Saindo do shopping a caminho de casa, lembro que há uma praça próxima daqui, uns dois quarteirões de distância e decido passar por lá para andar um pouco e espairecer. Era a praça Batista Campos. Chego e vou logo na barraquinha que tem guaraná da amazônia, peço um e sigo andando ao redor da praça.
Pego meu celular e coloco para tocar "Somebody that i used to know", aumento o volume do fone no máximo e sigo. Começo a relembrar todos os momentos com Ale, todas as festinhas que fomos, as festas do pijama e até mesmo as pequenas mentiras para as nossas mães. Como eu iria sentir falta de tudo isso! Não sou muito boa em fazer novas amizades, Ale havia sido uma joia rara que eu conheci e logo amei e viramos super amigas. Me sinto estúpida. Todos esses dias quando nos falávamos e ela agindo super estranha o tempo todo e eu sequer perguntei, sequer desconfiei que algo pudesse estar errado. Queria que as coisas tivessem sido diferentes. Uma mensagem chega para mim no whatsapp, é Armando.
"Quando quiser conversar, sabes onde me encontrar."
Leio, mas decido não responder nada. Gosto muito do Armando e gostaria que tivéssemos algo mais sério, porém, mal o conheço, ele fala tão pouco sobre tudo, o que ele gosta? Como é a família dele? Porque aquela obsessão toda em se enturmar com aqueles garotos? E o que aquela Angela disse? Seria só mentiras inventadas por essa invejosa? Ou será que ele realmente não era uma pessoa boa? Mas será que poderia ser tão ruim assim? Minha cabeça fica para explodir. Tantas dúvidas, tantas incertezas. Acho que estou prestes a enlouquecer. Quando vejo, já dei duas voltas na praça inteira e lá vem ela, a chuva com um trovão anunciando sua chegada. Vou correndo para a casa, mas ainda acabo me molhando. Chego em casa encharcada e tenho que ir pelas escadas por conta das normas do prédio do papai.
Chegando em casa vou direto ao banheiro e tomo uma bela ducha. Lavo meu cabelo e saio. Coloco um pijama, pois já são 17h e logo irá anoitecer. Penteio os cabelos e vou olhar meu celular. Nenhuma mensagem nova, nenhuma resposta de Ale. Bufo de raiva e tristeza e decido mandar mensagem para Armando. Talvez ele não merecesse ser tratado de forma tão seca. Melhor que mandar mensagem, é ligar e é o que faço. Depois de uns três toques, alguém atende, com voz ofegante.
LIGAÇÃO ON
Desconhecido(a): Alô? quem é?
ME: Oi, eu sou a Liz. Amiga do Armando, esse celular é dele. Ele se encontra?
D: Ah, sim. Já passo pra ele.
À essa altura, pude perceber que a voz era de mulher e realmente estava muito ofegante, o que será que ela estava fazendo? E com o celular do Armando? Isso não me cheira bem. Posso ouvir no fundo ela sussurrar algo para alguém e logo soltar uma gargalhada, me intrigando mais ainda.
AR: Oi, meu amor! Fico feliz que você me ligou, achei que estivesse com raiva, te achei meio seca nas mensagens.
ME: Que nada! Estava com alguns problemas e sem cabeça para conversar, mas não tem nada a ver com você não. Quem é essa que atendeu o telefone?
AR: Ahh, é minha mãe. É que estava no quarto dos meus pais conversando com eles e quando fui para o meu quarto acabei esquecendo de trazer meu celular, deixei ele lá.
ME: Hum. Entendi. É que ela estava meio ofegante aí atendeu seu telefone e eu não sabia quem era, achei que fosse alguma paquera sua, sei lá.
Falo, dando uma risada sem graça. Afinal, o que tínhamos para que pudesse exigir algo dele?
AR: Paquera? Como assim? Está louca? Eu estou com você, meu amor. Não quero e nem poderia ter outra. Sobre o lance do ofegante, ela estava com meu pai no quarto né e sozinhos aí cê já sabe...
Disse ele dando uma bela gargalhada e malicioso, não me aguento e caio na risada também.
ME: Sem mais detalhes! Já entendi! Mas e aí, como foi a aula hoje? Eu estava precisando jogar conversa fora e realmente acho que fui meio grossa com você e por isso peço desculpas aí achei que pudéssemos bater um papo.
AR: Claro, meu anjinho. A aula hoje foi super bacana, tivemos que fazer até trabalho em grupo na aula de química, foi TOP! Pena que eu não entendo nada de estequiometria. Mas fora isso nada demais, apenas senti muita falta do meu amor para passar o recreio comigo. Mas e o seu dia, como foi? Não quer falar sobre o tal problema pessoal seu de hoje?
