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(Perdi o banner)
NARRADORA

2 dias depois...

O dia aparentava estar calmo, mas, na verdade, Sunoo sentia que ele estava parado e não achava isso bom.

Ao entrarem no ônibus, todos se sentaram e conversavam com uma animação gigante, todos rindo e fazendo piadas. O ambiente estava realmente bom, mas Sunoo sentia um frio incômodo, sentia uma forte dor no peito e não compreendia.

Sua angústia foi tanta que uma falta de ar intensa lhe atingiu e ele precisou respirar fundo para se recompor. Tentou se convencer que era cosia da sua cabeça, mas não era.

O ônibus dirigia em uma velocidade razoável para ônibus, ótimo. Mas um carro, desgovernado e aparentemente sem total controle do estrago que causaria, foi totalmente em direção ao ônibus.

A batida foi tão forte que o ônibus foi brutalmente arremessado em direção as árvores girando uma, duas, três vezes antes de parar de cabeça para baixo. Os estudantes foram alguns arremssados em direção ao vidro, outros ao chão, outros nem mesmo se sabia.

Sunoo teve a sorte de se prender no cinto antes de sair, mas Nishimura não. A visão do Kim se tornou tão turva que quando ele viu o corpo ensanguentado de Nishimura, pensou ser mais um de seus devaneios, afinal, seu final feliz não poderia ser aquele, mas era.

Sunoo desmaiou, sem forças para levantar. Jay, que parecia o mais são de todos, levantou cambaleando sentindo uma dor intensa na perna e olhou ao redor querendo checar seus colegas, mas ao ver a cena Jay sentiu uma imensa vontade de fugir, correr, chorar.

Havia muitos feridos, alguns resmungavam, outros sangravam fortemente, outros estavam imóveis com posições estranhas. Jongseong nunca tinha presenciado aquilo, jamais.

Jungwon ao seu lado levou o cérebro de Jay a entrar em alerta, ele checou o pulso do garoto e suspirou aliviado por ver que ainda tinha, sim, pulso, mas era fraco.

Jay não queria mais olhar para nada ali, nem tinha forças, mas o corpo ao seu lado fez seu olhos quererem ser arrancados.

Nishimura.

Um estilhaço de algo que, no momento Jay não sabia o nome nem se importava, estava diretamente atravessado no peito do japonês. Seu rosto estava ferido, ele estava ferido, mas Jay não teve forças para olhar denovo e só viu novamente aqueles corpos antes de desmaiar definitivamente.

A ambulância demorou cerca de 5 minutos até finalmente chegar no local. Havia tantos feridos que a pista logo estava cheia de ambulâncias. O acidente totalizava 4 mortos.

Yoshi, um garoto do segundo ano. Jungyeom, um rapaz do terceiro ano. Wonyoung, uma garota do terceiro ano e...

— Sinto muito. — O policial Park, pai de Jay, diz para os quatro garotos sentados na sala de espera. — Niki, ele não... ele não resistiu...

Jay não conseguiu suportar, seu choro se tornou dolorido, sofrido e alto. Ele não podia suportar! Seu melhor amigo. Nishimura não podia estar morto, ele não deveria morrer, não era assim que que história acabava.

Sunghoon entrou em estado de pânico, sua respiração não entrava nem saia, seus dedos tremia, seus olhos queriam chorar, ele queria chorar, mas nada saia. Era uma espécie de transe em que ele não era o dono.

Heeseung também não soube fazer nada mais do que chorar em silêncio, lamentando sozinho por nunca ter sido amigo deles antes.

Jungwon abraçou Jay com toda a força que pode e chorou em silêncio, consolando o garoto. Odiava ver Jay chorando, mas neste caso, nem ele mesmo conseguia controlar seu choro.

— Como estão os outros, appa? Por favor, não me diz que mais alguém morreu, eu não vou conseguir suportar... — Jay diz entre o choro.

— Jake quebrou a perna em dois lugares e está de repouso. Sunoo não acordou ainda...

— Mas ele vai? — Jungwon pergunta.

— Os médicos não me disseram, des... — O policial é interrompido por uma fala alta que ecoa por todo o corredor.

— ONDE ESTÁ MEU FILHO?

A mãe de Sunoo estava desesperada, veio assim que recebeu a notícia, nem mesmo teve tempo de calçar os chinelos.

— Senhora Kim? — O pai de Jay chama.

A mulher lhe olha.

— Sim?

— Seu filho está no quarto, eu acompanho a senhora. — O policial diz e deixa os garotos.

Jay ainda chorava, assim como Heeseung, mas Sunghoon tentava não se render a crise. Ele havia perdido mais alguém, não sabia se ia suportar se o próximo fosse Heeseung, ele verdadeiramente não sabia.

— Hee? — Sunghoon chama num fio de voz.

Só então Heeseung percebe o estado de Sunghoon, as unhas sendo pressionadas na palma da mão. O Lee segura sua mão a abrindo e acariciando as marcas que já começavam a sair filetos de sangue.

— Calma, Hoon, calma...

— Eu não posso te perder também, hyung. Por favor, me diz que eu também não vou te perder. Eu fui muito idiota, eu gosto tanto de você, gosto muito, por favor não me deixa. — A voz dolorosa de Sunghoon partiu Heeseung em pedaços.

— Eu não vou te deixar, honey. Eu prometo. Eu gosto de você mais do que você imagina, eu não vou te deixar...

O felizes para sempre poderia não ser um felizes para sempre, mas era o ponto final de uma história e nenhum deles poderia negar.

Nishimura trouxe um pedaço da felicidade para a vida de cada um, trouxe amor e energia, trouxe muitas coisas boas e até a perda da paciência de cada um, mas diante de todas as coisas, Niki trouxe sua companhia, que amou cada um dos meninos de verdade.

Nenhum deles poderia entender, mas ele morreu feliz sabendo que o único garoto que ele realmente amou na vida o amava de volta e para ele estava tudo bem.

Sunoo jamais poderia amar um garoto como amou Nishimura Riki, disso ele tinha certeza. Embora seguir em frente não estava em sua vida, foi o que cada um teve que fazer.

A memória de Niki ainda estava viva. Em cada um deles. Riki podia lhes ver e sorria feliz, pois ele havia tido a melhor família de todas enquanto vivo.

Todos nós temos um propósito, um destino. E se o destino de Niki estava selado com este, então esse era o ponto final. O final feliz que talvez não fosse tão feliz.

No final, Sunoo realmente nunca tinha um felizes para sempre como nos BLs clichês que ele assistia. Era muito mais que isso, era um romance com Niki, algo que jamais poderia ser comparado a nenhuma peculiaridade da Terra.

Nishimura era lua e Sunoo era sol, todos já sabíamos que nenhum dos dois poderiam viver enquanto um estivesse brilhando.

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Se alguém me xingar eu juro que taco meu coturno na testa. Essa história não era mesmo pra ter um felizes para sempre.

Para Todos Os Garotos Que Já Amei Onde histórias criam vida. Descubra agora