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Enquanto vigiava ao lado de Sae, Minari pensava em Sang-woo, tinha um medo mortal de que ele morresse, e ela tinha motivos para temer isso. Ela olhou para a 067, ela não parecia se doer com nada que acontecia, era fria como gelo, mas Minari não se importava com isso

Minari olhou para Sae, que estava focada no outro time – Você é quieta, quase não fala nada.

Sae franziu a testa – Eu não falo com pessoas que não confio, você pode ser amada por todos dessa equipe, mas eu não confio em você.

– Eu não ligo se não confia, eu fico feliz em saber que talvez um dia você possa confiar – resmungou, sentando-se mais perto da 067

– Por quê você é desse jeito?.

Minari se levantou – Só tô fazendo o que ninguém aqui faria, eu sou desse jeito, porque eu gosto de ajudar as pessoas.

– E o que ganha com isso? – Kang perguntou

– Eu não faço isso para ganhar algo em troca, eu só faço porque é o certo – Minari respondeu, pensando em como elas estavam progredindo

– Você não tem medo de ajudar alguém que não conhece?.

– Sim, mas a vontade de ajudar é maior que o medo de morrer – Kim sorriu, Sae riu discretamente. Você está rindo, isso mostra que não é uma pessoa fria como eu pensava.

Sae-byeok fez uma careta – Para de falar besteira, só foi uma risada.

– Desculpa, é que eu não consigo me segurar nesses momentos – Minari comentou rindo. Mas olhando por outro lado, eu acho que você deveria sorrir mais, e não um sorriso sádico, um sorriso sincero.

– Eu não gosto de sorrir – ela mentiu, gostava muito de sorrir, mas não mostrava seu sorriso para pessoas que não confiava, pois achava que aquilo a deixaria fraca e vulnerável

– Sei disso – Minari fez uma careta, sem realmente acreditar nela

Sae zombou, ela sabia por que Minari era do jeito que ele era, mas ela teve que ouvi-lo dizer – Você fica falando que gosta de ajudar as pessoas, mas não se ajuda.

Minari fez uma pausa em seus pensamentos – Não entendi.

– Você passa muito tempo vivendo em prol das pessoas, e esquece de si mesma.

Ficou em silêncio por alguns minutos até que Minari suspirou
– Isso foi meio... um choque de realidade bem pesado – ela explicou ficando triste. Eu gosto de agir assim, eu não vejo problema nisso.

Sae deu de ombros – Eu posso até confiar em você, mas no final de tudo, eu saberei que estaria cometendo um erro – ela resmungou

Minari acenou com a cabeça – Não tem problema pensar isso, as vezes eu também fico nessa desconfiança com as pessoas.

[...]

No banheiro, Sana chorava enquanto olhava seu reflexo no espelho, ela não conseguia dormir durante dias por causa de sua ansiedade. Nenhum de seus amigos notou ambos os fatos, já que ela não falava disso pois não tinha coragem

Ela se olhou no espelho e viu sua aparência ficar cansada, pele mais pálida que o normal e os olhos pareciam cansados, pesados a ponto de fecharem e não abrirem mais, quebrou o espelho que refletia a sua imagem, caos caíram na pia e outros no chão, ela pensou como seria se passasse em seu corpo, se aquela dor na alma passaria. Não demorou muito para que tudo começasse a girar, sua cabeça não processava mais direito

Logo Sana estava tendo uma crise de ansiedade. Sana estava passando muito mal no banheiro. Nunca havia contado para ninguém que lutava contra um mal invisível, sabia que teria que lidar com o julgamento de seus pais e a preocupação de seus amigos

No fundo ela não queria preocupar ninguém, ela não queria que vivesse com pessoas que estão ao lado dela por causa de um possível falecimento. Quando a sua ansiedade amenizou, Sana teve a chance de gritar, mas não conseguia dizer muita coisa, estava fraca e sem ar – Casa! Casa! – Sana se contorcia chorando, torcendo para que alguém ouvisse e fosse acudi- lá

[...]

Minari foi a primeira a ouvir aquilo, ela sabia que era a voz de Sana – Vem – Kim não perdeu tempo, puxou Sae consigo e correu para o banheiro socorrer a amiga

A equipe ouviu também. Gi-hun, Ali, Sang-woo e Tzuyu ficaram na porta do banheiro querendo saber o que estava acontecendo – Por favor, nos deixe a sós – Minari fala fechando a porta, fazendo os três recuarem para trás

Assustada, Minari levantou a cabeça da garota e colocou em seu colo. A 67 pega um pouco de água e molha um papel – Usa isso – Sae entrega para Minari

– Obrigada – ela agradece passando o papel molhado na testa de Sana

– O que aconteceu com você? – a mulher pergunta desesperada com os gemidos de dor

– Me desculpa, eu nunca contei isso para ninguém – as lágrimas de Sana deixavam seu rosto completamente molhado. Eu tenho ansiedade.

Minari ficou em choque ao saber – Você podia ter contado para mim, eu ia te ajudar – ela disse com medo de que acontecesse algo com sua amiga. Sana, você tem amigas que se importam com o seu bem-estar...

Antes que Minari falasse mais, Sana segura a ponta de sua blusa a fazendo se calar – Tá tudo bem, eu estou pronta – Sana fala liberando um sorriso em meio a tantas lágrimas

– Vai dar tudo certo – Minari assegurou. Eu estou aqui, eu não vou deixar nada acontecer.

– As vezes é melhor deixar acontecer – Sana diz, segurando um caco de vidro discretamente em lágrimas

– Ei, sem lágrimas – Minari diz com pesar. Essa cara triste não combina com você, de modo algum, você tem que deixar eu te ajudar para ficar viva até o final dos jogos, daí você voltará a ser aquela Sana que todos amamos muito.

– "Aquela Sana" não quer mais voltar – ela diz com difícil, esta não era a mesma Sana que Minari havia conhecido

– Não fala isso – Minari pediu. Quando a gente sair daqui, eu vou te ajudar a se livrar dessa doença e então...

– Eu admiro muito você – Sana diz com tristeza em sua voz. Minari, você tem que ganhar esse jogo, okay? Ganha esse jogo por mim.

– Temos que ganhar juntas – Minari segurou a mão da amiga por cima da sua, olhos nos olhos

Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Sana pega o caco de vidro e passa com força em seus pulsos dando um grunido de dor – Promete para mim que vai ganhar esse jogo? – pediu sentindo seu sangue escorrendo em suas mãos e no chão também

– Oh meu deus, não faz isso – Minari entrou em desespero, Sae pegou mais papel e cobriu os ferimentos

– Não quero ser salva – Sana disse, e Minari olhou para ela em estado de choque. Me desculpe por te fazer passar por isso, mas um dia você vai entender.

Sana retira o papel de seu pulso ensaguentado – Não, não – ela gentilmente colocou as mãos nas bochechas dela, seus olhos se viraram e seu corpo ficou gelado. Ela estava morta.

– Eu prometo – Minari chorou dando um beijo na bochecha da amiga e entrando em estado de choque



SOULMATES - Cho Sang-woo Onde histórias criam vida. Descubra agora