50 tons de sangue

Acima da verdade

Eu não consegui me controlar e entrei em uma gargalhada louca, não conseguia parar de rir, eu tenho uma irmã? Conta outra né, chamei ela de louca e que com certeza ela estava me confundindo com outra mulher. Quando eu parei de rir, a sala ficou um silêncio tremendo e ela me olhou com uma cara muito séria, eu sei bem quando uma pessoa está mentindo, mas ela estava realmente falando a verdade, eu não podia acreditar, eu estava perplexa, eu só falei pra ela me explicar. Antes dela falar algo, ela chegou perto de mim e deu um tapa na minha cara, ficou puta porque matei alguns homens dela, mas me soltou e pediu pra gente conversar, eu obviamente pedi desculpas afinal eu só fiz isso pra me defender, mas não vem ao caso né.
  Ela começou a me explicar falando que o meu pai teve um caso com a mãe dela, antes mesmo de conhecer a minha mãe, após alguns meses ele conheceu a minha mãe e se apaixonou loucamente, quando o meu pai deu um fora na mãe dela ela soltou que estava grávida, mas mesmo assim ele não a quis, ele não iria viver a vida dele com uma mulher que ele não amava por ter uma filha com ela, então ele virou as costas e a largou, após alguns anos meu pai se casou com a minha mãe e me teve, ele era completamente feliz com a família que ele tinha, mas até que em um certo dia ele começou a receber cartas de ameaças, escritas que a minha mãe saberia sobre o caso, então o meu pai marcou de se encontrar com sua antiga amada em uma casa abandonada. Assim ele e ela foram, chegando lá o que ele não esperava era que ela levaria sua filha, ele não demonstrou uma reação se quer, ele apenas perguntou o que ela queria, então ela respondeu que só queria ele de volta e que ela estaria disposta a fazer absolutamente qualquer por ele, mas ela estava louca, obcecada e com uma grande dependência emocional em cima dele, então ele negou e a pediu pra não colocar a nova família que ele tinha no meio disso, que pela primeira vez ele estava feliz de verdade, essas palavras a machucam muito, foi como enfiar uma estaca em seu peito e rasgar até a garganta, então ela abaixou a cabeça e saiu, falou que não se cansaria até ferrar com a sua família feliz. Após isso alguns dias depois o meu pai percebeu que ela estava o seguindo, ela tentava se aproximar ainda mais da nossa casa e ele tinha medo do que ela podia ser capaz de fazer a mim e com a minha mãe, então ele pediu para que um de seus homens matassem ela e sua filha e assim foi feito, mas o que ele não sabia era que por alguma razão o homem não matou a filha. Anos se passaram e ela teve que crescer sozinha e batalhar todos os dias a fome, exaustão, o isolamento e a depressão, ela tentava se matar, mas toda vez que ela ia tirar sua própria vida ela lembrava de sua mãe e da promessa que se vingaria de sua morte, em um certo dia ela coincidente mente se encontrou com um homem alto, moreno e forte que a ajudou a sair da vida de miséria, ele a colheu e cuidou como sua filha. No mesmo dia em que se conheceram ela falou sobre sua vida e ele descobriu que o pai dessa garotinha era o homem que ele havia declarado guerra nesse mesmo dia, que na qual ele matou sua esposa em sua frente e disse que todos o chamavam de coruja, ele a contou sobre o que havia acontecido nesse dia, ela ficou feliz de saber da morte da minha mãe, então se aproveitou da situação pra planejar ainda melhor a morte do pai, mas anos se passaram e ela soube de seu suicídio, ela simplesmente surtou, ficou com tanta raiva e tanto ódio, ela não sabia mais como vingar a morte de sua mãe até que o Coruja falou de sua irmã, uma mulher com rostinho simpático, que sempre teve tudo em suas mãos, sempre foi perfeita em absolutamente tudo que fazia, a garota favorita de seu pai.
  Quando eu me levantei da cadeira seus guardas me seguraram e me amarraram novamente, eu perguntei o que ela ia fazer comigo e que se for pra tirar a minha vida que ela tire logo, ela falou que isso seria muito rápido e que eu não merecia algo tão calmo com a morte, eu falei que eu não tinha nada a ver com a vida dela e que eu ao menos sabia sobre tudo isso, ela falou que pouco se importa se eu sabia ou não, que eu pagaria sobre os pecados que o meu pai cometeu com ela e a sua mãe e pra pagar tudo que ele a fez passar eu seria torturada todos os dias, que além da dor física eu sentiria a dor mental. Eu escuto um barulho e quando eu olho para o lado a porta da sala se abre e uma pessoa meio inesperada entra, ela sai correndo para abraçá-lo e ele vira pra mim e diz se eu estava surpresa com sua aparição, o Coruja.