Cap 3 - Yuri?

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Já estamos voltando pra casa e tô explicando tudo que aconteceu na sala de aula ao Mateus que parece pasmo diante daquela confusão.

- Essa garota é doida mesmo, sabia que ela era obcecada por mim, mas não a esse ponto - falou Mateus indignado.

- Pois é - falei respirando fundo e olhando pro chão.

- Mas se ela encostar um dedo em você a Lara vai saber disso e não vai deixar barato, mas sabe... - parou quando percebeu que eu não tava muito bem - aconteceu alguma coisa?

- Ah... Nada demais... É só que... - falei respirando fundo

- Vai, fala logo, ela te machucou? Alguém fez alguém coisa com você? - perguntou preocupado.

- Não, mas eu acho que... - Fui interrompida por alguém que bateu em mim de bicicleta.

- Nossa, desculpa, não vi você, te machuquei? - falou uma voz conhecida.

- Não, não me machuquei, relaxa - falei levantando do chão e quando levantei a cabeça não acreditei no que eu vi, na hora paralisei.

- Vivi tá tudo bem? Ei, tá aí? - falou Mateus balançando meu braço.

Saí correndo dali, não sei o que aconteceu, nem o que deu em mim, porque eu tava fazendo aquilo? Parei quando tropecei numa pedra e caí.

- Ótimo, perfeito, esse dia não tinha como ficar melhor - falei baixo e ironicamente.

- Ei, não corre tanto assim não, o que deu em você garota? Desde que tu voltou pra sala depois do intervalo tá estranha, me conta Vitória, o que aconteceu? - falou Mateus estendendo a mão pra me ajudar a levantar.

- Tá bom, eu conto, mas só lá em casa - falei segurando em sua mão e levantando.

Fomos o caminho todo em silêncio, e aquilo tava me incomodando.

Quando entramos ele decidiu quebrar aquele silêncio.

- Bom, agora pode me contar? Eu tô ficando preocupado - falou fechando a porta.

- Vem, vamos comer, depois a gente sobe e eu falo - falei indo pra cozinha.

Ele apenas assentiu com a cabeça e fomos pra cozinha. O almoço todo foi um silêncio que incomodava muito. Depois do almoço arrumamos a cozinha e subimos pro meu quarto.

- Vai continuar enrolando? - peguntou ele.

- Foi mal, é que eu não sei por onde começar, ainda tô confusa - falei sentando no chão.

- Vivi, desculpa fazer tanta pressão pra você falar, eu não gosto de te ver triste, desde... Ah você sabe - falou olhando pra janela.

- É justamente por isso... - falei respirando fundo e olhando pro chão.

- Que? Não acredito? Ele foi tão ousado ao ponto de te procurar? Não acredito - falou se levantando - quem ele acha que é? Porque ele tinha que te procurar depois de tudo que ele fez.

- Me pergunto a mesma coisa, mas calma, ele não me procurou e nem deve ter percebido que era eu - falei.

- Que? Como assim? - falou meio confuso.

- Como eu falei, eu acabei cochilando depois que sai da sala, então ele me acordou pra voltar pra sala, não tenho certeza se é ele mesmo, mas eu acho que é sim, ele perguntou qual era meu nome, mas eu fui correndo pra sala de aula - falei.

- Tomara que não seja ele - falou baixo, porém eu escutei.

- Também espero que não seja. Eu já tinha me recuperado um pouco do que ele fez comigo e não sei como reagir diante disso, já se passaram 4 anos - falei e sem querer deixei uma lágrima escapar.

- Oh Vivi não chora por favor, ele não merece suas lágrimas, você é uma garota incrível, não deixe de viver por conta dele, sei que medos e inseguranças foram gerados por conta dele, mas você não merece ficar mal por ele denovo né. Sei o quanto ele te machucou, afinal eu estava com você naquele momento, não só eu, como a Lara também, mesmo de longe a gente se preocupava muito com você, tanto que perdemos aula por duas semanas pra ficar com você, porque odiamos ver você triste - falou me abraçando.

- Tens razão, eu tenho melhores amigos tão incríveis comigo, não posso ficar mal por conta disso denovo, já se passaram 4 anos e eu preciso viver - falei abraçando ele mais forte - obrigado Mateus, você e a Lara são demais.

- Agora levanta essa cabeça e siga normalmente, agora uma coisa que não me sai da cabeça... porque ele não te reconheceu? - falou meio confuso.

- Se de fato for ele, ele sempre foi desligado, logo depois que ele terminou comigo ele se mudou justamente pra... - paralisei.

- Oi? Ei? Tá bem? - falou balançando meu braço.

- É ele, eu tenho certeza disso, ele se mudou pra cá depois que terminamos e eu vi os pais dele num mercado aqui perto recentemente  - falei sem reação alguma.

- Então é ele, mas nada de ficar mal denovo viu mocinha, rum - falou olhando pra janela.

- Relaxa, continuando, logo depois dele se mudar a gente perdeu contato, lembra que eu fiquei 1 ano sem celular? Então. A gente nunca teve tantos amigos em comum, só a Lara, mas aí depois do que ele fez, ela nunca mais quis olhar na cara dele, só não sei o que ele tava fazendo lá na escola, ele já era pra ter terminado os estudos - falei confusa.

- Beleza, tu falou e falou tanto mas não respondeu minha pergunta ainda - falou rindo.

- Ah foi mal, ele não reconheceu porque ele é lerdo, porque perdemos contato e eu também mudei né melhor, nesses 4 anos eu mudei muito até, eu até cresci - falei.

- Cresceu nada, continua sendo minha baixinha fofinha - falou apertando minha bochecha.

- Aff, chato - falei rindo.

- Agora preciso ir, fiquei de ajudar minha irmã com um trabalho dela da escola - falou se levantando.

- Tá bom, eu te levo até a porta e diz a ela que mandei um beijo - falei me levantando.

Nos despedimos com um abraço e ele foi embora, então fechei a porta e subi pro meu quarto. Fui tomar um banho bem demorado e fiquei pensando no que fazer e como encarar aquele garoto, ele tinha que aparecer justo agora?

Coloquei um pijama e me joguei na cama, passei a tarde todinha lendo e estudando.

Quando fui me dar conta já eram 19:00, então desci e fiz uma macarronada, aproveitei pra fazer um bolo de chocolate e um pavê.

Jantei, arrumei a cozinha e fui pro banheiro fazer minhas higienes, escutei a porta abri e quando vi eram meus pais.

- Ah, boa noite filha, ainda acordada? - perguntou meu pai.

- Boa noite pai, e boa noite mãe, na verdade estava indo dormir agora - falei.

- Ah, então dorme bem filha, papai te ama - falou.

- Também te amo pai e durma bem também - falei e soltei um beijo.

- Ela só quer saber do pai - falou minha mãe fazendo bico.

- Cê sabe que eu te amo né mamãe, se cuidem, tem macarronada, pavê e bolo na geladeira - falei.

- Aí nossa menina cresceu tanto - falou minha mãe segurando o braço do meu pai.

- Beijos - fiz um coração e entrei pro quarto.

Deitei na cama e fiquei conversando com a Lara até pegar num sono.

Sempre nós, até o fim!Onde histórias criam vida. Descubra agora