- Yeonjun -A luz entrando sutilmente através das cortinas, pássaros assobiando lá fora, o cobertor leve me cobrindo quase que até os cabelos, sonhos incompreensíveis se passando pela minha cabeça enquanto ainda durmo confortavelmente, feito um bebê.
Se alguém me perguntasse qual é o meu momento favorito do dia, eu iria responder que são esses poucos minutinhos antes do despertador tocar, quando ainda estou fora da realidade e não tenho nenhuma preocupação.
Mas essa sensação de tranquilidade logo chega ao fim quando meu despertador toca, mais um longo dia no qual preciso enfrentar.
Meus pais sempre discutindo sobre negócios desde manhã cedo, às vezes são tantas preocupações e compromissos que nem sequer notam minha presença, nem se despedem ao sair de casa para voltar apenas tarde da noite naquele dia... Às vezes eu me sinto invisível, confesso.
Desde sempre as coisas funcionam assim, meus pais são tão distantes que às vezes até parece que temos apenas uma relação formal e obrigatória.
Eu finjo que está tudo bem, que não me afeta, mas lá no fundo sei que existe um vazio dentro de mim por conta disso. Sei que eles são extremamente ocupados e precisam se comprometer com os negócios, mas isso não justifica tanto desprezo e indiferença comigo...
Por mais que haviam babás para cuidar de mim, eu acabei crescendo com a obrigação de ser independente. "Quando a mamãe e o papai irão voltar?", elas nunca tinham respostas para essa pergunta. Meu pai quase toda semana está viajando à negócios e o único ponto positivo disso é que ele sempre me traz vários presentes, mas isso ainda não é capaz de suprir sua ausência...
Às vezes me pergunto se realmente vale à pena ter tanto dinheiro assim.
É tão doloroso não sentir verdade por trás de um "eu te amo", meus pais sempre me falam isso mas por algum motivo é realmente difícil de conseguir acreditar. Eu cresci ouvindo apenas regras e sermões, eles só eram presentes quando precisavam me julgar ou corrigir, era tanta pressão que eu me sentia até como se fosse um robô, no qual não poderia cometer erros ou sequer sair da linha alguma vez.
Nunca são elogios, sempre apenas "ainda não é suficiente, você tem que melhorar". Não fui elogiado nem no dia em que ganhei em 1ª lugar no concurso de artes da escola, eu me esforcei muito por aquele desenho, coloquei tanto carinho, dedicação e significados nele e tudo que recebi no final das contas foram frases negativas e desmotivadoras. Meus pais disseram que aquilo era besteira, uma perda de tempo que não me levaria à lugar algum.
Eu sempre amei desenhar, para mim é como se fosse uma cura para toda tristeza e estresse, um refúgio para os dias ruins e um tempo no qual posso me sentir livre, inspirado, alegre... Por isso ouvir tais palavras fortes, realmente acabaram me machucando.
E eu sei que desde que nasci estou destinado a uma única opção, administrar a grande empresa de tecnologias dos meus pais. Mas se eles soubessem que eu não tenho a mínima vontade ou interesse em trabalhar nisso... É, eu com certeza estaria ferrado e com as orelhas fervendo de tantos sermões.
Qual é, eu só queria poder ser livre em minhas escolhas para o futuro e fazer aquilo que eu tanto amo, artes.
Quando eu era pequeno, amava assistir séries no qual a sociedade considerava "femininas", e meu pai odiava isso. Sempre que ele me pegava assistindo esse tipo de coisa puxava minha orelha e me dava um sermão, dizendo que "homens de verdade não assistem esses desenhos para garotinhas".
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Elite. ( YEONBIN )
FanfictionChoi Soobin era apenas um estudante de ensino médio com o sonho de se tornar um biólogo no futuro, mas como suas condições financeiras não eram boas, precisou se dedicar muito para finalmente conseguir uma bolsa de estudos na melhor e mais qualifica...