ME: Não. Liguei justamente para tentar esquecer disso. Que legal, eu DETESTO trabalho em grupo, mas que bom que a aula hoje foi boa para você! Também senti muito a sua falta. Hoje não fiz nada, além de assistir filmes clichês, comer besteira e dei um rolê no shopping e depois na praça aqui perto do prédio.
AR: Poxa, foi fazer tudo isso e nem me convidou para um dos rolês? Que isso, gata?! Achei que tivéssemos algo maneiro e mais sério.
Senti o tom de seriedade na voz dele, mas não entendi. Que coisa séria que temos? Namoro? Nunca houve pedido. Ficar sério não é bem algo que alguém consideraria "coisa séria".
ME: Já te disse que precisava ficar sozinha, não convidei ninguém. Mas pensando bem, eu adoraria ter a sua companhia e dos seus lábios hoje mesmo.
Disse, dando uma risada maliciosa, para fazer a média e não parecer seca com ele de novo.
AR: Hum. Jura? Poderia fazer essa companhia agora se quiser.
Olho a hora, eram 17:45h, meu pai costuma chegar do trabalho às 19h, acho que eu tinha tempo de dar uns pequenos amassos com meu gatinho.
ME: Então, venha! Mas tem que vir rápido, estou sozinha em casa e papai chega 19h, precisa ir embora antes disso!
AR: Opa, é para já! Estou indo pegar o táxi, amor. Te mando mensagem quando estiver perto.
Ele desligou na mesma hora e eu dei um sorriso enorme. O que é que esse garoto está fazendo comigo? Gosto tanto dele e espero que ele não me decepcione. Afasto meus pensamentos e vou me olhar no espelho. Não está dos melhores olhares, mas ruim não estou. Não posso parecer desesperada e que me arrumei só pra ele, não cairia bem! Olho para o pijama, um shortinho que mostra o início da minha bunda e uma blusinha justa em meus seios. Bom, que eu estava uma bela mulher, isso eu estava! Passo um pouco de batom de cacau e vou para sala esperá-lo.
Sento no sofá e rolo a timeline do instagram enquanto o espero. 10min e o interfone toca, é ele, deixo subir e logo abro a porta. Ele sai do elevador com aquela aura angelical que só ele tem, um andar inconfundível e charmoso, parece um galã de novela. O meu galã. Ele vem e me dá logo um abraço apertado.
"Meu amor, eu estava com saudades!"
Logo depois, me lasca um beijo daqueles e vai me empurrando para dentro do apartamento e fechando a porta. Eu paro o beijo por um instante e falo:
"Armando! Calma. O que você está fazendo?"
Não é que eu não queria, mas só não entendia porquê um beijo daquela intensidade do nada e mal falando comigo, coisa que ele nunca faz.
"Ah, meu bem, é só que eu estava morrendo de saudades. Me perdoe, não quero apressar nada."
Agora sim, soa um pouco mais como ele. Eu dou de ombros e esboço um sorriso, gesticulando com as mãos em direção ao meu quarto e assim vamos. Entrando, vamos logo nos deitando na cama e eu tranco o quarto.
"Pronto. Você quer assistir alguma coisa, amor?" Falo, sorrindo e olhando para aquele rosto maravilhoso.
"Não, acho que agora só quero conversar com minha pequena." Diz ele, também sorrindo e mexendo com meus cabelos, ainda úmidos.
"Hum. Sendo assim, sobre o que quer conversar, meu amor?" Digo, com um tom meio debochado ao chamá-lo de amor.
"Sobre o quanto você é linda, minha princesa." Diz ele, me beijando em seguida.
Eu retribuo o beijo e falo:
"Acho que esse é um assunto muito urgente a ser discutido. Minha beleza precisa ser estudada." Rio. entrando na brincadeira.
"Eu mesma gostaria de estudá-la por completo." Ele fala, me beijando e puxando meu corpo contra o dele. Estava sentindo tudo aquilo maravilhoso, uma sensação de excitação que nunca havia sentido antes e queria mais.
"Pois acho que você deveria." Falo, meio que dando um sinal verde para ele prosseguir.
Continuamos nos beijando até que ele passou a mão pela minha bunda. Senti uma sensação estranha, mas boa. Decido que irei deixar e aproveitar, vou puxando o corpo dele mais pra perto enquanto nos beijamos desesperadamente, como se nossas vidas dependessem disso. Ele começa a passar a mão nos meus peitos e no corpo todo e eu começo a acariciar o corpo todo dele também até chegar no pênis. E que volume quando cheguei lá,viu?! Fiquei animada e mexi mais nessa região, ele arfou de prazer e começa a meter a mão nos arredores do meu short e da minha calcinha, eu dei um gemidinho de prazer, ele continua, tira meu shorts e blusa. eu tiro a dele bem rapidamente e voltamos a nos beijar, ele continua a mexer nas minhas partes íntimas, decide colocar um dedo dentro da minha calcinha e começa a brincar com minhas partes.
