Descendentes: (Mevie) - A História Não Contada: Um Amor Secreto

Capítulo 2 - O Poder Da Amizade

Era noite, e todos dormiam tranquilamente na Ilha dos Perdidos. Os vilões e seus filhos estavam tendo sonhos maléficos, cada um pior do que o outro. Todos, exceto Mal. Estranhamente, ela sonhava com uma bela paisagem. Era um pesadelo, e ela não estava na Ilha, com toda a certeza.
Mal caminhava sobre a grama, em um belo dia de sol. Não havia nenhuma nuvem no céu. Os pássaros cantavam lindamente. A sua volta haviam vários canteiros, repletos de flores de todas as cores. Mais a frente, Mal chegou em um castelo. Diferentemente dos que ela havia visto na Ilha, aquele era enorme e bonito, com várias bandeiras nas cores amarela e azul penduradas nas paredes, balançando com o vento. De dentro do castelo saiu um garoto. Ele começou a colher algumas flores do jardim, até chegar perto de Mal. Ele sorriu e entregou as flores a ela.
— Seja bem-vinda!
— Quem é você? — Mal perguntou — E por que aparece em quase todos os meus sonhos?
— Mas isso não é um sonho. Eu estou bem aqui. E ficaremos juntos para sempre. Aqui é o seu lugar.
De repente, um monte de princesas com vestidos cor-de-rosa se aproximaram por todos os lados, rodeando os dois.
— Olá, Mal!
— Seja bem-vinda!
— É um prazer recebermos você em nossa escola!
— Vamos nos divertir muito juntas!

As princesas se afastaram, quando uma mulher se aproximou. Ela usava roupas azul-claras e os cabelos presos em um coque. Em suas mãos, segurava uma varinha. Ela a balançou, enquanto dizia algumas palavras estranhas: "Bibbidi, bobbidi, boo!"
Uma nuvem de fumaça cobriu Mal. Segundos depois, ela olhou para baixo e notou que também estava com um vestido cor-de-rosa.
"Mas o que é isso??" Ela gritou, assustada "Cadê a minha jaqueta?"
A Mulher segurava a roupa favorita de Mal. Ela voltou para o castelo, e antes de entrar a jogou em uma lixeira.
Mal ficou nervosa. Ela começou a suar e tremer. Então, olhou novamente para o garoto, que ainda estava parado em sua frente, sorrindo e com as flores nas mãos.
— E quem é você? Já é a terceira vez que aparece e ainda nem se apresentou!
— Fique tranquila. Ainda vamos ter muito tempo juntos.
Mal tentava fugir, mas as princesas não deixavam.
"Para onde vai, Mal? Aqui é sua casa agora."
Todos eles começaram a chamar pelo seu nome, sem parar:
"Mal... Mal..."

— Mal! Mal! — Alguém gritou, acordando a Vk, que pulou da cama. Ela suava, tremia e seu coração estava acelerado.
Ela olhou para frente e viu uma menina de cabelos escuros, com uma pequena tiara na cabeça. Assustada, virou-se rapidamente e se cobriu, enquanto gritava:
— Vá embora! Quero ficar na minha casa! Não vou a lugar nenhum com vocês!
— Mal? Sou eu, Evie! — A princesa azul falou calmamente, olhando para a amiga que tremia debaixo do cobertor. — Está tudo bem? O que está acontecendo?
Mal sentou-se na cama e abaixou o cobertor bem devagar, enquanto olhava para frente.
— Evie? É você mesma?
— Mas é claro que sou eu!
Mal soltou o cobertor, que caiu sobre a cama, e logo viu que era realmente sua amiga que estava ali. "Ufa!" ela suspirou aliviada, quando olhou em volta e notou que ainda estava em seu quarto com suas roupas roxas, e tudo continuava feio e assustador como de costume, e que não havia nenhuma princesa cor-de-rosa por ali. A única que estava em sua frente ela já conhecia, e era tranquila e confiável. E o melhor: não gostava de rosa e era do mal, assim como ela.
— Está tudo bem? — Evie perguntou, sentando-se na cama ao lado de Mal.
— Com você ao meu lado, sim — Mal sorriu, apoiando-se sobre o ombro da amiga. — Eu tive um pesadelo. Foi horrível!
— Deixa eu adivinhar: foi com uma de nossas mães.
— Não. Antes fosse. Dessa vez foi muito pior.
— Pior do que a Malévola e a Rainha Má? Mas o que pode ser pior do que isso? Quer me contar como foi?
— Foi muito estranho. E muito real. Eu nunca estive naquele lugar. E aquele garoto apareceu mais uma vez.
— Outra vez? O mesmo garoto que estava em um piquenique com você na noite passada? — Evie riu.
— O próprio. Mas isso não tem graça.
— Mal, você está apaixonada? — Evie sorriu — É algum vilão que conhecemos?
— Apai... Apa... O quê?? De jeito nenhum! Nem sei o que é isso.
— Não sou especialista, mas sonhar com o mesmo garoto três vezes em uma semana não é normal. Ele é bonito?
— Evie! — Mal gritou, jogando uma almofada na amiga — Pare com isso! Ele nem era um vilão. E com certeza, eu não estava na Ilha. E só de lembrar daquelas princesas e vestidos cor-de-rosa já me dá arrepios.
Mal olhou para a sua jaqueta, que estava pendurada em um cabideiro logo a frente. Em seguida levantou-se da cama e a vestiu.
— Princesas? Então aquele príncipe não era o único ser "assustador" dessa vez.
— Não mesmo. E eram muitas. Sem contar com aquela mulher que com um toque de magia me transformou em uma... Argh... Princesa.
— Mas você estava em... Auradon? — Evie perguntou, surpresa.
Mal ficou boquiaberta. Depois, balançou a cabeça.
— Sei lá. Esqueça! Prefiro não pensar nisso. Aqui é e sempre será a nossa casa.
Mal olhou para Evie e depois para a janela:
— Como você conseguiu entrar aqui?
— Pela porta, ué. — Evie riu.
— Você está cheia de gracinhas hoje, hein! Eu tô falando sério! Sua mãe te proibiu de me ver, lembra? E além disso, minha mãe não vai gostar nem um pouco quando souber que você está aqui.
— Relaxa! Ela nem está aqui. E minha mãe também saiu hoje bem cedo. E você achou mesmo que eu não ia vir te ver?
— Mas você está se arriscando muito por minha causa!
— Não. Eu estou fazendo isso por que eu quero. E além disso, eu gosto de você. — Evie sorriu.