Minha Loba Rebelde (My Rebel Wolf Girl)

Capítulo 9 - A Paixão de dois lobos

Novamente, estou eu correndo como um lobo livre pela floresta. Pode não ter se passado tantos dias desde a ultima vez que eu fiz isso, mas para mim fazia um longo tempo. Eu sentia saudades do vento batendo contra os meus pelos, pular entre pedras, troncos, arbustos e apenas ouvindo o som natural da floresta que me cerca. Mas agora estava um pouco diferente, eu não sou mais uma loba solitária correndo sem rumo, agora eu possuo um acompanhante. O único acompanhante que já conseguiu alcançar a minha velocidade.

Você até que é rápido, eu brinco com Ruven.

Eu sou mesmo, ele me responde de volta.

Que belo convencido, eu afirmo.

Como eu poderia adivinhar que a fera grande e assustadora que me caçava a alguns dias atrás agora estaria correndo ao meu lado como companheiro e marido? Nem em um milhão de anos. A minha perspectiva de vista sobre a vida mudou radicalmente de novo, e novamente quando eu menos esperava. No entanto, na última vez isso me apavorou. Espero que nessa seja o efeito ao contrário.

Eu não me sinto mais intimidade por Ruven, nem preocupada com outros problemas. Depois de ouvir sua história, meu olhar sobre ele mudou.

Ele perdeu algo precioso e insubstituível, assim como eu. Mas isso não significa que o que encontramos agora seja menos valioso. Ele está sempre me provando que eu sou o ser mais importante para ele agora, e eu posso literalmente sentir que isso é verdade através de nossa ligação. E cara, isso é tão bom.

Eu nunca pensei que alguém poderia me amar assim por mim de novo. Eu não me considerava mais atrativa, nem funcional. Todos os caras tinham medo de mim ou me achavam muito "não feminina" para ficar com eles, mas com o Ruven não.

Ele me entende e sei que busca o mesmo que eu. Nossas tragédias podem terem sido diferentes, mas nos atingiram de maneira igual, e agora, tudo o que queremos é trilhar um novo caminho e buscar um novo sentido para as nossas vidas.

Já estamos correndo por cerca de uma hora depois de termos concordado em fugir. A essa altura, devíamos estar bem distantes do campo, dos lobos ou de qualquer outra civilização. Eu desconhecia totalmente aquela mata, então por vezes deixava ele me guiar pela frente.

Venha por aqui, responde Ruven diminuindo o ritmo e desviando do caminho.

O que é? Para onde você está indo? Eu o sigo.

Está ouvindo? Ele pergunta para mim.

Eu não ouço nada e não entendo o que ele está se referindo, até nos aproximarmos mais e me possibilitar ouvir água sendo jorrada com força e continuamente em algum rio perto dali.

Se tratava de uma nascente? Não...

Uma cachoeira, eu declaro olhando diretamente para ela ao lado de Ruven e sentindo o ar umedecido hidratar minhas narinas.

Vamos ver, ele fala enquanto salta para frente, atravessando o rio.

Eu pego impulso por trás e salto também. Eu caio ao lado dele, reerguendo-me com um pouco de dificuldade. Ele se vira para mim e alisa a minha cabeça dando uma lambida no meu pelo, e então caminhamos juntos até a cachoeira. Observo que há um caminho formado por pedras por trás dela que levam a uma passagem escura. Uma caverna. Ruven entra nela primeiro e eu o sigo.

Não consigo de deixar suspirar por essa experiência incrível. Eu nunca observei uma cachoeira desse ângulo. Via a água caindo e me iluminando com o brilho da lua mesmo estando dentro de uma caverna escura. Formava um ambiente perfeito com pouca iluminação.