꧁ CAPÍTULO - OITO ꧂

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Abro os olhos, por um milésimo de segundo acreditando que tudo que ocorreu não passou de um sonho

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Abro os olhos, por um milésimo de segundo acreditando que tudo que ocorreu não passou de um sonho. No entanto, a dor entre minhas pernas e o quarto diferente em que eu estava, indicava o fato de que realmente aconteceu. De que Carlos e eu passamos a noite juntos.

Me forço a levantar, não encontrando minhas peças de roupas, então vesti o roupão de banho que usei ontem após o banho à dois. Uso o banheiro apenas para escovar meus dentes, pegando uma das escovas embaladas que ele tinha na gaveta da pia. Só agora pude observar melhor o ambiente, já que ontem eu não prestei atenção em nada desta casa, apenas em Carlos e no quão delicioso aquele homem consegue ser.

Tudo era muito limpo e organizado. Nada fora do lugar, com uma decoração máscula e simples. Não havia resquícios de uma mão feminina naquela casa.

Após escovar os dentes, saio do quarto, descendo as escadarias e procurando por Carlos, já que ele não estava no quarto quando acordei. Acabei seguindo um cheiro delicioso de café recém feito, encontrando a cozinha e o melhor dela: Carlos cozinhando.

Respiro fundo, tentando me controlar e parando na porta, de braços cruzados, o observando. Ele preparava o café, e Samy, a cachorra, o acompanhava com empolgação. Vez ou outra ele parava o que fazia para fazer carinho na Samy e alimentá-la com algum petisco. Ele usava apenas uma calça moletom preta, enquanto seu peitoral estava em exibição, agradando meus olhos.

— Bom dia. — Falo, chamando sua atenção. Ele sorriu levemente.

— Bom dia. Dormiu bem? — Questionou, me fazendo olhá-lo. No máximo, devo ter dormido apenas duas ou três horas. Me aproximo dele, deslizando minhas mãos por seu peitoral definido e conservado, abraçando sua cintura.

— Eu estava bem melhor nos momentos em que estava acordado. — Rebato, vendo ele sorri, balançando a cabeça. — E então? Como vai ser? É agora que você me diz para ir embora e fingir que nada aconteceu, ou...? — Insinuo, já que nosso primeiro beijo foi da mesma forma.

Carlos suspirou, se afastando de mim. Não me deixou surpreso, mas mesmo assim não diminuiu minha frustração.

— Thomaz...

— Já sei. Temos uma grande diferença de idade. Ninguém entenderia. E você acha que estou aqui por interesse. — Falo, agora com amargura.

— Não! — Ele me olhou rapidamente, o que me fez cruzar os braços, erguendo uma sobrancelha em questionamento. — Não acho você interesseiro de nenhuma forma.

— Está errado. — Aponto e ele me encara, confuso. — Estou interessado... mas em você. Unicamente você. Não tenho medo do que os outros vão dizer. É você que eu quero, Carlos.

— Thomaz, você precisa entender que há muito mais em jogo...

— Como o quê?

— Meu filho Diogo, meu trabalho... Tudo conta. Você sabe bem que as pessoas não veem uma relação assim como normal, ainda mais nós dois sendo homens. Thomaz, você seria o mais atacado. Precisa pensar em todas as consequências. — Balanço a cabeça em negativa, irritado.

— Acha que estou preocupado com o que essa gente vai dizer?! Estou acostumado com críticas, se quer saber. Vivo com duas pessoas que amam me lembrar de que não sou o filho dos sonhos deles. O que sai da boca de terceiros não me interessa, nem me afeta nem um pouco. — Falo e ele suspira, desviando o olhar.

— Eu vivo da mídia, é nela que meus negócios correm diariamente. E você trabalha para mim agora. Thomaz, apenas reflita em tudo que você tem a perder. Pode achar que é fácil ignorar, mas na prática... Não é tão simples.

— Fala como se já tivesse experiência com isso... — Resmungo.

— Eu tenho. — Afirmou, chamando minha atenção. — Me tornei pai aos 13 anos de idade. Eu era uma causa perdida para minha família. E todos pensaram que Diogo não teria futuro, porque era outra criança irresponsável cuidando dele. — Alterou o tom, enquanto eu apenas ouvia. — Prometi a mim mesmo que eles estariam errados. E Diogo agora está em um relacionamento sério, cursando a faculdade e trabalhando. É o meu orgulho. Mas crescer à base de críticas não faz bem. Não quero que você passe por isso, Thomaz.

— Então é a primeira opção, não é? — Falo e ele me encara sem entender. — Eu saio daqui com você dizendo que isso nunca deveria ter acontecido. Beleza. — Resmungo, lhe virando as costas, não esperando mais nenhuma intervenção, caçando minhas roupas, as vestindo e seguindo rapidamente até a porta, podendo ouvir Carlos me chamando, mas ignoro, abrindo a porta e acabando por me deparar com Diogo, que estava com a mão erguida, pronto para tocar a campainha.

— Thomaz?! — Ele me encarou com espanto, o que me fez suspirar.

Oi, Diogo...

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⏰ Última atualização: Jul 13, 2022 ⏰

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