Pran
Eram quase quatro da manhã e eu estava cambaleando em direção ao portão da minha casa, um Pat bêbado do outro lado da rua fazia o mesmo.
- Cuidado para não cair em casa - Falou Pat bêbado ao outro lado da rua.
- Eu aposto que estou menos bêbado que você - Gritei para ele.
- Pran - Falou ele baixando o tom e fazendo um sinal para eu ficar calado.
- Amo você - Falei baixinho, ele riu e apontou para a casa de meus pais.
Sim, eu estava completamente bêbado. Assim que cheguei na porta de meus pais, respirei fundo e girei a chave na porta, tirei os sapatos e fui andando o mais delicado possível a escada da casa.
- Pran! - Falou meu pai e eu simplesmente parei de andar.
- Oh - Engoli em seco e olhei em sua direção - Boa noite, pai - Tentei esconder ao máximo a embriaguez na minha voz, maldita hora que decidir virar shots com o pessoal.
- Por deus, Pran! Você chegou - Ele olhou para seu relógio de pulso - Ás três e meia da manhã e nem se deu ao trabalho de avisar.
- Paai, eu não sabia que já era tão tarde – Falei subindo as escadas e escutei os passos de meu pai atrás de mim.
- Filho, eu me preocupo com você.
- Eu sei, me desculpe - Respirei fundo e olhei em seus olhos - Eu estava empolgado, não via meus amigos há muito tempo.
Entrei em meu quarto e sentei em minha cama, eu só queria que aquela conversa acabasse para eu tomar um banho e dormir de vez.
- Só amigos? - Ele me olhou sério - Pensei que seu namorado também tinha ido – Gelei ao escutar aquilo.
- Pai, você sabe que eu não namoro há anos - Falei tentando manter o controle, o que estava acontecendo?
- Sim, seu namorado Pat! - Ele falou me olhando sério – O nosso vizinho, seu namorado.
- O quê? – Revirei os olhos tentando fingir que ele estava falando algo absurdo para mim – A gente acabou a anos, você não lembra disso?
- Vi vocês dois saindo juntos - Ele falou mais sério – Pat você pode sair daí – Falou olhando a janela, que estava coberta pela cortina.
A janela foi aberta aos poucos um Pat tímido e de cabeça baixa entrou no quarto, eu simplesmente estava paralisado, sem conseguir reagir a tudo o que estava acontecendo.
- Boa noite, senhor – Falou Pat mostrando o máximo de respeito ainda com a cabeça baixa.
- Eu só quero saber uma coisa de você - Falou meu pai sério.
- O que o senhor quiser...
- Pat, vocês estão fazendo sexo seguro? – Interrompeu meu pai.
- Pai! - O interrompi fazendo uma careta e tampando os ouvidos – Somos adultos!
- Você é meu garotinho, continua sendo – Ele sorriu para mim e olhou para Pat – Você o faz muito feliz, eu sempre vou gostar de quem faz bem ao meu filho.
- Eu realmente amo seu filho – Pat falou olhando de mim para o meu pai.
- Sei disso, a mãe dele e seus pais precisam entender isso – Falou meu pai – Agora vou deixar vocês sozinhos, mas eu realmente falei sério sobre o se...
- Pai, chega! – Interrompi meu pai que deu uma gargalhada baixinha ao sair do quarto.
Pat se sentou ao meu lado da cama, segurou minha mão e deitou a cabeça em meu ombro, ficamos ali em silêncio digerindo o que acabara de acontecer. Aquela era nossa primeira vitória, não era? Eu tinha a aprovação do meu pai.
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daylight
RomansaHá cinco anos Pran e Pat escondiam um grande segredo de seus familiares, eles lutavam juntos para manter o relacionamento o melhor possível. Quando os desejos e sonhos começam a bater na porta algumas decisões precisam ser tomadas.