Chapter 03

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Sábado

Vocês não têm ideia de como essa semana foi exaustiva e caótica. As aulas foram tediosas como sempre, mas isso é o de menos.

Jisung foi aceito no time de basquete, o mesmo em que Jeongin joga.
P.S.: Ele mal sabe jogar basquete.

Infelizmente, ou talvez felizmente, Felix não joga por causa da sua altura. E adivinhem quem é o capitão? Sim, o idiota de cabelo vermelho que mora ao lado. Foi horrível ter que aguentar todas as suas gracinhas imaturas durante o treino. Jisung nos obrigou a assistir aquela palhaçada, mas eu só fui para ver Innie em ação, e ele era ainda melhor do que eu imaginava.

Naquela mesma noite, enquanto eu organizava minha estante com livros e bugigangas, vi Hwang Hyunjin no quarto dele, sem camisa, fazendo exercícios. Não precisei fazer nenhum esforço para ver aquilo, pois, como mencionei antes, a janela dele fica de frente para a minha. Fiquei paralisado por um momento. Como alguém de 17 anos pode ter tantos músculos?

Hyunjin percebeu antes que eu pudesse me mexer e colocou as mãos sobre o peito, fingindo choque. Ele saiu da minha vista, mas logo voltou, agora vestindo uma camiseta branca e segurando uma folha que colou na janela. Tive que sair na varanda para ler.

"O que está olhando? Pervertido"

Revirei os olhos, mandei-lhe o dedo do meio e voltei para meu quarto, fechando a porta de vidro com força e puxando a cortina.

Mandei uma mensagem para Jeongin, chamando-o para vir aqui em casa. Não demorou muito para ele aparecer com um pacote de salgadinhos e duas latinhas de energético.

— E eu mandei ele tomar naquele lugar — disse, dando outro gole na bebida.

Contei tudo o que aconteceu na noite anterior, enquanto atacava os salgadinhos e bebia freneticamente o energético de maçã verde.

— Você viu ele sem camisa? — Jeongin quase se afogou. — Que sortudo, ninguém além do time vê aquele tanquinho.

— Como assim? — perguntei, sentando-me na cadeira de rodinhas.

— Pois é, ele é um cara bem reservado, mas as meninas que ficam com ele são sortudas.

— Que nojo, Innie — fiz barulho de ânsia.

O que não foi uma boa ideia, pois comecei a tossir e senti algo quente subir pela minha garganta. Corri para a varanda e vomitei os salgadinhos na grama.

— Você tá bem? — Jeongin apareceu, limpando minha boca com um lenço.

— Lino, tá tudo bem aí? — escutei a voz de Hyunjin do outro lado. Eu o olhei com a cara de poucos amigos.

— O que você quer, Hwang? Cuida da sua vida, eu hein — voltei para o quarto, trancando a porta e tomando mais do meu líquido verde.

— Puta que pariu! — Jeongin exclamou de repente. Eu o encarei chocado. Como aquele ser tão lindo pode falar algo assim?

— Yang Jeongin! — chamei a atenção. — Que linguajar é esse?

— Você não viu aquela regata que ele estava vestindo? Era tão colada que eu conseguia ver seus gominhos — suas bochechas estavam coradas.

— Você tá bem, parceiro? — perguntei, estranhando tudo aquilo.

— Não... esquece isso, Minho — suspirou, colocando as mãos no rosto. — Não aconteceu nada.

Coloquei a palma da mão em seu peito, sentindo seu coração palpitar rápido. Pode ter sido o energético.

— O que foi, Innie? — sentei ao seu lado. — Pode confiar em mim.

— É que... besteira minha — seu rubor havia sumido.

Passei meu braço sobre seu ombro, abraçando-o de lado.

— Tudo bem, mas se quiser se abrir comigo, fique à vontade — sorri levemente.

O garoto assentiu em silêncio, retribuindo o sorriso.

...

