Descendentes: Um Novo Capítulo (Atualizado)

Capítulo 22: Anjo e Demônio

Fury voltou para o seu quarto depois de ficar um tempo com Dalida no gramado. Ela conseguiu até mesmo descansar um pouco, algo parecido com um cochilo.

Ela estava sentada no chão, na frente da sua cama. Mãos na cabeça como se sentisse alguma dor. Algo que estivesse a incomodando. Mas era apenas a sua mente confusa.

Tinha algo de errado com ela. Ela estava confortável ao lado de Dalida, estava confortável em estar em Auradon como se estivesse gostando daquilo tudo.

"Mas você não quer que seja diferente." Ouviu a voz da Dalida na sua cabeça como se ela estivesse ali no quarto com ela.

"É claro que quer. Se você não fizer algo, os vilões e seus filhos vão ficar presos dentro da barreira para sempre e nunca serão felizes. E você, como sempre, será uma inútil." Agora era a voz do seu pai.

O irmão do Mufasa. Aquele que matou o próprio irmão e começou a comandar o reino do irmão por anos até o filho do Mufasa, Simba, voltar e destronar ele.

"Você precisa vingar a injustiça que foi feita com o seu pai." Ele falava alto. Como se falasse no seu ouvido.

― Eu sei, pai. Eu vou conseguir e te deixar orgulhoso. ― Fury sussurrava para si mesma.

"Mas assim você vai ter que me machucar." Dalida voltou para sua cabeça. "E você sabe que seus amigos estão felizes em morar em Auradon. E se você fizer o que seu pai quer, você vai machucar eles também. Achei que você gostasse dos seus amigos."

― Eu gosto. Eles são as únicas pessoas com quem eu realmente me importo.

"Então não faça nada. Apenas continuar vivendo feliz aqui em Auradon, com todos. Vai ficar tudo bem."

"Ela fala isso porque não sabe o que os perdidos sofrem na ilha. Ela nunca foi na ilha e não pode nem imaginar a fome, a dor e angústia que paira por toda a Ilha dos Perdidos." Seu pai voltou com mais força. "Vamos, filha. Você sabe o que deve fazer. Você sabe que merece isso. Merece fazer aquilo que vai me deixar orgulhoso. O trono será seu e apenas seu. Até mesmo eu, irei me curvar aos seus pés."

― Se curvar aos meus pés?

"Sim. Se você roubar o cetro e a varinha mágica, você será a mais poderosa do reino e poderá se tornar a rainha de Auradon. Todos terão que obedecer às suas ordens e se curvar à você."

― Nunca mais serei inútil?

"Nunca mais."

― Ninguém mais poderá dizer que eu sou fraca.

"Ninguém. Você será a mais poderosa de todas as pessoas."

― Você está certo, pai. Eu preciso fazer isso.

E assim Lana entrou no quarto acordando Fury do seu devaneio, deixando que a voz de Dalida que chamava pela garota morresse no fundo dos seus pensamentos e que seu pai prevalecesse sobre ela mais uma vez.

― O que você está fazendo? ― Lana perguntou olhando Fury no chão.

― Como foi o encontro? ― Fury perguntou ignorando completamente a pergunta da Lana.

― Tranquilo... eu acho. Eu não sei direito como é um encontro, então acho que foi tranquilo. ― Lana mentiu indo se sentar na sua cama.

― Não me importo. Quero saber se descobriu alguma coisa. ― Fury falou parecendo ficar ansiosa.

Lana pensou no pouco tempo que ficou com a Evie e tudo o que conversaram. Lembrou sobre o silêncio no quarto dos garotos quando eles tinham percebido a mudança neles.

Afastou os pensamentos e olhou para Fury.

― O cetro da Malévola também está no Museu.

Fury se virou parecendo começar a pensar. Lana parecia que conseguia ver as engrenagens na cabeça de Fury girando rápido. Maquinando algum plano.

― Precisamos de uma distração. ― Fury falou começando a andar de um lado para o outro. ― Agora que os alarmes soaram, a segurança vai ser aumentada. Mas se houver algo grande o suficiente que precise de todos do reino?

― Como uma... festa? ― Lana perguntou tentando seguir a linha de raciocínio de Fury.

― Sim. Eu festa grande e barulhenta. ― O sorriso afiado apareceu nos lábios da Fury enquanto ela pensava em alguma coisa.

― Acho que ninguém vai fazer uma festa tão cedo. ― Lana falou acompanhando Fury com os olhos.

― Mas tem alguém que poderia pedir para Ben, para que uma festa seja feita. Uma pessoa que se importa muito com beleza e extravagâncias e que faria qualquer coisa para deixar um de nós feliz. ― Fury parou e olhou para Lana.

― Você quer que eu diga para a Evie fazer uma festa? ― Lana perguntou ficando de pé.

― Mas é claro. Por que usar essa poção só para informações quando também podemos fazer com que nossos planos sejam facilitados? ― Fury falava como se fosse algo óbvio. ― A não ser que você tenha algum problema com isso?

― Não. ― Lana respondeu rápido. Fury percebeu o coração da garota ficar um pouco mais rápido. ― É claro que não. Eu vou falar com a Evie.

Fury ficou olhando para Lana de cima a baixo.

― O encontro foi animado, não é? ― Fury perguntou cruzando os braços.

― Sim. ― Lana estava se esforçando ao máximo para não deixar claro seu nervosismo que estava aumentando. ― Mas por que dá pergunta?

― Seu cabelo e roupas estão um pouco amassados e bagunçados. Isso só poderia acontecer se você tivesse corrido ou fugido. Mas é claro que isso não aconteceu então vocês apenas fizeram sexo. Certo? ― Fury perguntou e Lana podia sentir o rosto ficar vermelho.

― S-Sim. Foi isso. ― Lana respondeu e se xingou internamente por ter gaguejado.

― Tudo bem. Eu sei que você não mentiria para mim. ― Fury falou e Lana afirmou com a cabeça.

― É claro que não. ― Ela começou a andar na direção da porta. ― Eu... vou procurar a Evie e falar sobre fazer uma festa.

Fury afirmou com a cabeça e sorriu para Lana antes dela fechar a porta.

"Você percebeu, minha filha?"

― Não posso confiar em nenhum deles.