Chapter 04

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— Tá de brincadeira, né!? — gritei, sentindo a raiva fervilhar no meu peito.

Jisung tinha pedido para eu ir ao maldito jogo de basquete que o Pica-Pau comentou. Era óbvio que ele estaria jogando, como pude esquecer? A frustração crescia, e eu sentia meu rosto esquentar com a irritação.

— Por favor, meu querido irmão que eu amo tanto — Jisung fez biquinho, me seguindo como uma sombra pela casa.

Eu bufei, tentando ignorar sua insistência, mas ele continuava colado em mim. — Sai, Jisung! Que coisa! — exclamei, tentando me livrar dele. — Pede pro Felix ir.

— Ele vai estar em um acampamento com o irmão mais velho — Han explicou, interrompendo minha tentativa de fuga.

— E o Felix tem irmão? — parei abruptamente, fazendo Jisung se chocar contra mim. — Isso não importa, eu não vou!

— E vai fazer o quê? — droga! Ele me pegou.

Revirei os olhos, frustrado. — Isso não é da sua conta, esquilo — resmunguei, voltando meu rumo para a cozinha.

— Já falei para não me chamar assim! — reclamou, sentando-se na cadeira. — Por favooooooooooooooooor.

— CREDO, MENINO! — alterei um pouco a voz, sentindo a paciência escorrer pelos dedos. — Se eu for, você tem que me deixar em paz a semana inteira, entendeu?

— Combinado, maninho — ele saiu correndo, mas voltou logo depois, me abraçando por trás. — Te amo!

Eu tive certeza que ele saiu quando escutei a porta se fechando. O jogo seria daqui a algumas horas e o tempo estava horrível, chovendo como nunca. Eu só queria ficar no meu sofá, quietinho, devorando um pote de pipoca doce e maratonando "Gilmore Girls".

Comi alguma coisa e avisei mamãe que iria ao jogo do Jisung. Ela estava trabalhando, assim como meu padrasto. Ficamos basicamente o dia todo sozinhos, por isso que saímos tanto com os garotos. A solidão é boa até certo ponto, mas enfim.

Depois de comer, tomei um banho. Jisung me emprestou uma regata dele para eu vestir, igual ao uniforme. Eu falei que seria estranho, pois poderiam achar que somos um casal, mas ele implorou tanto que fiquei com dó.

Havia um "H" e um "01" na regata branca. Não entendi direito, mas jurei que ia usar.

Quando cheguei ao campo de basquete, me sentei na arquibancada com um pacote de pipoca nas mãos.

— Ya! Maricas! — escutei uma voz feminina, cortando o burburinho do público. — Vocês acham que seu time de bosta é realmente melhor que o nosso?

Olhei para cima e encontrei a dona da voz estridente. Era uma garota de longos cabelos escuros, vestida com uma camiseta igual à minha, do mesmo time. Ela brigava, apontando o dedo para dois caras que eram o dobro do seu tamanho e não tinham uma cara nada boa. Ela quer sair daqui de ambulância, é?

Droga! O que eu faço? Ninguém parecia se importar com aquilo. Eles não bateriam nela, né? Ou bateriam?

— Querida! — chamei quando cheguei mais perto, atraindo um olhar bem confuso da menina. — Finalmente te encontrei, me desculpe por ela, rapazes.

Com o braço em cima de seu ombro, eu a levei para baixo onde eu estava sentado. Claro que ela protestou, mas eu só pedi paciência.

— Quem é você, garoto? — gritou, empurrando meu braço com ódio. — O que foi isso?

— Aqueles dois ali em cima estavam prestes a te quebrar no meio se você continuasse com a provocação — falei, tentando manter a calma.

— O QUÊ? Claro que não! Eles não iriam me bater no meio de todo mundo — contestou.

 𝐎 𝐈𝐃𝐈𝐎𝐓𝐀 𝐃𝐄 𝐂𝐀𝐁𝐄𝐋𝐎 𝐕𝐄𝐑𝐌𝐄𝐋𝐇𝐎 - hyunho.Onde histórias criam vida. Descubra agora