Chapter 06

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Hyunjin POV

Quando Jisung comentou que ia chamar seu irmão para ver a partida, senti um frio na barriga e minhas mãos começaram a suar. Minho Lee era incrivelmente bonito, e sempre que eu o via, sentia uma atração inexplicável. Irritar o coelhinho era uma das minhas diversões favoritas; vê-lo ficar vermelho e quase soltar fumaça pelas orelhas me fazia rir.

Mas, quando o vi na arquibancada ao lado de Yuna, vestindo aquela regata branca com meu número nas costas, tive que me segurar para não babar ou desmaiar. Às vezes, acho que estou enlouquecendo, de verdade.

Eu sabia que Minho odiava quando eu era impertinente, então resolvi ficar na minha depois do jogo. Ele me tratava como lixo, mas Jisung sempre dizia que, no fundo, Minho não era tão mau. Ele demonstrava afeto através de preocupação e aproximação, não com carinho. Segundo Jisung, o simples fato de Minho conversar com alguém já era um grande passo.

Por isso, admiro tanto Felix. Ele se aproxima das pessoas de maneira natural e cativante, como se fossem amigos há anos. Foi assim que nos tornamos melhores amigos. Sinto falta da nossa amizade; ele me fazia tão bem...

Voltando ao Minho, segui a tática de ser mais "natural" e menos irritante. Quando o encontrei no corredor, fiquei ao seu lado o tempo todo. Em determinado momento, ele murmurou meu nome com um sorriso tímido, e eu devo ter ficado vermelho como um pimentão. Por que me sinto assim?

Não é a primeira vez que gosto de alguém, mas na última vez não acabou bem.

Espera! EU GOSTO DO MINHO?

Não pode ser. Minha cabeça está confusa, é só isso.

Mas se eu não sinto nada por ele, por que estou aqui embaixo da sacada dele, tomando coragem para subir até seu quarto? Sei que é tarde e ele provavelmente está dormindo, mas quem não arrisca não petisca. Estou preocupado com sua má disposição de mais cedo.

Só espero que ele não tenha nenhum tipo de arma.

Tudo estava escuro e silencioso, seu quarto não era diferente do meu se tirássemos todas as decorações e móveis. Minho tinha bom gosto para algumas coisas; pôsteres de Iron Maiden e Pantera decoravam as paredes, junto com fotos de família. Era bem diversificado.

Seu corpo estava adormecido na cama, coberto até os ombros. Movi-me em silêncio até a cama, agachando-me ao seu lado e observando seu rosto tranquilo. Ele não parecia tão mal assim, se eu não o conhecesse, diria que era uma boa pessoa.

De repente, seus olhos se abriram lentamente, mas o suficiente para ele gritar.

— AAAAAAAAAAA! — berrou, levantando-se de um pulo. — QUEM É VOCÊ?

— Minho... por fav... — desviava dos travesseiros. — Por favor, para de gritar, vai acordar todo mundo.

— AH, MAS EU VOU MESMO — gritou novamente, indo até a porta. — JISUNG, TEM UM TACO DE BEISEBOL!

— Por que ele tem um taco de beisebol se nem joga beisebol? — questionei, franzindo as sobrancelhas.

— Eu também não sei — Minho parou de gritar e refletiu comigo por um momento. — Ah, é, o assalto... SAIA DAQUI.

Antes que ele continuasse berrando, fui mais rápido. Pulei a cama e fui em sua direção. Por impulso, ele se afastou até encostar na parede. Prensei-o contra a parede com uma mão em sua boca, e ele parou de gritar.

Nossas respirações estavam ofegantes, e, por causa da proximidade, minhas mãos começaram a suar. Retirei a mão da boca de Minho, que estava estranhamente quieto. Seus olhos pequenos e ágeis me encaravam com intensidade. Eu não estava diferente e, com uma breve olhada, vi seu tronco nu, vestido apenas com um calção. Espera... aquilo era uma tatuagem?

— Dá pra parar de me assediar? — ele bufou, passando por mim e sentando-se na cama. — Afinal, o que está fazendo aqui? Se perdeu pelo caminho?

Com a fraca luz da janela, consegui ver perfeitamente sua silhueta na sombra. Queria tanto estar com minha máquina fotográfica agora.

— ALÔ, PICA-PAU! — ele me trouxe de volta à realidade. — O que faz aqui? E por que estava me observando enquanto eu dormia? É estranho.

— Eu sei... — mordi os lábios, nervoso. — Eu só queria ver se você está bem.

— E por que não mandou mensagem como uma pessoa normal? — perguntou.

— Eu mandei, mas você não respondeu.

Ele checou o celular e arregalou os olhos, coçando a nuca e rindo sem jeito.

— Acontece... mas estou melhor.

Sem mais assunto, caminhei até a varanda para ir embora.

— Hyunjin! — Minho me chamou, e eu me virei. — Na próxima vez, me liga, só pra não me matar do coração.

— Então vai ter uma próxima vez? — sorri malicioso e, por incrível que pareça, o coelho rabugento sorriu pela primeira vez para mim.

— Idiota — ele respirou fundo, voltando o olhar para mim. — Vaza!

— Ui, grosso. Sonhe comigo, beijos — pulei, caindo seguro na grama e indo para minha casa.

 𝐎 𝐈𝐃𝐈𝐎𝐓𝐀 𝐃𝐄 𝐂𝐀𝐁𝐄𝐋𝐎 𝐕𝐄𝐑𝐌𝐄𝐋𝐇𝐎 - hyunho.Onde histórias criam vida. Descubra agora