Prólogo.

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Esse livro é indicado para maiores de 18 anos, se você tem receio a algum desses temas sensíveis a seguir, não leia.

- Violência física, sexual e psicológica.
- Conteúdo sexual explícito.
- Machismo.
- Lactofilia.

Esse livro pode conter cenas perturbadoras e gerar gatilhos e desconforto em muitas pessoas. Não esperem um romance fofo e cheio de amor nos primeiros capítulos, essa história retratará traumas, pesadelos e desconfortos vividos por um personagem. E isso replicará na forma em como ele se coloca no mundo.

"Existe uma escuridão que me rodeia, não existe esperança em me esvair dela, mas ainda assim, sem eu querer, uma luz adentrou em meu caminho. Um raio de sol.".

Nikolai Bellini.

Nada nesse mundo quando se nasce é planejado, bom, ao menos deveria ser assim com todos. Mas com alguns, a vida se torna tão cruel ao ponto de não ter muitas escolhas. Fazer ou morrer, matar ou morrer, e mesmo que você escolha a segunda opção em cada uma delas, isso não garante que conseguirá alcançar.

Aliás, a opção era dita, mas nunca, nunca, escolhida. Não por mim, óbvio, mas por quem governava aquela porra toda.

Stefan Bellini, meu pai, não que eu pudesse chamá-lo assim, nem quisesse. O homem mais cruel que eu já conheci, ele teria todo o meu ódio, mas o mesmo não está vivo para recebe-lo. Eu nunca entenderei como alguém que foi responsável pela geração de uma vida seria capaz de fazer tantas atrocidades com a mesma. Não apenas comigo, mas com os meus irmãos também.

Sou o mais novo entre os cinco irmãos, quatro homens, junto comigo, e uma mulher. Todos nós estivemos no mesmo lugar, a Rússia. A sede da máfia russa foi a nossa morada por longos anos, mas nunca chamada de lar, muito pelo contrário. O lugar asqueroso aonde crianças viviam sendo maltratadas de inúmeras formas, as crianças do filho do mafioso mais importante naquele país, até então. Ainda assim isso não valia para nada.

Muito pelo contrário, Stefan adorava nos ver passar por todas as atrocidades que ele propunha, cada um de sua maneira. E comigo, o filho mais novo, ele fez o favor de destruir qualquer sanidade, bondade e compaixão que eu teria em minha vida adulta. Como ele mesmo dizia: "Nikolai, estou te forjando para ser um homem sem escrúpulos".

No final, ele conseguiu.

Vê-lo morrer em minha frente foi o mais perto da felicidade que cheguei em minha vida, e acredito que será a única.

  Eu posso ser alguém ruim, bom, é isso o que a maioria das pessoas que me conhecem acham, e francamente, eu prefiro que continuem achando isso. Não há nada que me faça querer ser diferente, é como se o que vivi ditasse a vida pela minha frente. Nos meus pensamentos não há nada de diferente a não ser a mais pura ideia de vingança.

A vingança que não pude causar em meu próprio pai, mas que sei que existe alguém também responsável por tudo isso. E ele irá pagar, da pior forma possível.

Não é como se eu esperasse que algo diferente acontecesse em minha vida, já estou muito ciente de tudo aquilo que eu mereço e de fato, irei receber. Não sou merecedor de grandes recepções, nem de tampouco carinho. Não há nada que me encha os olhos, não há nada que eu espere receber, cumpro minhas funções, e nada mais que isso.

  Caminho pelas ruas agitadas de Los Angeles, estou mais inquieto que o normal esses dias, as vezes, a culpa e toda aquela porra consome ainda mais os meus pensamentos, nunca há controle neles. Entro no quarto de motel escolhido por mim, passo a tranca na porta assim que entro naquele ambiente, olho para frente vendo a mulher de costas para mim.

A Vingança. -Série Família Bellini V.Onde histórias criam vida. Descubra agora