Meu nome é Elizabeth e eu sou uma adolescente de 16 anos, moro em Belém do Pará, uma cidade grande, nem tão formosa mas tem lá seus encantos. Sou filha de pais separados, um médico (Dr. Carlos Nacamura) e uma promotora (Dr. Ludmila Andrade), porém não sou tão traumatizada como a maioria dos jovens pois meus pais se separaram muito cedo, eu tinha apenas 2 anos, não entendia muita coisa. Hoje é dia 15 de janeiro, mamãe disse que vai me colocar em uma escola nova, é lógico que eu detestei a ideia mas não tenho idade pra morar só. A nova escola será a Marista, dizem que é muito boa, vou descobrir porque quero muito passar em medicina, bom ser boa mesmo. Neste exato momento, estou me vestindo pra meu primeiro dia de aula, lá eles não tem essa de uma semana com roupa comum, é de farda mesmo, todo dia então. Sou uma garota pouco vaidosa, mas como hoje é primeiro dia, um pó, um rímel e um gloss, cabelo solto, caíram maravilhosamente bem.
-FILHA, TÁ NA HORA, DESCE PRA COMER! - Ouvi minha mãe gritar, parecia uma desesperada.
Tratei logo de descer, antes q ela comece a brigar comigo de novo. Peguei um waffles e um copo de leite, só enfiei tudo pela garganta e entrei no carro. Minha mãe, logo disse:
- Seu primeiro dia em algo novo, está animada, querida? - Ela falou, demonstrando um real interesse na resposta.
- Mamãe, eu não estou das mais felizes com essa mudança, tu sabes disso mas espero que pelo menos no ensino seja bom. - Logo após ter respondido, percebi que minha mãe tinha ficado magoada mas não podia fazer nada, estava detestando a ideia mesmo.
Passamos os 15 minutos que restaram antes de chegar a escola, caladas, uma meio que chateada com a outra. Chegou e nem dei a bênção, tampouco me preocupei em ver o rosto da mamãe com meu maltrato à ela, entrei e logo fui recepcionada com olhares desde os mais alegres aos mais nojentos. Não precisei de muito tempo para perceber quem eram as patricinhas e a parte legal da escola. Aqui, diferente da minha outra escola, era obrigatório ir pra oração só apresentam uma religião: o cristianismo. Tudo bem que eu sou cristã mas acho uma injustiça com pessoas de outras religiões, sabendo q deveríamos ter direitos iguais. Mas obedeci sem contestar, seria ruim questionar a direção da escola justo no primeiro dia. Procurei me sentar perto de uns meninos que não me olharam torto assim que eu cheguei. Não deu cinco minutos, os meninos começaram a assobiar, e logo um deles, não era dos mais bonitos mas a gente releva, abriu a boca e disse :
-"Qual seu nome, gracinha?" - Abriu um enorme sorriso no rosto
-"Meu nome é Elizabeth, mas pode me chamar de Liz."- Fui pra apertar a mão dele como forma de cumprimento, mas ele logo me puxou pra um forte abraço.
A oração passou, e não falei mais com nenhum dos meninos, acabou e eu procurei a sala 07, e acabei esbarrando em um garoto, loiro dos olhos claros, mas não derrubei nada, e saí praticamente correndo, morrendo de vergonha e percebi o olhar do menino atrás de mim. Assim que encontrei a sala, me sentei na primeira cadeira da lateral, e avistei os garotos que estavam sentados perto de mim na oração, atrás de mim, sentou uma menina dos cabelos lisos e curtos, parecia não gostar muito de conversar então nem tentei puxar assunto. Passou os três primeiros horários de aula comigo tentando me concentrar na aula que os professores lecionavam. Na hora do recreio desci sozinha, e me sentei em um cantinho escondido próximo a biblioteca. Quatro meninos sentaram-se ao meu lado e logo, um dos cabelos cacheados que parecia ser homossexual falou:
-" Oi, qual é seu nome?"
-"Meu nome é Liz."- Logo abri um sorriso no rosto pra ele perceber que era bem vindo.
-" Eu me chamo Ulysses, e esses são o Matheus, Arthur e Antônio. "- À medida que ele falava o nome, cada um dos meninos sorriam e acenavam me permitindo saber quem era quem.
-" Muito prazer, meninos. Vocês são de que sala?"
-"Somos todos do 2° ano."- Respondeu o Matheus.
-" Ah sim."
-"E você, Liz?"
-"Sou do 1° ano."
-" Menina, desculpa ser atirada,mas olha o boy do terceiro ano que tá passando, que ARRASO!" - Ulysses falou, com a mão na boca,mas sem deixar de me permitir ver o sorriso de orelha a orelha que ele tinha na boca.
Eu não me segurei, dei uma gargalhada e os outros meninos, com exceção do Matheus, começaram a esconder a cara, como se estivessem envergonhados. Mas tinha que admitir, o garoto era maravilhoso.
-"Alguém aqui sabe o nome dele?" -Perguntei,curiosa.
-"É Leonardo, Liz mas nem se meta, ele namora e não parece ser uma das melhores pessoas." - Arthur falou, com uma feição despreocupada.
-"Nem estava pensando nisso!"- E sorri.
-"Tá, ele namora mas não deixa de ser um pitelzinho." - Ulysses falou, rindo com uma cara de safadinho, não me segurei e ri com ele.
Infelizmente, logo o sinal bateu e tivemos que subir.
-"Foi um prazer conhecer você, outro dia nos falamos."- Disse Matheus
-" Tudo bem, tchau meninos."
-"Tchau."- Responderam em coro.
E eu subi para parte ruim da escola.
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A pior parte de mim
RomanceO que fazer se o amor da sua vida é a pior pessoa do mundo? O que você faria? Pularia fora ou acreditaria que o amor sentido por vocês, pode mudá-lo? E se ele errasse muito nessa trajetória, você seria capaz de perdoá-lo? E, se no final de tudo, só...