"Você quer? Precisa me dizer se quer." Ele fala, malicioso enquanto beija meu pescoço, me deixando louca.
"Você ainda tem dúvidas?" Falo, metendo a mão e brincando com o pênis dele enquanto o olho, desafiadora.
"Assim que eu gosto!" Diz ele, com um sorriso malicioso e logo vai metendo um dedo na minha vagina, eu dou um gemido de prazer forte até que batem forte na porta do meu quarto.
"Filha? Tá tudo bem aí?"
Meu Deus, era o meu pai! Ele chegou mais cedo hoje e eu fiquei desesperada. Fiz sinal para que Armando se escondesse no guarda roupa junto com suas roupas. E tratei de abrir a porta.
"Oi, pai. Tudo ótimo. Estava precisando de um tempo só e acabei passando o dia no quarto. Como foi seu dia?"
Disse, com um sorriso nervoso e descabelada.
"Sabia! Disse à Luana que você precisaria de um tempo mesmo. Percebi que passou o dia no quarto, dormindo, né? Descabelada do jeito que está..." Ele fala dando uma risada, me zoando.
"Pois é, tenho que fazer dever de casa, depois a gente janta e conversa mais, viu papai?"
Disse e nem esperei sua resposta, fechei a porta e a tranquei. Abri a porta do guarda roupa e pedi para Armando sair.
"Dormindo, é? " Diz ele, dando uma gargalhada olhando para mim.
"Cale a boca, não é como se você conseguisse inventar algo melhor." Disse, meio brava com a zoação.
"Ixe, a bravinha voltou? Venha cá, meu amor. Me dê um beijinho." Ele me beijou sorrindo e nos deitamos na cama novamente.
"Não conseguirei fazer nada com meu pai em casa. Me desculpe." Disse, com uma cara de chateada.
"Eu nem quero que você faça. Já disse, no seu tempo, meu amor." Ele disse, sorrindo.
"Armando, eu estava pensando comigo mesma hoje e acabei percebendo que nos conhecemos há tão pouco tempo, não sei quase nada sobre você ou sua família e mesmo assim, você já me chama por apelidos carinhosos, me trata como alguém que é mais do que sua amiga, sua namorada talvez e sempre é tão gentil e carinhoso comigo. Porque tudo isso e assim tão de repente?" Disse.
"Ah, é que não há muita coisa para saber. Minha relação familiar é bem boa, meus pais tem um casamento super estável e feliz, não tenho irmãos, minha vida realmente não é das mais animadas. Acho que a única coisa que você não sabe e talvez seja importante na minha vida é o fato de que eu sonho em cursar medicina e o maior sonho da minha vida é ter uma família e uma história de amor tão bonitas quanto as de meus pais. E sobre os apelidos carinhosos, é que desde que te conheci, sempre pareceu que éramos amigos há anos e sempre me senti muito confortável com você, sempre fostes carinhosa comigo também e bom, nós ficamos na primeira vez que saímos, achei que fosse recíproco a vontade de ter alguma coisa mais séria." Ele disse, meio que dando de ombros.
"Nunca disse que não era, só que foi estranho nos conhecermos em pouco tempo e você já ter falado sobre termos algo sério ao mesmo tempo em que não me pediu em namoro, nem nada do tipo, apenas jogou isso na nossa conversa e tal." Falei, tentando me explicar.
"Ah, me desculpe por toda a confusão." Ele diz, me abraçando e me beijando em seguida na cama. Logo ele para o beijo, me encara e fica mexendo em meus cabelos, e diz:
"Não tenho muita coisa para fazer um pedido. só posso dizer que tenho um amor muito grande por ti mesmo em pouco tempo e que gostaria que fosse minha namorada, sinto que é o certo. Desde que te vi, te achei linda, quando nos falamos pela primeira vez senti como se pudesse me abrir contigo sobre tudo, porque você era o meu porto seguro. Continuo sentindo isso e cada dia que passa esse sentimento fica mais forte. Então, você quer namorar comigo, Liz?"
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A pior parte de mim
RomanceO que fazer se o amor da sua vida é a pior pessoa do mundo? O que você faria? Pularia fora ou acreditaria que o amor sentido por vocês, pode mudá-lo? E se ele errasse muito nessa trajetória, você seria capaz de perdoá-lo? E, se no final de tudo, só...