— Cala a boca, Felix! — gritei, contendo o riso.

Eu, Felix, Jisung e Jeongin estávamos sentados na calçada da minha casa. Eles apareceram com um fardo de energéticos, todos os sabores possíveis.

Jisung e Felix já eram duas crianças quando estavam normais, mas agora, com o nível de adrenalina e açúcar no pico, os dois pareciam o Sonic.

— É sério, Minho, ele tá tão na sua — Felix deu um gole na bebida.

— Por que caralhos Hyunjin estaria "afim" de mim? — me encostei na parede, vendo Jisung girar no poste como um bêbado. — Eu o odeio, tipo muito.

— Mas eu vejo como ele olha pra você toda vez que você está distraído — Felix sorriu para o vento. — Ele não é uma má pessoa.

— Lee Felix — fui até ele. — Você tem algo para compartilhar com seu amigo?

— Que amigo? Jeongin? — olhou para o garoto que estava deitado no chão.

— Me chamou? — Jeongin levantou a cabeça, meio tonto.

— Não, criança. Volte a dormir — falei, e ele logo voltou à sua posição inicial.

— Lee Felix? — olhei em sua direção, e de repente seu energético parecia ser a coisa mais interessante do mundo. — FELIX!

— Cadê o Hanji, hein? — procurou meu irmão com a cabeça.

— Não fuja do assunto, Felix...

— A última vez que eu o vi, ele estava indo para lá — Jeongin se pronunciou, apontando para cima da ladeira.

Era a casa do Hyunjin. Ah, Jisung, você só se mete em problemas.

— JISUNG? JISUNG! — gritei, procurando-o. Para onde aquela praga foi? E por que na casa daquele pica-pau?

— Isso é seu? — alguém falou.

Quando virei a cabeça para ver quem era o dono da voz, mesmo sabendo quem era, fechei os olhos com força, desejando que a minha cabeça explodisse.

— Hyunjin... — olhei para o rapaz ruivo.

Uma coisa que me chamou atenção foi sua regata larga.

"Hotter than your ex, better than your next"

Que merda é essa, garoto? E por que eu achei isso atraente?

— LINO! — Jisung correu até mim, agarrando meu braço. — Que bom que você me encontrou.

— Você tá bem, Jinnie? — o olhei preocupado.

Ele assentiu com a cabeça.

— Desculpe por ele — pedi. — Ele está meio incontrolável por conta do açúcar...

— Nah, tudo bem — lambeu os lábios. — Que bom que vi você.

— Do que está falando? — perguntei.

— MINHO? HANJI? — escutei a voz de Felix. Não demorou para ele aparecer. — Aí estão vocês...

— Felix... — Hyunjin focou seu olhar no moreno.

— Oi, Hyune, quanto tempo — se curvou meio sem jeito. — Vamos, Minho, Jeongin está impossível.

Ele pegou Jisung e o ajudou a voltar. O que foi isso?

— Então... — Hyunjin falou, e me lembrei que ele ainda estava ali. — Esse final de semana tem jogo. Que tal ir me ver jogar? Será um grande incentivo te ver na torcida.

— Se liga, pica-pau dos infernos. Acha mesmo que eu não tenho coisa melhor pra fazer? — cruzei os braços.

— Você fica lindo quando fica irritado — riu nasalmente, me observando. — Talvez seja por isso que eu adoro te irritar.

— Me erra, Hyunjin! — saí de lá bufando.

Esse cara é real? Como alguém pode ser tão chato assim, sem ser o Jisung? Mas sério, a minha vontade é de bater nele até sua cara ficar da mesma cor que aquele cabelo ridículo.

 𝐎 𝐈𝐃𝐈𝐎𝐓𝐀 𝐃𝐄 𝐂𝐀𝐁𝐄𝐋𝐎 𝐕𝐄𝐑𝐌𝐄𝐋𝐇𝐎 - hyunho.Onde histórias criam vida. Descubra agora