#Dois

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𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐃𝐎𝐈𝐒ꗃ𝐂𝐀𝐂𝐎𝐒

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𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐃𝐎𝐈𝐒ꗃ𝐂𝐀𝐂𝐎𝐒

𝐐𝐔𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐒𝐄𝐔𝐒 lábios se tocaram, Harvey esqueceu de tudo o que o assustava lá fora. Não foi planejado, normalmente nem teria coragem de concretizar aquele ato. Era algo que sonhava a muito tempo, mas nunca se imaginou com coragem para realmente tocar a garota daquele jeito. Foi impulsivo, instintivo, nem pensou na hora.

Os lábios de Nana eram ainda mais macios e sedosos que em seus sonhos molhados. Foi só um selinho, um encostar brusco das bocas, mas foi a melhor coisa que o aconteceu em seus 16 anos.

Nos primeiros segundos, Nana ficou paralisada talvez pela surpresa, mas depois o empurrou levemente, se afastando dele e de seus lábios que a perseguiram buscando mais da sensação.

— Harvey, mas o que... — ela se moveu, se sentando na cama.

Naquela hora, Harvey poderia ter dito literalmente qualquer coisa. Poderia ter pedido desculpas e metido a culpa no medo e na tempestade, o que em partes era verdade... Poderia ter dito que queria só se aproximar mas já que estava escuro não viu a boca da garota próxima da sua, poderia ter dito que em um sobressalto de susto colidiu sem querer a boca na dela, poderia ter inventado qualquer coisa, mas o que realmente disse foi:

— Você não gostou?

A garota gaguejou sem palavras.

— Você... Por que você fez isso? — não podia ver o rosto dela, mas tinha certeza que franziu o sobrolho.

— Porque eu gosto de você, Nana... — Foi sincero, não soube como ou de onde veio a coragem.

A garota ficou em silêncio. Harvey só conseguia ver a silhueta dela naquele momento. De repente, arrependimento foi crescendo nele, temendo a reação ou palavras da garota. Por estar sensível naquela noite, temia chorar feito um bebê caso a garota lhe colocasse no lugar com palavras bruscas.

— Harvey...! — ela disse, ainda em choque. — Eu não... Eu sou sua babá, apenas uma ama e... e sou mais velha, você deve estar se confundindo.

— Você não é mais minha babá. Eu não sou uma criança. — o garoto refutou já com a voz perdendo o tom. — E eu não estou me confundindo, Nana eu...

A eletricidade regressou repentinamente os iluminando.

— Olha, a luz voltou. — a garota aproveitou a brecha. — Vou carregar o celular. — levantou em um salto. — Você pode dormir no meu quarto hoje, eu durmo na sala. — a garota praticamente corria para a porta.

— É claro que você não ia gostar de mim... — o garoto lamentou quando Nana pegou na maçaneta. — Eu pensava que você poderia me dar uma chance... Sou tão burro... — choramingou em um fio de voz.

Muda, Nara abriu a porta e se foi.

Harvey fechou os olhos sentindo lágrimas rolarem e a garganta machucar... Mas não tanto quanto seu coração que naquele momento, era um amontoado de cacos.

 Mas não tanto quanto seu coração que naquele momento, era um amontoado de cacos

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