-29 de Julho de 2018-
É hoje, anos odiando a escola para agora sentir saudade, para agora querer voltar a ter 12 anos, e reaprender equação, todo esse tempo que usei para pensar no meu futuro, mas esqueci de aproveitar o agora, o que faço agora, olho para Amy que está sentada ao meu lado, ela está com o mesmo olhar que o meu, o olhar de "e agora?".
Me chamam ao palco, sou a representante da minha sala, e me pediram para dar as últimas palavavras.
Começo meu discurso:
- Anos, anos com essa turma, anos pensando no, o que vai acontecer e não no, o que está acontecendo, crescemos tão rápido, que nem percebemos, o quão isso tudo é importante para nós, fazemos piadas de como estudar é chato e de como esperamos que tudo acabe logo, mas não percebemos que essa é uma de nossas famílias, para onde vamos e onde queremos chegar é particular de cada um, mas todos aqui viveram juntos, 5 dias por semana, 6 horas por dia, pelos últimos 7 anos, e nunca percebemos que quando acabasse, seria uma pancada tão grande, que não acreditariamos que é real, mas no final, amamos tudo isso, e aproveitamos cada segundo, disso eu tenho certeza, acredito que a maioria irá sentir saudade do que vivemos, saudade das aulas chatas, e das boas, saudades dos abraços e chororos, apenas saudades. Agora vamos parar um pouco, fechem os olhos, relembrem o passado, tudo que passamos juntos como uma equipe, tudo que aconteceu, injustiças, tristezas, felicidades, paixões. Agora respirem profundamente... Parabéns! Podem abrir os olhos, bem vindos a próxima fase de nossas vidas, bem vindos ao um novo começo, olhem para a pessoa do seu lado, diga obrigada, desculpe, te amo, sentirei saudade, adeus, diga tudo que sempre esteve entalado, não nos veremos mais mesmo, tire esse peso, você vai precisar. Adeus classe de 2018, adeus terceirão, adeus minha família, boa vida a todos.
Todos aplaudem, saio do palco e a sala inteira se abraça, chora e deixa tudo que sempre esteve preso, liberto, um abraço longo, sabiamos que tinhamos acabado algo, finalizado uma parte de nossas vidas, e que nós haviamos sido uma das partes mais importante da vida um do outro.
Logo depois, eu e Amy corremos para os braços de Charles, que havia nos acompanhado, ele conhecia a dor, sabia exatamente como era, ter tudo e em questão de segundos... acabar. Nós três choramos até nossa alma ser lavada, um abraço que durou horas.
Quando nos acalmamos, fomos até o salão onde realmente iria acontecer a festa, todos já estavam lá, e como não somos bobos nem nada, já corremos para a pista de dança. Dançamos e nos acabamos, até que chamaram meu nome, e cantei a música da sala, a que todos conheciam, como sendo a letra que representava mais a sala do que nós mesmos.
Continuamos a dançar, até que enfiram um karaoke no rolê, ai só foi festa a baixo, não saia de jeito nenhum do microfone.
Já no final da festa, eu, Amy e Charles, nos entreolhamos e rimos, como se agora estevessemos todos na mesma merda.
Sabiamos que por mais que não queriamos, tinhamos que estar em outro local.
Nunca queremos dizer "adeus" e sim "até amanhã", mas hoje era necessário, eu e Amy, fomos dar adeus para cada amigo nosso, foram apenas chororos, mas necessário.
Descemos as escadas com Charles, diretamente para a sala de música, nos sentamos no pequeno palco de ensaio, e rimos, apenas caimos na gargalhada, era mais de nervosismo e o que nos metemos, do que de felicidade, mas tudo bem.
Olhei para eles e disse:
- E agora?
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Não pare, continue correndo.
Roman d'amourEmilly é uma jovem garota a procura de sua vida, com o ensino médio finalizando, Emilly uma inglesa sonhadora, quer cursar bio tecnologia na Alemanha. O que ela não sabia é que após Charles reaparecer em sua vida, tudo iria mudar. Com ajuda de Amy...