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Sang-woo observava de perto sua mãe, ele estava muito envergonhado de si mesmo por estar mentindo para sua própria mãe, ele viu a idosa arrumando sua loja de longe, nem tinha percebido a presença de Gi-hun - Sang-woo? - o amigo diz fazendo Cho se virar para ele. Você veio ver a sua mãe, né?.

Sang-woo não conseguiu responder, sua única ação foi ajeitar seus óculos, não sabia o que dizer para responder a pergunta de seu amigo

[...]

Os dois homens estavam desenvolvendo uma conversa perto de uma máquina de café - Você vai se acertar - Gi-hun fala dando um copo de café para Cho. Fala para sua mãe o que tá acontecendo e recomeça a vida. Você é Sang-woo Cho, o orgulho do bairro de Ssangmun-dong.

- O único jeito seria voltar aos jogos - Sang reflete não só pensando em sua mãe, mas também pensando em Minari e como tudo aquilo podia ser um desgaste para ela. Eles vão dar 6 bilhões? Talvez não.

- Você tá devendo tudo isso? - Gi-hun pergunta retoricamente espantado com a quantia que seu melhor amigo estava devendo. Eu ouvi falar que não precisa pagar as dívidas se declarar falência.

- Eu dei todos os móveis e a loja da minha mãe como garantia - ele explica. Gi-hun, mesmo que eu tente, eu preciso aceitar que minha vida é assim e a culpa é toda minha.

- Não fala assim, Sang-woo, você ainda pode dar a volta por cima.

- Eu tive que penhorar as jóias da Minari, todas elas, infelizmente só consegui pagar pequenas dívidas mas não é o suficiente - Cho desenvolvia tudo, sentia culpa nos seus próprios olhos, não queria ter que fazer aquilo e muito menos envolver a pessoa que mais amava nos seus problemas. Eu tenho medo de perder a Minari por causa de tudo isso que está acontecendo.

- Eu não conheço bem a sua namorada, mas eu tenho certeza que ela não iria te deixar por causa de dinheiro.

- Não é por isso, eu sei que ela vai perder a confiança em mim - Sang afirma com peso. Eu não contei sobre as dívidas quando precisei, ela descobriu por outra pessoa, eu sinto que não poderei ser um bom namorado pra ela.

- É a primeira vez que te vejo se preocupando com uma mulher.

- Gi-hun, a Minari não é uma mulher qualquer - Sang-woo começa. Eu amo ela porque ela é madura, forte e ao mesmo tempo consegue sorrir nos momentos mais difíceis, eu sempre fui muito exigente com mulheres, só que com a Minari foi diferente.

- Se ela é mesmo tudo isso, então eu acho que você não devia desistir dela - o homem de boné aconselhou o amigo sentado em um degrau. Você a ama, certo? Se a ama mesmo, não deixe tudo acabar.

- Quando eu falo que devia me afastar dela, não é porque eu não a amo, é porque eu sei que vai ser melhor para ela - Cho sente tudo ficar mais triste, ele não conseguia entender como suas palavras saíam de forma tão dura quando na verdade ele só queria o bem daquela que ama. A Minari é incrível e eu sou um idiota, ela merece um homem e não um garoto que perde dinheiro.

- Não use meu casamento como exemplo - Gi-hun fala pensando que seu casamento era um péssimo exemplo, era, mas isso estava fora do contexto de Sang-woo e Minari

- As vezes eu sinto que a Minari seria mais feliz se eu não tivesse conhecido ela.

Antes que Gi-hun pudesse aconselhar mais, ele recebe um telefonema que mudaria tudo, sua mãe estava no hospital. Claro, o homem não perdeu tempo e foi correndo para lá, deixando Sang-woo pensando em sua vida

[...]

Minari abriu a porta de seu apartamento para que sua
amiga pudesse entrar, ela olhou em volta antes de colocar o primeiro pé dentro da moradia da garota que estava do outro lado esperando que ela entrasse - Pode entrar, eu não mordo - ela brinca vendo a mulher entrando e reparando em todos cantos

- Muito obrigada, sua vaca - Tzuyu agradece abaixando o corpo como todos na Coréia faziam quando queriam demonstrar gratidão, mas nela isso parecia algo engraçado e mal educado ao mesmo tempo

- Pode começar não me chamando de vaca, eu não tenho chifres e não fico mugindo - Minari diz largando sua bolsa no chão, comprovando para Tzuyu que ela não era o tipo organizada

- Você mora sozinha ou seu namorado chato mora com você? - Tzuyu pergunta tentando ver o que tinha além do corredor

- Nós moramos juntos, mas as vezes ele viaja e eu fico aqui sozinha e ele não é chato - ela explica pegando uma roupa que estava guardada em um pequeno armário. Bom, pode ficar a vontade, eu vou tomar um banho bem rápido. Enquanto isso você pode assistir o jornal ou olhar a vida dos outros pela janela.

[...]

Enquanto deixava a água cair em seu corpo, Minari refletia sobre tudo que havia acontecido. Ela não demonstrou nenhuma tipo de comportamento assustado, porém demonstrou que havia algo a mais em seus olhos toda vez que lembrava de toda cena de horror do jogo. A garota fecha o chuveiro quando percebe que já era o suficiente

Enrola uma toalha em volta do corpo e veste uma roupa básica, porém não muito chamativa. Uma blusa cinza regata, calça de moletom rosa e um robby de seda. Seus cabelos foram presos em um rabo de cavalo simples, tudo pronto para que ela encarasse sua amiga

[...]

Minari despeja a última rodada de pipoca no balde, agora só faltava pegar o sorvete e o brigadeiro que seu momento com a amiga estava oficialmente pronta. Ela se reuniu na sala de Minari - Eu nunca pensei que iria fazer algo coisa parecida com isso - Tzuyu comenta sua opinião sobre o mortal jogo que quase tirou sua vida mergulhando sua colher no sabor morango do sorvete

Minari também tirou um pedaço do sorvete - Cada momento é um pequeno infarto - ela levanta a mão segurando a colher. Mas eu acho que seria melhor a gente falar de coisas boas

Minari ajeita sua postura - Eu e Sang-woo estamos juntos como você sabe, mas eu estou esperando ele me pedir em casamento desde 2009 - ela revela, sua amiga ficam agitada e ao saber da notícia

Tzuyu engatinha até Minari - Amiga, você pelo menos tem um namorado, e eu que tenho um par de chifres - Tzuyu ri feliz pela amiga e por lembrar das vezes que foi traída

- Seus chifres são lindos - Minari elogia segurando o riso. Não fica procurando homem, espera um pouco e tenha mais autoestima.

Tzuyu bagunça o cabelo de Minari dando uma risada sem abrir a boca, bem curta e sem escândalos - Vou esperar sentada, porque em pé, cansa - ela explica envolvendo seu braço no ombro de Minari. Mas se um dia eu encontrar um homem que valha a pena, você vai ser a primeira a saber.

[...]

As duas passaram a noite rindo e fofocando, só pararam quando ouviram o barulho da porta se abrindo indicando que Sang-woo havia voltado - Amor, eu cheguei - ele anuncia, só que diferente das outras vezes, a sua voz parecia triste

Minari dá um abraço no namorado e faz um sinal discreto para que Tzuyu se preparasse para se despedir da amiga - Oi amor, que saudades.

Tzuyu se levanta do sofá e caminha até a porta - Amiga, eu vou indo agora - ela avisa passando por Cho. Tenha uma boa noite, se é que me entendem.

SOULMATES - Cho Sang-woo Onde histórias criam vida. Descubra agora