Mine | n.h (niall horan fic)

Capítulo 41

P.O.V Niall

Estou entretido na conversa com o Keith e o Harry quando ouço algo cair, o barulho vem de cima, dos quartos. A Cath não é visto que está na cozinha a preparar o nosso almoço. Imediatamente me levanto e corro até ao quarto da Anna, encontro-a deitada na cama aos soluços. Tudo no quarto está desarrumado, parece que aqui passou um furacão. Sento-me na cama e puxo a Anna para os meus braços, é angustiante vê-la assim.

-amor o que se passa? Porque é que estás a chorar?

O choro dela não acalma, os seus dedos apertam fortemente a minha blusa numa tentativa de me manter mais perto dela. Puxo-a para o meu colo e beijo a sua cabeça enquanto espero pela sua resposta

-os. Meus. Pais... eles. Vão se divorciar, amor – a sua voz é fraca e entre soluços o que faz a minha mente demorar a perceber. Memórias do passado são trazidas à minha mente

Flash back On*

-Niall chega aqui, a mamã precisa de falar contigo

-sim mamã

-o papá vai morar para outra casa, não vai morar mais connosco. Tu e o mano vão passar uma semana com a mãe e outra com o pai está bem?

-sim mamã. Mas porque o papá vai embora?

-o papá e a mamã portaram-se muito mal e estão triste um com o outro. Agora vai-te despedir do papá, bebé – a minha mãe deixou um pequeno beijo na minha cabeça antes de eu correr para o meu pai

Flash back Off*

Eu era pequeno e ingénuo, muitas vezes me perguntei porque é que os meus pais não se divorciaram quando eu fosse mais velho, mas ver a Anna nesta angústia faz-me agradecer por ter sido quando eu era inocente.

-está tudo bem amor, eu estou aqui – os meus braços apertam-na contra mim mas ela rapidamente se afasta

-não, não está nada bem Niall! Tu vais te embora daqui a algumas horas! Como é que consegues dizer que estás aqui!?

Eu sei que ela tem razão mas não consigo argumentar, tudo bem eu vou embora, mas vou estar com ela sempre, no coração e no pensamento. Puxo o braço dela e aperto-a contra mim mesmo contra a sua vontade

-eu já passei por isso amor, eu sei que dói. Por favor, deixa-me ajudar-te – sinto o corpo dela relaxar sobre o meu aperto, ela já não se está a tentar afastar de mim, apenas quer o meu conforto

-tu não percebes amor

-posso tentar se me contares tudo

Ela puxa-me para a cama e sentasse ao meu colo, a sua cara encaixa no meu pescoço e fala contra o mesmo

-a minha mãe disse que o meu pai saiu de casa e que se iam divorciar porque as coisas há muito tempo que não estão bem, a minha mãe ficou sem emprego há uns tempos, mais ou menos quando eu fiz anos. Eles não me quiseram contar mas eu ouvi uma conversa entre eles. A minha mãe está sem trabalho... eles não me vão conseguir sustentar... eu vou ter de largar tudo aqui Niall. Vou ter de voltar para Portugal

O meu coração partiu-se, não quero que ela volte para Portugal, quero-a aqui. À minha espera quando eu chegar. Ela não pode ir, não pode simplesmente abandonar a faculdade, a equipa, os amigos que já fez, ela não pode.

-não amor, não tens de voltar. Luta por aquilo que queres

-como é que vou fazer isso Niall? Eu não consigo sozinha

-mas tu não vais estar sozinha. Tens a Cath, tens me a mim e aos rapazes apesar de estarmos longe, a tua família, amigos que te adoram, tens tudo o que precisas. Tens uma bolsa na universidade, não pagas propinas, eu tenho dinheiro... está tudo bem amor – deixei um beijo na sua cabeça

-não Niall, eu não quero viver às tuas custas. Tens razão, eu tenho muito aqui, simplesmente vou ter de me fazer à vida – a voz dela é baixa mas determinada

-o que vais fazer?

