Capítulo 27

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P.O.V Niall

Acordei com um barulho esquisito vindo da casa de banho. Levantei-me e fui até à porta que estava semi-aberta. Espreitei para dentro e vi a Anna ajoelhada em frente à sanita, as mãos dela seguravam as partes laterais, logo ai percebi que ela não estava bem. Entrei e rapidamente me ajoelhei ao lado dela, segurei-lhe o cabelo para não se sujar.

-amor, estás bem? - a tosse dela era compulsiva, não conseguia parar. Ela tentava falar mas só conseguia vomitar. Apanhei num elástico que estava no seu pulso e apanhei-lhe o cabelo rapidamente, por isso, ficou uma porcaria. De seguida, molhei as minhas mãos e refresquei o pescoço e a cara dela.

-precisas de alguma coisa? - não sabia mais o que fazer e sabia que fazer perguntas não ia ajudar

-bom... bomba - a respiração dela é ofegante. Ela tem asma, eu, burro como sou não me lembrei disso. Corri para o quarto e despejei uma pequena bolsa que ela tinha na mala, entre tantas coisas consegui encontrá-la. Levei-lha, ela mal conseguiu pegar nela, mas eu ajudei-a. Apenas duas bombadas foram necessárias para que ela ficasse bem. A sua respiração acalmava agora, estávamos ambos sentados no chão da casa de banho quando a minha mãe entra.

-o que se passou?

-está tudo bem, ela só não estava a conseguir respirar.

-vou chamar um médico - antes que eu ou a Anna conseguíssemos dizer alguma a minha mãe saiu disparada.

A Anna tentou-se levantar, mas sem sucesso. Peguei nela e levantei-a, apoiada no lavatório e comigo a segurá-la bochechava a boca com um elixir dentífrico. Peguei-a ao colo e levei-a para o quarto, pu-la na cama e deitei-me com ela, o corpo dela está gelado e treme muito, puxei os lençóis e aproximei-me dela. A sua cabeça descansava no meio peito enquanto eu lhe passava a mão nas costas.

-obrigada - os olhos dela fecharam e não olharam mais para os meus.

-de nada - esta situação toda foi muito esquisita, eu não sabia que fazer, nunca me tinha acontecido uma coisa destas, não sei porque motivo ela está a vomitar ou como a ajudar... só sei que me custou montões vê-la assim em sofrimento e eu parado a assistir, prometi a mim mesmo que daqui adiante vou estar preparado para a ajudar ou a outra pessoa qualquer nesta situação. Enquanto a via dormir muitas coisas passavam pela minha cabeça, especialmente uma. Será que ela está grávida? Será que tem alguma doença grave? Preciso de respostas urgentemente, mas neste momento o melhor é deixá-la descansar.

Sentei-me no sofá da sala à espera que ela melhorasse um pouco. O George saiu para trabalhar e só volta por volta da hora de almoço, enquanto passo canais sem interesse a minha mãe senta-se a meu lado.

-temos de falar Niall

-mãe agora não

-já chamei o médico, o que se passa com ela?

-mãe eu não sei, eu acordei e ela já estava a vomitar e com falta de ar

-ela é asmática?

-sim é

-achas que ela pode estar... grávida?

-EU NÃO SEI, MÃE! NÃO FAÇO A MENOR IDEIA! - não queria gritar, muito menos com a minha mãe, mas tudo isto me estava a afectar.

-calma Niall está tudo bem - a minha mãe puxou-me e manteve-me entre os braços dela. Os abraços da minha mãe são os melhores do mundo e transportam-me uma confiança inexplicável.

-mãe ela não pode estar grávida... a banda... a equipa dela... não posso desiludir tanta gente. Não posso estragar o futuro dela

-está tudo bem. Têm tomado as precauções certo?

-sim, sempre e ela toma a pílula por isso... eu não sei mãe, tenho medo - neste momento sinto-me como um cachorrinho abandonado, sinto lágrimas a chegarem aos meus olhos mas não as largo.

-o médico deve estar a chegar. Ele vai-nos dizer o que ela tem, mas Niall já sabes que se for mesmo isso têm de ter uma conversa séria sobre o que vão fazer

-eu sei mãe

-agora vai te vestir, para quando o médico chegar não andares aí só em boxers


P.O.V Anna

Acordei novamente, mas desta vez sem vómitos. Continuei deitada, olho para todo o lado enquanto penso o que se passa com o meu organismo. Isto não é normal, nunca antes me aconteceu, porque agora? Será que estou doente? Grávida? O som da porta do quarto a abrir tira-me dos meus pensamentos, enquanto o Niall entra eu sento-me na cama.

-como estás?

-bem

-sabes o que se passou? - ele vem e senta-se ao meu lado dando-me a mão

-não, eu acordei com muito frio e mal disposta, fui à casa de banho e acabei a vomitar e com falta de ar...

-o médico deve estar a chegar, ele vai-te ajudar amor

-Niall? Achas que eu posso estar?... tu sabes - perguntei-lhe enquanto ele vestia uma calças largas de fato de treino

-eu não sei, já ponderei isso várias vezes

-não te quero estragar a carreira

-não sejas tonta, se for mesmo esse o caso eu estou disposto a criar esse bebé contigo. Se tive tomates para o fazer também tenho para o assumir

A forma como ele disse aquilo fez-me sorrir e abraçá-lo. O Niall é o ser humano mais humilde deste mundo e ver que ele me apoia mesmo que não seja a altura adequada para ter filhos fez pensar no futuro

-eu vou estar aqui sempre para ti miúda, vais ver que isto não vai ser nada. Daqui a dois dias é o natal, depois vamos voltar para Londres, no inicio do ano vais fazer os exames e provas e vais entrar na equipa... vai tudo correr bem vais ver - o abraço dele é quente e apertado o que me faz sentir muito próxima dele.

-amo-te

-amo-te mais

Beijámo-nos e nesse momento alguém bate à porta. O Niall vai abrir, enquanto eu me ponho confortável na cama o médico entra no quarto seguido da Maura. Todo o exame foi feito debaixo do olhar atento do Niall que não saiu do pé de mim um único minuto.

-bem tenho boas e más noticias

-boas primeiro - o Niall dez repentinamente assim que o médico acaba o exame

-as boas é que não está grávida como todos pensavam. As más são que teve uma paragem de digestão

-como assim uma paragem de digestão? - o Niall interrompe novamente

-provavelmente jantou e apanhou frio, o sangue deixou de circular com os alimentos para aquecer a pele. Depois provavelmente comeu ou bebeu novamente e acumulou, daí o vómito.

-vou ter de tomar alguma coisa?

-sim, mas por agora preocupe-se em descansar. Tente não andar ao frio e agasalhe-se bem. A receita vou deixar com a Maura

-obrigada doutor

-de nada, resto de um bom dia

Assim que o médico saiu o Niall fechou a porta e deitou-se ao meu lado mas por cima dos lençóis.

-eu disse que tudo ia correr bem

-é, tinhas razão

-tenho sempre

-convencido

-o teu convencido

-só meu

-agora vamos fazer qualquer coisa porque hoje não vais sair da cama

-a sério?

-sim a sério, hoje és minha e só minha (mine)

Mine | n.h (niall horan fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora