Capitulo 2

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Posso dizer que essa é uma escola muito boa, o ensino é integral e por incrível que pareça, tem aula até nos finais de semana

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Posso dizer que essa é uma escola muito boa, o ensino é integral e por incrível que pareça, tem aula até nos finais de semana.

Com três dias de aula, consegui me adaptar bem, não chamei atenção e ninguém sabe que sou uma Leblanc.

Consegui conversar com pessoas normais e me senti um pouco atraída por um garoto da minha sala.

Ele usa óculos e seu cabelo é enorme, ele é desajeitado, um garoto normal, o que é perfeito para mim.

Nesses três dias, fiz de tudo para não esbarrar com meus primos, tem sido difícil, mas eu consigo.

Arthur está sempre no Jardim da escola, Dante quase sempre no refeitório e Yurik na biblioteca, se eu evito esses lugares tudo dá certo.

- Bruxinha! Te encontrei! _ Tirando o panaca do Raphaelo, que não me deixa quieta, tudo está bem._ Ei não ande tão rápido!

O ignorei e continuei andando em direção ao banheiro, mais esbarrei com alguém o que me fez ir ao chão.

- Droga! _ Peguei os livros da pessoa que eu esbarrei._ Eu sinto muito.

Subi meu olhar, ao encostar na mão masculina, encarei o garoto que estava com o uniforme do time da escola.

Seus olhos brilharam em minha direção e eu odiei aquele brilho, é o mesmo jeito que os Leblanc me olham.

Me apressei em entregar suas coisas e me levantei, continuando meu caminho.

Eu esbarrei no Domenico Lee, o representante de sala. Eu espero que isso não me traga futuros problemas, não quero me envolver.

Entrei no banheiro da escola e suspirei olhando no espelho. Eu estou mais pálida que o normal.

Joguei água no meu rosto e levantei a cabeça, me assustando ao ver uma garota atrás de mim, encostada na porta de um dos banheiros, em sua mão havia um cigarro e ela me encarava intensamente.

Evitei olhar pra ela e peguei alguns papéis pra secar meu rosto.

- Ei, esquisita!

Ela me chamou e evitei rir de sua voz de fumante, era grossa.

Por sua aparência eu julgaria que ela tenha uns 17 anos. Joguei o papel no lixo e me preparei pra sair do banheiro, mas senti uma mão grudar em meu cabelo.

- Você não me escutou? Eu falei com você!

Tentei empurrar ela, mas seu corpo era bem mais forte que o meu.

- Tenho te observado, sabe Raphaelo? Ele é meu namorado.

Fodida merda! Aquele fodido.

- Olha eu não sei quem é esse.

Tentei enganar a garota, mas o que eu recebi em volta, foi uma pancada na cabeça. As mãos que estavam em meu cabelo empurraram meu rosto pra uma das portas do banheiro batendo com força.

- Eu acho melhor você ficar longe dele, sua vagabunda! Você acha que eu estou brincando? Eu vi as fotos no celular dele!

Me senti tonta, minha cabeça dava voltas e eu tentava raciocinar o que a garota estava dizendo.

- E-Eu não sei, não sei...

Sussurrei tentando entender.

- Vou te dar uma surra bem dada, pra você aprender, que não se mexe, com o homem de outra mulher.

Ela abriu a porta do banheiro e eu me debati, tentando me soltar de seu aperto, mas no momento seguinte, meu rosto estava sendo enfiado na privada...

A única coisa que pensei em fazer foi parar de respirar, me debati, tentando sair daquela situação, tentei ficar de pé.

Mas senti seu pé pisar com força em meu calcanhar, me fazendo gritar com o rosto ainda de baixo da água da privada.

Meu rosto foi tirado de lá, e respirei com força, sentido o ar voltar aos meus pulmões.

Me senti irritada e humilhada ao ver seu sorriso em minha direção, levantei a mão e bati seu rosto contra a cabine do banheiro.

Senti meu corpo fraco, mas mesmo assim levantei e andei mancando em direção a saída do banheiro.

Claramente não seria tão fácil quanto parecia, minha roupa foi puxada pela mulher, e olhei pra baixo, vendo minha blusa da educação física ser rasgada, nesse momento eu estava só de sutiã.

E quando eu menos esperava, fui empurrada pra fora do banheiro.

Cai no corredor e olhei em volta sentindo os olhares em mim. Meu corpo estava fraco, sentia meu tornozelo doer, minha cabeça estava doendo também e eu estava de sutiã no corredor da escola.

Tudo começou a ficar em camera lenta, eu travei, vendo as pessoas se juntarem em volta de mim, com sorrisos no rosto e com o celular na mão, tirando fotos e gravando vídeos.

Olhei pra frente e vi a garota que causou tudo isso, no meio de todos sorrindo pra mim.

Naquele momento eu tive a noção de que eu jamais teria paz, é algo impossível.

Senti as lágrimas vindo, mas me recusei a chorar, não! Eu não vou fazer isso...

O sinal tocou, e aos poucos as pessoas foram saindo em quando ainda davam risada e eu só consegui me encolher, em quanto cobria meu corpo com minhas mãos.

Senti uma blusa ser jogada em meu rosto, olhei pro lado e vi um garoto desconhecido, andar como se nada tivesse acontecido.

Vesti a blusa meio sem jeito e fui andando até o meu armário, peguei minhas coisas e sem pensar duas vezes sai da escola. Uma blusa jogada em mim, um jeito sincero de ajuda?

Ser parente de gente rica tem seus privilégios.

Não era o horário do ônibus escolar, então eu fui mancando pra casa, minha mente tentava apagar o ocorrido. Meu corpo doía, mas era como se o nervosismo estivesse escondendo boa parte da dor.

Cheguei na casa e fui diretamente pro meu quarto, assim que entrei lá a única coisa que consegui fazer.

Foi sentar na cama.

E deixar que meus monstros, tomassem conta de mim.

Gemi de dor ao sentir meu corpo todo doer, era doloroso até respirar, chorei alto sentindo tudo doer e sentindo a humilhação.

O ar faltava e a única coisa que me vinha a mente, era que de fosse pra viver assim, eu prefiro não viver!

Chorei por horas até desmaiar de dor.

Um pouquinho mais da história de Junniper, a coitada sofreu

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Um pouquinho mais da história de Junniper, a coitada sofreu...

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