🤎Tragédia🤎

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                - 18 de Julho de 2018 -
                          - 8:00 am -

💥!BOOM!💥

Só sinto a batida.

-Emilly!?!

Ouço uma voz reconhecível mas que não ouvia a muito tempo.

-Cha...Cha...Charles?

Pergunto um pouco zonza deitada no chão logo após reconhecer a tal voz misteriosa.

-Eu chamo a ambulância?

-Não precisa. Foi mais um susto.

Um carro quase havia me atropelado, tinha batido na minha perna, mas não me deixou com nada mais o que alguns simples arranhões e um tombo de presente, estava até agora pensando no meu futuro, e o meu futuro no momento poderia ter sido mudado completamente.

Me levantei com cautela, com medo de ter me machucado mais, mas pela adrenalina não ter percebido. Me sentei na calçada da escola ainda com a respiração ofegante, Charles e Amy estavam ao meu lado me aconchegando em um abraço coletivo, quando me recuperei, perguntei a Charles:

-Quando chegou aqui?

-Ontem de noite.

Ele me respondeu

-Então esse era o destino misterioso?

-Isso mesmo, sabia que você iria ver os stories, não queria estragar a surpresa.

Ele ri com aquele sorrisinho meigo.

-Que momento perfeito para receber essa surpresa.

Brinco com Charles.

-Cheguei no melhor momento, quase foi atropelada, em um reencontro de anos.

Abraço ele ao lembrar que não nos vemos a 2 anos.

Charles é 2 anos mais velho que Amy e eu, mas somos o trio mais perfeito da cidade inteira. Charles cresceu comigo, sempre alguns anos a frente, conhecemos Amy com 13 anos, quando viramos o trio do calafrio.

Pela diferença de idade, Charles foi para a universidade antes de nós, foi uma tristeza a despedida, mas era necessária, não lembro pra que instituição ele foi, mas lembro dele ser aceito em Stanford, do outro lado do Atlântico, sim, mas acho que ele foi pra lá.

Não fiquei muito à vontade para perguntar por onde ele andava, parecia um pouco grosso da minha parte no momento, ele havia acabado de chegar, só queria aproveitar aquele momento, ver um rosto amigo, tirar a saudade que estava acumulada a tanto tempo.

Após o susto Charles nos acompanhou até a escola, sentamos no que antigamente era nossa mesa, a mesa do trio, nostalgia pura.

-Como anda os ensaios?

-Bem, Amy está arrasando cada vez mais no violino, ela faz mágica com esse pedaço de madeira.

Respondo a pergunta de Charles.

-Eii, respeito, meu violino é um pedaço maravilhosamente esculpido de madeira, e outra olha quem fala, a menina que chama uma caixa marrom escuro de instrumento.

-Amely! Parou, não precisa xingar meu bebê. E você Charles, como anda o violoncelo?

-Meio guardado no momento, com a universidade não tenho muito tempo para tocar.

Charles responde com um olhar decepcionado, sinceramente ele é o melhor violoncelista que conheço, fico triste que parou de tocar. Esse é meu maior medo, que uma universidade tire minha liberdade.

-Que pena, fico triste com isso, que tal tirar um pouco essa saudade.

-Você tá de brincadeira né? Concerteza!

Fico feliz com a animação dele após minha pergunta, sinto saudade de seu sorriso genuíno.

Charles começa a tocar com tanta vontade que sinto uma lágrima escorrendo pelas minhas bochechas.

Todos os outros alunos começam a chegar e se reúnem no salão para ver Charles. Nosso professor incluído.

Quando Charles finaliza, o Sr. Watson, nosso professor, o da um grande abraço já que não o via a tanto tempo, e pergunta se Charles não gostaria de ficar e tocar um pouco.

Charles aceita o convite.

Começamos por Stand Up da cantora Cynthia Erivo, Amy toca o violino e eu entro como dueto no piano, o som se espalha nos corredores é tão lindo. Amo a música por isso; para alguns a música serve para se divertir em festas e brigar sobre se BTS é ou não uma banda boa, mas para mim, para a sociedade musical, pelo menos uma boa parte dela, ela é vida, ela volta o tempo para bons momentos da vida; infância, viagens únicas, e oportunidades raras que só ocorrem uma vez, pensar que uma letra junto a uma melodia trás tantas lembranças memoráveis é sobrenatural.

Quando a banda chega ao refrão não me contento e canto ao mesmo tempo tocando o piano:

"That's when I'm gonna stand up,
Take my people with me,
Together we are going,
To a brand new home,
Far across the river,
Can you hear freedom calling?
Calling me to answer,
Gonna keep on keepin' on.
I can feel it in my bones."

Finalizamos o ensaio, nos despedimos de todos e saio junto com Amy e Charles. Voltamos pra casa tomamamos um café, nos despedimos de Charles e fomos para a escola, isso apenas a tarde.

Não pare, continue correndo.Onde histórias criam vida. Descubra agora