estiver com o Jean? -Voltou a indagar, agora o encarando diretamente nos olhos.
  -Porque ele já te machucou uma vez e pode fazer de novo! -Bradou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
  -Dessa vez é diferente, Eren.
  -Diferente como?
  -Nós dois sentimos a mesma coisa, por isso é diferente. Eu sou o último que teria motivos para acreditar no que o Jean diz, Eren, mas sei que ele está falando a verdade. -Falou ao dar um passo à frente.
  -Eu não confio nele. -Disse mais calmo e Armin segurou suas mãos.
  -Pode confiar em mim, então. Eu agradeço que você se preocupa comigo e quer me ver bem, mas eu já sou grande, Eren, e sei me cuidar. Não acho que o Jean vai me machucar daquele jeito de novo. -Arlert disse com um sorriso fino e Eren apertou suas mãos.
  -Eu confio em você. Quero te ver feliz, Armin, e, por mais que me corroa dizer isso, se aquele cara de cavalo te fizer feliz, então eu vou te apoiar. -Eren disse engolindo o orgulho e apertou mais forte as mãos do amigo. -Mas não me pede para simpatizar com ele do nada, porque ainda não confio nele. -Resmungou com uma careta e Armin riu.
  -Obrigado, Eren. -Disse com um sorriso sincero e abraçou o maior.
  -Agora sai daqui, porque eu sei que você quer beijar aquele lá... -Jaeger resmungou ao soltar Armin do abraço e este riu baixinho.
  -Até mais tarde, Eren! -Armin falou com um sorriso animado e saiu do quarto, aliviado por ter falado com o amigo e muito feliz por finalmente poder compartilhar o mesmo sentimento de paixão com Jean.














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Novamente agradeço pela sua atenção e peço desculpas por qualquer erro aqui cometido.

Entre bebidas e brigas - JeArminOnde histórias criam vida. Descubra agora