▱ 𝑵-𝑵𝑨𝑵𝑨 / 𝑬𝑹𝑶̂𝑻𝑰𝑪𝑶 / 𝑶𝑹𝑰𝑮𝑰𝑵𝑨𝑳
❝Harvey engoliu um engasgo. Não sabendo lidar com as reações adversas do seu próprio corpo inquieto. Havia algo na presença da outra que enforcava sua razão e manipulava seus hormônios. ❞
Conto por:...
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𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐐𝐔𝐀𝐓𝐑𝐎 メ 𝐕𝐄𝐋𝐇𝐎𝐒 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎𝐒
𝐇𝐀𝐑𝐕𝐄𝐘 𝐏𝐎𝐃𝐄𝐑𝐈𝐀 𝐓𝐄𝐑 um enfarte ali mesmo. Parado. Vidrado. Trémulo. Sem completa reação. Se sentia em um dos seus sonhos utópicos, onde muitas vezes, voltava aos seus 14 e se deslumbrava com a garota mais cativante que conhecera.
Um turbilhão de emoções invadiu o de cabelos róseos, que sentiu seu peito pesar; felicidade, surpresa, torpor, incredulidade... Saudade e nostalgia dominavam os outrem.
Ele abriu a boca. Fechou em seguida. Piscou os olhos e franziu o cenho. Seu olhar preso na moça parada á sua frente.
— Acorda garoto! — despertou abruptamente do transe com a voz da mãe próxima ao seu ouvido e um tapa na cabeça.
— Ai! Mãe! — reclamou colocando a mão no local acertado.
— Está parado aí feito uma múmia! — repreendeu a mais velha. — Já cumprimentou a Nara? Ou vai ficar parado aí com cara de tacho?
Então Harvey notou que ficou, talvez, parado por tempo demais absorvendo a presença da outra.
Encolheu os ombros, sem jeito.
— O-oi... — sua voz soou estranha, pigarreou buscando mais confiança — Oi Nara. — disse.
— Oi. — a moça respondeu. — Tudo bem, Harvey?
Harvey...
Harvey...
Havia passado tanto tempo sem escutá-la pronunciar seu nome. Continuava soando de forma bonita. Sentiu o coração acelerar alguns batimentos enquanto respondia:
— Sim... E com você?
— Estou bem também. — ela respondeu e ele balançou a cabeça. Então ficaram mudos. Um clima estranho pairando sobre eles até que Susan, mãe de Harvey o quebrou.
— O jantar está quase pronto e você está fedendo. — o puxou pela orelha. — anda, mexe essa bunda e vai tomar um banho. Não demora por que temos visita, não a faça esperar.
— Ai! Ai! Ai! — choramingou sentindo sua orelha ser esticada pela mais velha. Ouviu a terceira presente na sala rir e sentiu as bochechas quentes. — M-mamãe!
— Vai logo! — Susan o empurrou escada acima com um tapinha nas nádegas.
— No bumbum não, mãe! — resmungou. Subindo as escadas tapando a bunda com as mãos escutando risadas.
Com pressa chegou no quarto, jogando a mochila em algum lugar para depois correr para o banheiro, onde tomou um banho rápido, porém tentou se limpar com a melhor precisão possível. Saiu enrolado em uma toalha e parou em frente ao espelho passando a tratar do cabelo, que aliás, só naquele momento notou o quão ressecado estava. Como não dava tempo só hidratou os fios, fez a barba — que nem tinha —, passou cremes cheirosos na pele e voltou para o quarto fazendo a maior bagunça na hora de escolher a roupa. Seu guarda-roupa enorme, agora parecia um cubículo de minharias. Pegava alguma roupa dos cabides, avaliava e depois descartava jogando-as de qualquer jeito.