-vou arranjar um trabalho em part-time. Vou arranjar dinheiro para poder pagar as minhas compras – alivio passa por todo o meu corpo, esta é a minha menina, uma lutadora que não baixa os braços

-estou orgulhoso de ti amor, sabes que se precisares de alguma coisa podes-me pedir não sabes? – os olhos dela encaram os meus, um pequeno sorriso é visível no seu rosto. Ela afirma com a cabeça

-linda menina – os seus olhos questionam-me. As suas sobrancelhas são franzidas e a sua testa faz pequeninas rugas. Ela empurra-me na cama e deita-se por cima de mim, a minha camisola é retirada antes que eu consiga parar os seus atos

-amor, o que estás a fazer?

A sua boca vai ate à minha clavícula e um beijo quente é lá deixado. Sinto as minhas ancas levantarem quando a minha pele é sugada, aperto-a contra mim e rodo-a ficando assim eu no comando

-não penses nisso agora amor, vamos apenas aproveitar – o meu corpo é deixado por cima do dela enquanto trocamos beijos carinhosos, as suas mãos percorrem todo o meu tronco e tocam por tudo o que é sítio

-és linda sabia?

-tu és mais, bebé. És perfeito.

Mais um beijo é trocado entre nós antes de eu vestir a minha t-shirt e descermos as escadas até à sala onde estão os outros. O Keith provavelmente já sabia e acolheu a minha namorada nos seus braços, ela simplesmente ficou assim sem se mexer, sem chorar.

-os meus pais vão se divorciar, foi por isso que a minha mãe ligou. Não me importo que contem aos outros, mas por favor, não tenham pena de mim. É uma coisa completamente normal e eu já tenho idade de me fazer à vida, além disso, sei que tenho o vosso apoio – a Anna disse à Cath e ao Harry, primeiro ficaram de boca aberta, mas depois compreenderam e reagiram como a Anna pediu.

Depois do avô da Anna ir embora e eu ter prometido dar cumprimentos aos meus pais fui a casa, peguei nas malas e apanhei a Anna no ginásio antes de ir para o aeroporto. Ainda me estou a preparar para a despedida, em pouco tempo ela tornou-se o meu maior apoio e agora vou voltar a perdê-lo. Chegamos ao aeroporto e depois de fazer o check-in esperamos pelos outros, a Anna está ao meu colo quando jornalistas começam a entrar. Primeiramente ela tenta sair do meu colo, mas rapidamente digo-lhe que está tudo bem e ela volta a encostar-se.

Havia montes de fãs, mas nenhuma delas se chegou perto e pediu uma fotografia, talvez tenham percebido que não é o momento certo e agradeço-lhe muito por isso.

O tão indesejado momento chegou. Uma voz no altifalante chama os passageiros do meu voo. Eu e os rapazes estamos habituados e sabemos o quão doloroso isto é, no momento em que os seguranças chegam para nos levarem para a porta de embarque, Cath e Anna olham uma para a outra sem reação. Quando novamente ela olha para mim vejo uma lágrima correr pela sua cara, rapidamente a limpo.

Puxo a Anna para um abraço apertado, atrevo-me a dizer o mais apertado de toda a minha vida. Enquanto ela tenta ser forte e não chorar eu desespero para ver o seu lindo sorriso uma última vez antes de embarcar no avião. Dou-lhe imensos beijos no pescoço fazendo-a ficar em pele de galinha, ela diz que odeia, mas no fundo sei que adora.

-bebé, isto não é o fim. Daqui a uns mezinhos volto durante uma semana ou duas quando mudarmos para outro lado do mundo e vou-te fazer muito feliz. Vou-te fazer muitas surpresas, muitos miminhos, podemos fazer bebés lindos como tu... - antes que pudesse acabar tudo o que tinha para dizer Anna olha-me com um grande sorriso e beija-me, um beijo tal como o primeiro, um beijo desejado, de saudade, mesmo sem ter ido embora. Despedi-me de Cath e Eleanor e embarquei, é bom saber que ao menos Anna não fica triste em eu ir. Sei que por um lado fica, mas por outro lado ela adora ver-me fazer aquilo que amo, ela vê o quão feliz sou no palco.